A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) aconselhou esta quinta-feira os proprietários de veículos danificados no incêndio de quarta-feira no estacionamento do festival Andanças, em Castelo de Vide, a acionarem os respetivos seguros individuais, por forma a serem indemnizados.

“Independentemente das responsabilidades que vierem a ser apuradas, os lesados que possuam seguros individuais de danos próprios das viaturas que incluam a cobertura de incêndio podem desde já dirigir-se à respetiva seguradora para verem a sua perda indemnizada”, informou a APS em comunicado.

A associação acrescentou que “o mesmo devem fazer os lesados que tenham seguros específicos das mercadorias que eventualmente estivessem dentro das viaturas afetadas”, ressalvando que “só após o apuramento das circunstâncias em que o incêndio ocorreu se pode saber se o risco em questão foi objeto de cobertura por algum ou alguns seguros”.

“Podem estar em causa seguros de responsabilidade – caso se venha a apurar a existência de responsabilidade de alguma pessoa ou entidade, que se consiga identificar – ou seguros de danos que incluam a cobertura específica de incêndio”, apontou a APS.

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O incêndio que deflagrou na quarta-feira num parque de estacionamento nas imediações do festival de dança, que se realiza no distrito de Portalegre, destruiu 422 viaturas e danificou parcialmente outras nove, segundo a Proteção Civil.

Embora sem ferimentos graves, três pessoas foram assistidas no local, duas das quais foram transportadas para o hospital de Portalegre, por inalação de fumos.

No mesmo dia, a organização do festival assegurou ter “um seguro que cobre os danos” resultantes do incêndio, encontrando-se na altura em contactos com a seguradora para fazer uma avaliação.

Na nota emitida esta quinta-feira, a APS informou ainda que “está a efetuar o acompanhamento da situação com o objetivo de apurar a dimensão dos danos cobertos por seguros”, o que “ainda deve demorar algum, atendendo à indefinição que envolve as circunstâncias em que o evento se deu e à multiplicidade de seguros que podem vir a ser acionados”.

Esta quinta-feira, o festival acordou “tranquilo”, segundo a organização, com os festivaleiros a fazer a vida “normal”.

A organização indicou esta manhã que “não há ainda” uma tomada de posição por parte da seguradora com a qual contratualizou o seguro do festival, uma vez que “estão ainda a ser recolhidos dados” junto dos proprietários dos veículos.

Na página oficial do evento na rede social Facebook, uma mensagem dos promotores diz que serão dadas mais informações assim que possível e sublinha ser “muito importante que todos os lesados o reportem à GNR no centro operacional do festival e contactem o seu seguro”.

Além de elementos da Polícia Judiciária (PJ), que continuam a proceder a investigações no local, de manhã a GNR mobilizou para o terreno uma equipa de investigação criminal “reforçada”, disse à Lusa o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Portalegre da GNR, tenente-coronel Carlos Belchior.

“Os trabalhos não só abrangem a continuidade da averiguação das causas do incêndio, como, principalmente, a fase de identificação de viaturas e proprietários que vai ser um trabalho exaustivo devido ao elevado número carros”, disse.

O oficial acrescentou que as causas do incêndio estão por apurar, afirmando que “ainda não há uma posição formal sobre o assunto”, embora os indícios apontem para a “inexistência de mão criminosa”.

O Andanças – Festival Internacional de Danças Populares decorre desde segunda-feira nas margens da albufeira de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide.

Promovida pela PédeXumbo, Associação para a Promoção da Música e Dança, a 21.ª edição do festival espera receber, até domingo, 40 mil visitantes, numa área de 28 hectares.