As autoridades do Vietname disseram esta sexta-feira que 233 pessoas morreram e 103 foram dadas como desaparecidas devido à passagem de Yagi pelo norte do país no último fim de semana. Já em Myanmar (antiga Birmânia), onde o tufão causou grandes inundações, houve menos mortes — 36.
A agência vietnamita para as catástrofes disse que a maioria das mortes foi causada por inundações e aluimentos de terras no norte do país, de acordo com o último relatório.
O balanço anterior do governo do Vietname dava conta de 197 mortos e pelo menos 128 desaparecidos.
Mais de 130 mil pessoas foram retiradas para centros de acolhimento, antecipando o impacto do Yagi, que danificou 136 mil casas e destruiu 202 mil hectares de campos de arroz, indicou o documento, acrescentando que 823 pessoas ficaram feridas.
Os serviços de emergência continuam a trabalhar para socorrer as pessoas afetadas pelas inundações e aluimentos de terras, incluindo na capital vietnamita, Hanói, inundada em algumas zonas pela cheia do rio Vermelho.
Em Myanmar centenas de aldeões perto da capital birmanesa, Naypyidaw, tentam esta sexta-feira fugir às grandes inundações provocadas pelo Yagi, cujo número de mortos subiu para mais de 280 nos países da região.
Muitas pessoas continuam desaparecidas, aumentando o receio de um maior número de vítimas.
O norte do Vietname, o Laos, a Tailândia, as Filipinas e Myanmar sofreram inundações e deslizamentos de terra devido ao tufão, que trouxe chuvas torrenciais quando atingiu a região no fim de semana passado.
Cerca de 50 mil pessoas tiveram de fugir das suas casas em Myanmar, segundo as autoridades que criaram abrigos para os deslocados.
“Caminhámos com água até ao pescoço na manhã de hoje (esta sexta-feira). Temos fome e sede, não comemos há três dias”, disse à agência de notícia AFP uma mulher da aldeia de Sin Thay, nas proximidades da capital de Myanmar.
Os soldados resgataram aldeões que viviam em vilas nas proximidades de rios e riachos que rodeiam a capital birmanesa.
Alguns foram obrigados a atravessar águas lamacentas, enquanto as casas e as plantações vizinhas de banana e de cana-de-açúcar ficaram submersas.
“Esta é a primeira vez que sofro deste tipo de inundações. Não tivemos tempo para nos prepararmos, é uma experiência muito assustadora”, disse um homem que vive numa das aldeias atingidas pelas inundações.
O Yagi, considerado o tufão mais forte deste ano na Ásia e o mais poderoso das últimas três décadas no Vietname, tinha atingido anteriormente as Filipinas e a China.