Começa esta quinta feira uma nova edição do NOS Alive e esta lista que aqui segue é apenas uma sugestão, uma hipótese de roteiro para quem tenha medo de se perder pela oferta vasta que os seis palcos e, ao mesmo tempo, tenha preguiça de bolar um plano de navegação. Sim, há The xx e Alt J no palco principal, há Bonobo e Glass Animals no Heineken há Mário Pacheco e Miguel Araújo no EDP Fado Cafe. É uma questão de escolhas. Talvez estas ajudem:

You Can’t Win Charlie Brown

18h00, Palco NOS

Não é aqui que começa o festival — o arranque acontece às 15h com os The Djabalis, no Pórtico, e já dentro do recinto com os Veintiuno no palco Heineken e Rita & o Revólver à mesma hora no Clubbing. Mas é a esta hora que começa a funcionar o palco principal, com um dos três nomes portugueses que por lá vão passar ao longo de outros tantos dias. O primeiro é You Can’t Win Charlie Brown, gente boa dada às coisas da pop com espaço para tudo o que é experiência. Não há mal nenhum em começar com um pouco de melancolia e estes rapazes fazem a coisa sempre com bom gosto.

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Rhye

18h50, Palco Heineken

Ora cá estão eles outra vez, os Rhye, aquela banda que gosta de explicar ao mundo que é possível suar quase sem nos mexermos. É que vai-se a ver e o cérebro também ginga e o coração também tem ancas. Desde que os ponham a bailar, o resto vai atrás, mesmo que ninguém saia do lugar. O grupo que também é conhecido por frases como “então mas são homens que cantam, estas vozes não são de mulheres”. É, acontece. Só têm um álbum, é o mesmo desde 2013, e tem como título Woman. Faz tudo sentido, faz mesmo.

Phoenix

20h50, Palco NOS

Não é uma informação muito agradável mas é a verdade: esta quinta feira é capaz de chover. “No dia em que os Phoenix estão no palco principal? Mas eles são uma banda feita para as coisas do verão? Mas este novo disco é um baile na praia?” Pois é, rapaziada, pois é. Mas e então? Vão chorar? Vão dizer “assim não brinco”? Cresçam e apareçam. Façam vocês o verão acontecer que os homens trazem o disco Ti Amo ao Alive e é coisa para dar em cafuné de alegria.

Ryan Adams

22h00, Palco Heineken

O melhor dos cowboys, o mais perfeito do vagabundo urbano, um herói das guitarras e da música americana vestida de ganga dos pés à cabeça. Ryan Adams vai estar estar entre nós e isso merece todo o nosso carinho e atenção. Nem importa saber se tem disco novo ou não (por acaso tem, chama-se Prisoner), que este rocker-folkie-artista-de-saloon tem tanta canção boa para recordar que qualquer desculpa é boa.

The Weeknd

00h50, Palco NOS

Super-estrela. É isso mesmo. Pop superstar. The Weeknd, o alter ego de Abel Makkonen Tesfaye, o canadiano que começou há uns anos meio embrulhado numa coolness indie que o apontava como promessa mas que se transformou num dos grandes em qualquer parte do mundo, com os álbuns Beauty Behind The Madness (2015) e Starboy (2016), colaborações com Lana Del Rey e Kendrick Lamar, singles-bomba da categoria de “I Feel it Coming” ou “I Can’t Feel my Face” (ambos baseados no mesmo verbo mas isso é pura coincidência) e aquela star quality que joga com o título do disco editado no ano passado.

Batida

01h40, Palco NOS Clubbing

Vejamos. À 01h40 da manhã é assim que se faz. Re-que-bran-ço, boa gente. Toda a África no ritmo desta Batida que é a de Pedro Coquenão, o homem que faz dançar coisas vivas e outras inanimadas, que procura sempre mais sons, mais hipóteses, mais danças, mais Angola para transformar em baile e em crítica social e política — que um não vai sem o outro, não aqui. Além de tudo isto, a parte essencial: é uma farra que não tem comparação.

Cartaz completo e todas as informações sobre o NOS Alive aqui.