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Começou com uma hora de conversa ao telefone entre Vladimir Putin e Viktor Orbán e rapidamente passou a uma troca de publicações e acusações entre o primeiro-ministro da Hungria e Volodymyr Zelensky na rede social X.

Estas são as semanas mais perigosas da guerra entre a Rússia e a Ucrânia“, escreveu Orbán na publicação na rede social X onde deu a conhecer o longo diálogo com o Chefe de Estado russo. Na mensagem, o governante húngaro afirma estar a tomar “todos os passos diplomáticos possíveis para argumentar a favor de um cessar-fogo e conversas de paz”. Já segundo o Kremlin, Vladimir Putin terá dito a Orbán que a posição de Kiev sobre os termos de resolução do conflito “excluíam” a possibilidade de atingir um cenário de paz.

Horas depois da publicação de Viktor Orbán, Volodymyr Zelensky reagiu à conversa entre o primeiro-ministro húngaro e o Presidente da Rússia recorrendo à ironia dizendo que esperava que Orbán não liguasse também ao ex-Presidente sírio deposto, Bashar al-Assad, para o fazer “ouvir a sua palestra de uma hora”.

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Ninguém deve promover a sua imagem pessoal à custa da unidade; todos devem concentrar-se no sucesso comum”, escreveu o Chefe de Estado ucraniano, reforçando que não pode haver conversas sobre o conflito “que a Rússia está a travar contra a Ucrânia, sem a Ucrânia”. Segundo Zelensky, o telefonema entre Orbán e Putin afeta a unidade na Europa — um dos três fatores principais para garantir a paz e a segurança em solo ucraniano.

Para além da coesão europeia no apoio à Ucrânia, Zelensky falou sobre o “compromisso inabalável” dos aliados aos Propósitos e Princípios da Carta das Nações Unidas e ainda a “determinação dos Estados Unidos da América”. Na mesma nota, deixou ainda um agradecimento a Donald Trump, com quem Orbán esteve reunido esta semana, e, de uma forma geral, aos “muitos líderes europeus líderes com quem já estão a trabalhar para encontrar as soluções certas e fortes para uma paz verdadeira”.

A “conversa” não ficou por aqui.  Viktor Orbán pronunciou-se, de seguida, sobre a publicação de Zelensky, acusando o Presidente da Ucrânia de não estar interessado em chegar a um acordo de paz. O primeiro-ministro, na sua resposta, disse que, nos últimos momentos da presidência da Hungria no Conselho da União Europeia, a sua comitiva fez “novos esforços” para atingir uma resolução de paz.

Propusemos um cessar-fogo no Natal e uma troca de prisioneiros em larga escala”, anunciou o governante húngaro, sublinhando que é “triste” que Volodymyr Zelensky tenha “rejeitado e excluído” esta opção diplomática proposta pela Hungria. Por fim, Orbán desvalorizou os comentários do Chefe de Estado ucraniano, afirmando que “fizeram o que podiam”, apesar de os seus esforços não serem reconhecidos por Zelensky.

O chefe do Executivo húngaro não revelou detalhes adicionais sobre este acordo de cessar-fogo proposto pela Hungria e não explicou se o documento também foi apresentado a Vladimir Putin durante a sua conversa.