O condutor do Cybertruck da Tesla que explodiu à porta do Trump Hotel no primeiro dia do ano era um soldado das Forças Especiais dos Estados Unidos da América, avança a CNN. A identidade do militar ainda não foi divulgada publicamente, mas sabe-se que o homem estava de licença. Segundo as autoridades, o veículo foi alugado no Colorado e chegou a Las Vegas pelas 7h30 de quarta-feira. Cerca de uma hora depois o Cybertruck estava já junto ao hotel de 64 andares, onde esteve parado entre 15 a 20 segundos até que se deu a explosão.
O homem que conduziu o Cybertruck — e que foi agora identificado — foi captado pelas câmaras de vigilância a circundar o Trump Hotel uma hora antes do momento da explosão. O militar, que ainda estava no ativo, estava de licença e tinha vindo recentemente da Alemanha, onde esteve a prestar serviço, avançaram três fontes próximas do caso à CNN. O homem era sargento-mor e pertencia ao 10.º grupo de Forças Especiais do Exército norte-americano.
Veículo da Tesla explode e faz um morto à porta de hotel de Donald Trump em Las Vegas
Apesar de a sua identidade não ter sido ainda divulgada publicamente, a agência de notícias Associated Press (AP) avançou que, de acordo com fontes oficiais, se trata de Matthew Liversberger, uma informação que ainda não foi confirmada pelas autoridades norte-americanas. Liversberger tinha 37 anos e foi a única vítima mortal da explosão — o xerife de Las Vegas avança que o corpo estava carbonizado e irreconhecível e tinha um ferimento de bala na cabeça, que terá sido auto-infligido.
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O El País detalhou entretanto que a morte de que falamos é a do militar que alugou e conduziu o veículo e que acabou por morrer queimado no interior do mesmo. Segundo o jornal espanhol, nas últimas horas o FBI revistou a casa do militar norte-americano, no Colorado, de onde partiu até Las Vegas (uma viagem de cerca de 10 horas). Matthew Livelsberger juntou-se ao grupo de elite norte-americano conhecido por ‘Boinas Verdes’ em 2006 e esteve colocado em Fort Liberty, uma base na Carolina do Norte onde os militares são treinados em estratégias de contraterrorismo.
Após a explosão, a polícia encontrou botijas de gás de campismo e fogo de artifício no interior do Cybertruck, sendo que, segundo as autoridades, a estrutura que compõe o veículo ajudou a conter parte dos danos da explosão. As imagens difundidas pelas televisões norte-americanas mostravam um Tesla Cybertruck cinzento envolto numa nuvem de fumo.
A explosão ocorreu horas depois de um ataque em Nova Orleães, no qual um alegado antigo militar norte-americano, identificado pelo FBI como Shamsud Din Jabbar, de 42 anos, lançou o carro em que seguia contra uma multidão que festejava o Ano Novo no histórico Bairro Francês, fazendo pelo menos 10 mortos e 30 feridos.
O que se sabe sobre o atropelamento em Nova Orleães que está ser investigado como ato terrorista
Os veículos usados nos dois eventos que aconteceram no início do novo ano foram levados a cabo por militares (um no ativo e outro já veterano) e tinham sido alugados através do site Turo — cuja empresa já disse estar disponível para cooperar. Por todas as estas semelhanças, as autoridades norte-americanas estão agora a investigar possíveis ligações entre os dois ataques.
Atualizado às 18h04