Pouco depois de Kim Jong-un e Moon Jae-in terem anunciado o acordo entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, onde se comprometeram a assinar um tratado de paz até ao final do ano e a proceder à desnuclearização da Península da Coreia, houve vários líderes internacionais a reagir — maioritariamente, com mensagens de apoio, mas ainda assim de alguma cautela.

Um dos primeiros a reagir foi o Presidente dos EUA, Donald Trump. “Depois de um ano furioso com lançamentos de mísseis e testes nucleares, está a acontecer um encontro histórico entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Estão a acontecer boas coisas, mas só o tempo o dirá”, escreveu no Twitter. Donald Trump e Kim Jong-un devem reunir-se para uma cimeira inédita no final de maio. Até agora, nem a data concreta nem o local do encontro são conhecidos.

Mais à frente, Donald Trump escreveu ainda: “A GUERRA NA COREIA VAI ACABAR! Os EUA e todo o seu ENORME povo devem estar muito orgulhosos com o que se está a passar na Coreia”. Nesta mensagem, Donald Trump pode dar a entender que, da sua parte, os EUA podem aprovar o tratado de paz para o qual a assinatura dos EUA (tal como da China) é essencial. Porém, os EUA só poderão tomar essa decisão após a aprovação de dois terços do Senado, pelo que esta é uma decisão que não cabe apenas a Donald Trump.

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Num terceiro tweet sobre o assunto, Donald Trump virou-se para a China, país com quem tem mantido uma relação ambivalente, onde mistura o tom cordial dirigido a Xi Jinping com uma guerra comercial. “Por favor não se esqueçam da grande ajuda que o meu bom amigo Presidnete Xi da China deuaos EUA, em particular na fronteira com a Coreia do Norte”, escreveu. “Sim ele, teria sido um processo muito mais longo e duro!”.

Outra parte diretamente interessada neste acordo é a China, que também já reagiu, referindo que o resultado é “positivo”. “É útil para a reconciliação e cooperação entre as Coreias, para a paz e estabilidade na península e para uma resolução política das questões da Península da Coreia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Lu Kang.

Também falou o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que em 2017 chegou a ter mísseis de teste norte-coreanos a sobrevoar o seu território. “É o nosso forte desejo que a Coreia do Norte tome medidas concretas após esta cimeira e a cimeira com os EUA”, disse Shinzo Abe, citado pela AFP.

A partir de Moscovo, falou o porta-voz de Vladimir Putin, Dimitry Peskov. “São notícias muito boas”, disse o porta-voz do Presidente da Rússia, perante o acordo. “Neste caso, olhamos de forma positiva o acordo entre os líderes das duas Coreias e o resultado declarado das negociações.”

Por parte da União Europeia, já falou Donald Tusk, o Presidente do Conselho Europeu. “O que ouvi hoje da Coreia e o que vivi aqui nos Balcãs nos últimos dias deve ser uma boa memória para todos: o impossível torna-se possível e isso depende apenas da boa vontade e da coragem de pessoas individuais”, escreveu no Twitter.

Da NATO, falou o secretário-geral Jens Soltenberg, referindo que aquela aliança militar “apoia plenamente uma solução política para a tensão na península”. “Acolhemos com agrado os progressos feitos hoje e os compromissos que os dois líderes fizeram para resolver os problemas de forma pacífica”, comentou Jens Stoltenberg.

[Veja no vídeo os detalhes, pensados ao pormenor, do encontro das duas Coreias]