Seis militares da GNR vão receber indemnizações por ferimentos em diferentes operações, um dos quais mais de 162 mil euros 22 anos após ter sido atingido por disparo de caçadeira que provocou incapacidade permanente parcial.

Os encargos das decisões esta segunda-feira publicadas em Diário da República serão assumidos pela Secretaria-Geral do Ministério das Finanças, conforme se pode ler nos despachos assinados pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.

A maior indemnização é atribuída ao militar António Pereira, que em 22 de novembro de 2002, aquando de uma entrada em residência para detenção de um homem que se encontrava barricado e armado com uma caçadeira, na zona da Sertã, com vista a um mandado de internamento compulsivo, foi atingido por um disparo de uma espingarda caçadeira.

O militar da GNR ficou com “ferimentos graves num dos membros superiores” tendo ficado com incapacidade permanente parcial. Desta forma, e passados mais de 22 anos, ao agora cabo-chefe é atribuída uma indemnização de mais de 162 mil euros.

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Também em novembro de 2002, o cabo Luís Rodrigues foi “violentamente agredido” quando prestava serviço de patrulha às ocorrências do Posto Territorial da Trafaria e foi chamando para “cessar o ruído excessivo proveniente de uma festa, onde participava um elevado número de indivíduos, que reagiu de forma hostil”.

As sequelas permanentes que afetam a sua capacidade de trabalho levaram uma junta médica a atribuir-lhe incapacidade permanente parcial, tendo visto agora ser-lhe atribuída uma indemnização de cerca de 33 mil euros.

Já o militar Cláudio Silva de Almeida, que foi atingido pelos estilhaços de uma granada de mão, aquando de uma operação com vista à captura de um indivíduo que se barricara no interior de um café no Pinhal Novo, Setúbal, com armas de fogo e engenhos explosivos, viu ser-lhe atribuída uma indemnização de cerca de 32 mil euros.

Desde novembro de 2013 que este primeiro-sargento tem sequelas permanentes que afetam a sua capacidade de trabalho.

Em 2016, o cabo Rui Marques, do Comando Territorial de Castelo Branco, apesar de ter um colete balístico, foi atingido, na zona do peito, por um tiro de espingarda caçadeira durante a execução de um mandado de detenção, tendo sido agora contemplado com uma indemnização de 10 mil euros.

Ao guarda principal José António Rodrigues, foi-lhe atribuída uma indemnização de cinco mil euros, depois de em 22 de dezembro de 2020, quando prestava serviço no Comando Territorial de Santarém, ter sido atingido e ficado ferido por homem sob o qual pendia um mandado de detenção e condução que recebeu os militares da GNR com vários disparos.

O também guarda principal Bruno Sousa, igualmente do Comando Territorial de Santarém, irá receber uma indemnização de cinco mil euros, depois de ter sido atingido no colete balístico que vestia, e o que lhe provocou ferimentos.