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A campanha eleitoral norte-americana já terminou, mas os ataques à vida de Donald Trump e as tentativas de interferência iraniana continuam a marcar o pós-eleições. O Departamento de Justiça dos EUA apresentou esta sexta-feira acusações criminais contra três homens por terem feito parte de uma alegada conspiração iraniana frustrada para matar o Presidente eleito, antes das eleições desta semana.
Um dos homens, Farhad Shakeri, é um cidadão iraniano e está acusado de coordenar um plano para vigiar e, em última instância, matar Donald Trump. Shakeri cresceu nos Estados Unidos e, depois de ter sido preso e cumprido 14 anos de pena, foi deportado para o Irão, o que lhe permitira facilitar contactos de operacionais em solo norte-americano com as Brigadas da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC). É o caso dos outros dois detidos, Carlisle Rivera e Jonathon Loadholt, que terão sido recrutados para operacionalizar o plano depois de terem conhecido Shakeri na prisão, nos EUA. Para além de Trump, as IRGC também teriam como alvo jornalistas críticos de Teerão, residentes nos Estados Unidos.
Esta rede estaria a operar pelo menos desde o início do ano, visando cidadãos norte-americanos — alguns com origem iraniana –, mas também israelitas. O plano para matar Donald Trump terá sido transmitido a Shakeri a 7 de outubro de 2024, segundo o próprio relatou em declarações às autoridades norte-americanas, nas quais garantiu que nunca pretendeu apresentar um plano no prazo definido pelas IRGC.
O enredo – cujas acusações foram reveladas poucos dias após a vitória de Trump sobre a democrata Kamala Harris – reflete o que o diretor do FBI, Christopher Wray, descreveu como “tentativas contínuas e descaradas” do Irão para atingir funcionários do Governo norte-americano, bem como outras figuras políticas, incluindo Trump, em solo norte-americano. Wray prometeu que o trabalho para investigar e travar as interferências iranianas na política norte-americana vai continuar.
Rivera e Loadholt foram detidos esta quarta-feira em Nova Iorque e já foram presentes a um juiz, que decidiu que vão ficar em prisão preventiva até ao julgamento. Já Shakeri, o líder da célula que estará no Irão, continua a ser procurado pelo FBI, responsável pela investigação.
Shakeri, Rivera e Loadholt estão acusados de homicídio por encomenda, conspiração para cometer homicídio e conspiração para branqueamento de capitais. Se forem julgados e condenados, os crimes podem incorrer numa pena cumulativa de 40 anos de prisão. Shakeri é ainda acusado de conspiração para abastecer e abastecimento a uma organização terrorista estrangeira e conspiração para violar as sanções contra o governo do Irão, três crimes punidos com 20 anos de prisão cada um.