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O Presidente ucraniano garante que o fim da guerra com a Rússia está “mais perto” do que se pensa e insiste na necessidade de um apoio contínuo, incluindo a possibilidade de usar armas para atacar alvos no território russo.
“Acho que estamos mais perto da paz do que pensamos”, disse Volodymyr Zelensky, numa entrevista à estação norte-americana ABC e citada esta terça-feira pelas agências internacionais.
Zelensky está nos Estados Unidos para participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, e tem encontros previstos com o Presidente norte-americano, Joe Biden, e com a vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris.
“Estamos mais perto do fim da guerra, só precisamos de ser mais fortes”, afirmou.
“É por isso que pedimos aos nossos amigos, aos nossos aliados, que nos tornem mais fortes. É muito importante”, acrescentou.
À medida que a guerra foi avançando, a Ucrânia conseguiu convencer os seus aliados a fornecer às suas forças armadas armamento cada vez mais potente.
O objetivo de Kiev agora é levantar as restrições às armas de longo alcance, no meio de avisos russos de que isso iria elevar o conflito para um nível sem precedentes desde que a invasão começou há dois anos e meio.
Entretanto, Zelensky tem usado o exemplo da ofensiva bem sucedida da Ucrânia na região fronteiriça russa de Kursk para tentar persuadir os seus aliados no Ocidente.
Segundo o chefe de Estado ucraniano, o Presidente russo, Vladimir Putin, sabe que o seu povo está consciente de que não pode defender todo o país.
“Ele está a ficar cada vez mais assustado“, afirmou.
O líder ucraniano sustentou que só uma “posição forte” da Ucrânia, tanto no plano diplomático como no campo de batalha, pode forçar Putin a travar a guerra.
Durante a sua deslocação aos Estados Unidos, Zelensky tem também um encontro previsto com o ex-presidente e candidato republicano às presidenciais de 5 de novembro, Donald Trump, sendo o primeiro desde que este saiu da Casa Branca, em janeiro de 2021, derrotado então por Joe Biden.
Num comício na segunda-feira à noite, Trump afirmou que o chefe de Estado ucraniano está “muito ansioso” que os democratas ganhem as eleições norte-americanas e criticou os negócios milionários que recebe sempre que visita o país.
“Acho que Zelensky é o melhor vendedor da história. Cada vez que vem aos Estados Unidos, sai com um negócio de 60 mil milhões de dólares [perto de 54 mil milhões de euros]”, disse, num comício na Pensilvânia, onde o líder ucraniano também passou depois de visitar uma fábrica de munições, noticiou o diário The Washington Post.
Após meses de relutância republicana, no início deste ano, o Congresso dos Estados Unidos chegou a um acordo para fornecer à Ucrânia 60 mil milhões de dólares em armas e equipamento militar, incluídos num pacote de 95 mil milhões de dólares (85 mil milhões de euros) para armar também Israel e Taiwan.
Trump voltou a insistir que, se for eleito nas eleições de novembro, acabará com a guerra na Ucrânia o mais rapidamente possível.
O candidato afirmou que a sua concorrente, a vice-presidente Kamala Harris, por outro lado, vai continuar as políticas “incompetentes” do atual Presidente dos Estados Unidos.
“Temos um líder incompetente em Biden, e temos alguém que é ainda pior”, disse o republicano, numa referência a Harris.
A candidata democrata, acrescentou, é a preferência de Zelensky na corrida à Casa Branca: “Eles realmente querem que ela ganhe esta eleição”, disse.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).