Centenas de pessoas concentraram-se, este domingo, frente à embaixada dos Estados Unidos em Madrid para protestar contra a visita oficial do Presidente Barack Obama a Espanha.

Obama, que já foi recebido pelo Rei Filipe VI, falou de um “país amigo e decisivo no mundo” e da “grande aliança” que os dois países têm e lembrou ainda que a sua primeira visita a Espanha, enquanto jovem, foi de mochila às costas.

Mais tarde, o presidente norte-americano reúne-se com o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, no Palácio da Moncloa.

Esta visita motivou manifestações frente à embaixada dos Estados Unidos com a porta-voz das Marchas da Dignidade, Ángeles Maestro, a afirmar as cerca de 200 pessoas estão ali para denunciar as “mentiras do imperialismo”, considerando que Obama tem mãos “manchadas do sangue”, apesar de ter recebido o Prémio Nobel da Paz de 2009.

No entanto, destacou que não se trata de uma manifestação direta contra Barack Obama porque “se não fosse ele, era outro” a seguir as mesmas políticas que reprimem países e pessoas.

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Os manifestantes estão ainda contra o Tratado de Comércio que está a ser negociado entre a Europa e os Estados Unidos (TTIP) porque “rompe com a legislação soberana dos países” para dar poder às grandes empresas norte-americanas.

Também a NATO foi falada no protesto, que foi vigiado por dezenas de polícias.

Esta é a primeira visita oficial de Obama a Espanha, mais foi encurtada devido à ida de Obama à cidade de Dallas, no Estado do Texas nos Estados Unidos, depois do homicídio de cinco polícias na quinta-feira.

A propósito desta visita, Obama deu uma entrevista ao jornal El País por escrito em que falou de vários temas, como as migrações, o terrorismo islâmico, entre outros, mas também sobre a débil economia europeia.

Segundo Obama, foi devido a uma estratégia de lidar com a crise com medidas de austeridade que a Europa está nesta situação enquanto os Estados Unidos preferiram apostar em reformas e investir em vários setores.

“É certo que alguns países europeus adotaram uma estratégia económica diferente, com medidas de austeridade. Creio que essa é uma das razões porque a Europa está a ter um crescimento mais lento”, afirmou, referindo que só agora a Europa está a começar a recuperar e, mesmo assim, com diferenças entre os países, continuando alguns a sentirem-se frustrados com os resultados da integração das economias e da globalização.