Em atualização

A SAD do Benfica e o ex-presidente do clube, Luís Filipe Vieira, foram acusados de corrupção desportiva no caso dos emails. O atual líder do clube, Rui Costa, foi ilibado. A notícia foi inicialmente avançada pelo Jornal de Notícias e entretanto confirmada pelo Observador.

O Ministério Público pede também que, em caso de condenação, Vieira seja proibido de exercer, por cinco anos, qualquer cargo de dirigente ou agente desportivo, e que a SAD fique fora das competições desportivas.

Em causa está uma tentativa de corrupção ao Vitória de Setúbal, cuja SAD é acusada pelo MP de corrupção passiva — e para que o MP pede também o afastamento das competições desportivas em caso de condenação.

O Benfica reagiu em comunicado, assegurando que se vai defender, “sem hesitar”, de “todas as acusações infundadas (e do que já foi possível analisar, estas são infundadas), bem como de tudo quanto afete ou possa ter afetado os seus direitos e interesses”. As águas dizem ainda que os seus advogados vão “analisar em detalhe a acusação” e que “oportunamente” será tomada uma “posição processual”.

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Entre 2016 e 2019, Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves (assessor jurídico da SAD do Benfica) terão simulado transferências de jogadores com o Vitória de Setúbal para beneficiar as finanças do clube de Setúbal.

Vieira, Rui Costa, Paulo Gonçalves e Soares Oliveira suspeitos de criarem plano para desviar fundos da Benfica SAD

Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves estão acusados, como coautores, de um crime de corrupção ativa, em concurso com o crime de oferta indevida de vantagem. São também acusados de um crime de fraude fiscal qualificada.

Já a Benfica SAD é acusada de um crime de corrupção ativa, em concurso com o crime de oferta indevida de vantagem, e de um crime de fraude fiscal qualificada. O Vitória de Setúbal, por seu turno, é acusado de um crime de corrupção passiva, em concurso com crime de recebimento indevido de vantagem, e de um crime de fraude fiscal qualificada.

Este último crime está relacionado a injeção de cerca de 1,3 milhões de euros no Vitória de Setúbal através de contratos de compra e venda e de empréstimos de jogadores em que o Benfica chegou a pagar duas vezes pelo mesmo passe de um jogador de Setúbal.

O esquema que terá beneficiado o Setúbal terá servido essencialmente para promover liquidez juntos dos carenciados cofres vitorianos entre as épocas de 2016/2017 e de 2019/2020 — época em que o histórico clube do Sado desceu de divisão, tendo sido relegado para o 4.º escalão do futebol nacional por não cumprir os requisitos financeiros das competições profissionais da Liga

Fernando Oliveira e Vítor Valente (dirigentes do Vitória de Setúbal) são acusados de um crime de corrupção passiva, em concurso com crime de recebimento indevido de vantagem. Paulo Grencho (antigo diretor desportivo do Vitória de Setúbal) é acusado do crime de corrupção passiva.

Adolfo Oliveira e Francisco Gomes de Oliveira (responsáveis da Olisport) estão acusados de um crime de fraude fiscal qualificada, bem como a própria empresa, que estaria envolvida nas transferências fictícias.