As metas para a dívida pública estiveram sempre a mudar e, como em quase todos os indicadores sobre contas públicas, o sentido foi sempre o contrário ao esperado.

O que a ‘troika’ e o Governo acreditavam no início do programa que iria acontecer e o que aconteceu são duas realidades distintas. Por exemplo, no acordo inicial a dívida pública nunca, entre 2010 e 2015, seria superior a 108,6% e o valor máximo deveria acontecer apenas em 2013.

A realidade foi que logo em 2011, primeiro ano do programa, a dívida atingiu 108,3% do produto. Mas o que veio a seguir demonstrou, ainda mais, o fosso face às projeções das autoridades: a diferença entre o valor mais alto previsto inicialmente e o que se verificou foi de mais de 20 pontos percentuais do PIB, o que, usando como base o valor do produto de 2013, resultou numa diferença de quase 33,5 mil milhões de euros.

A ‘troika’ e o Governo esperam, mais uma vez, que a dívida comece a descer no ano em curso, mas as necessidades de financiamento das empresas públicas e as novas regras das contas nacionais, que obrigarão a incluir na dívida muitas empresas que estão fora do perímetro nesta altura e que serão publicas em setembro pelo Eurostat, preparam-se para trocar as voltas ao Governo.

Para já, fica o registo do final de 2013: 129% do PIB.

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