O escritor norte-americano Stephen King anunciou que vai eliminar a sua conta na rede social X (antigo Twitter). Para o famoso autor, de 77 anos, o ambiente da rede social está a tornar-se “muito tóxico”.

Foi numa publicação na própria plataforma que King anunciou a saída: “Vou sair do Twitter. Tentei ficar, mas a atmosfera tornou-se muito tóxica”. A terminar, o escritor sugere aos seguidores que o sigam na plataforma lançada pela rival Meta, de Mark Zuckerberg: “Sigam-me no Threads, se quiserem”.

Na quarta-feira, Stephen King negou que Elon Musk, o dono do X, o tenha expulsado da plataforma. O homem mais rico do mundo respondeu com um “Olá, Steve!”.

A verdade é que as divergências entre King e Musk não começaram agora. Pouco depois de Musk concluir a aquisição do X, em 2022 por 44 milhares de milhões de dólares, King ameaçou sair da plataforma. A justificação dada foi o pagamento de 20 dólares exigido aos utilizadores para terem as suas contas certificadas com o selo azul de verificação. A medida foi, entretanto, revogada.

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Stephen King também criticou Elon Musk durante a recente campanha eleitoral para as eleições presidenciais norte-americanas, na qual o magnata foi um dos principais apoiantes de Donald Trump — fazendo agora parte da equipa do Presidente eleito dos EUA. O escritor respondeu a uma acusação de Musk, numa publicação no X, de que a candidata do partido Democrata, Kamala Harris, queria “destruir a constituição”. King escreveu: “Isso é ridículo. Como sempre”.

Stephen King, autor de obras como The Shining (1977), It (1986) ou Holly (2023), não é o único a tomar a decisão de abandonar a rede social. Nos últimos dias, várias personalidades e empresas anunciaram igualmente o seu afastamento do X. Casos do jornal inglês The Guardian, que criticou o “conteúdo frequentemente perturbador” encontrado na rede social, ou o jornal espanhol La Vanguardia, que apontou o X como uma “câmara de eco” para desinformação e teorias da conspiração.

De acordo com o The Guardian, a atriz Jamie Lee Curis, o jornalista Don Lemon e o clube alemão St. Pauli também vão desativar as suas páginas na rede social. A atriz norte-americana diz que o X  já não é lugar para “debate e discussão honestos, transparência e liberdade de expressão”, enquanto o clube sediado em Hamburgo fala numa “máquina de ódio”.

O Centro de Combate ao Ódio Digital também abandonou o X esta semana. Também segundo o The Guardian, a organização que monitoriza o discurso de ódio na internet critica as mudanças nos termos e condições da plataforma que determinam que todas as disputas legais relacionadas às novas regras terão lugar no estado norte-americano do Texas, o que, segundo o Centro, será benéfico para Elon Musk.

Perante este cenário, uma outra rival do X, a Bluesky, angariou quase um milhão de novos utilizadores, desde as recentes eleições nos EUA, passando para um total de 15 milhões, em todo o mundo. Em setembro, tinha 9 milhões, segundo dados citados pelo The Guardian.