Os investimentos de Isabel dos Santos em Portugal estão concentrados nos setores da banca, energia e telecomunicações. Fazendo contas às participações em empresas cotadas na bolsa, os interesses acionistas da empresária angolana valiam quase 1800 milhões de euros, segundo o fecho das cotações na sexta-feira. Este valor corresponde às participações no BPI, na NOS, e na Galp, onde o envolvimento acionista de Isabel dos Santos é indireto.

Estas posições fazem de Isabel dos Santos uma das principais acionistas da bolsa portuguesa, posição que saíra reforçada se concretizar a compra de uma participação na Portugal Telecom. Na verdade a empresária já está envolvida nos negócios da PT, na medida em que é a maior acionista da Unitel, onde mantém um litígio com a empresa portuguesa que controla 25%. A operadora móvel angolana foi o ponto de partida para os investimentos de Isabel dos Santos

Aos negócios mais visíveis, junta-se o BIC Portugal, controlado pelo BIC Angola onde Isabel dos Santos tem 42% depois de comprar uma parte da posição de Américo Amorim. O BIC Portugal comprou o BPN em 2012 e admite realizar mais aquisições no setor financeiro em Portugal.

O primeiro grande investimento direto da empresária filha do presidente angolano José Eduardo dos Santos foi a compra de uma participação de 10% no BPI no final de 2008, tendo entretanto quase duplicado a sua posição para 18,6% na sequência da saída do Itaú do capital do banco português.

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Isabel dos Santos avançou para a Zon, tornando-se na maior acionista depois de comprar a participação da Caixa Geral de Depósitos em 2012. É dessa posição que negoceia uma fusão com a Sonaecom, juntando a Optimus e o operador da Sonae no segundo maior grupo de telecomunicações, a NOS. A empresária detém cerca de metade da ZOPT, sociedade que controla a NOS.

Mas o mais valioso investimento em Portugal é a Galp Energia onde, no entanto, a capacidade de intervenção acionista está limitada por uma posição indireta na holding que é controlada por Américo Amorim. Esta situação chegou a ser contestada pelos angolanos no passado recente, que reclamaram uma participação direta no capital da petrolífera, mas que mantém-se para já.

A Amorim Energia tem 38,4% do capital da Galp. A Esperanza, holding liderada pela Sonangol, tem 45% da Amorim Energia. Isabel dos Santos é acionista minoritária da Esperanza, mas não se conhece a exata dimensão da sua participação. Considerando que terá até 49% da empresa que controla 45% da Amorim Energia, o investimento indireto na Galp poderá valer quase 800 milhões de euros.

A empresária terá ainda investimentos imobiliários em Portugal a título pessoal.