Vários clientes de papel comercial do BES estavam esta terça-feira à tarde na audição do presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e a dada altura abandonaram a sala depois de queixas de um deputado do PSD. O deputado Duarte Pacheco queixou-se da assistência de público e a audição esteve prestes a ser à porta fechada para toda a gente. “Foi um fait-divers”, diz um dos membros da direção da Associação de Lesados do BES.

Durante a audição de Carlos Tavares, o deputado do PSD, Duarte Pacheco, alertou para a presença de pessoas na sala que não eram dos grupos parlamentares nem da imprensa, lembrando uma decisão parlamentar sobre esta matéria, que tinha decidido que o público não podia assistir a audições nas comissões parlamentares. O deputado referia-se à entrada de cinco clientes de papel comercial já depois do início da audição a que ficaram a assistir, sem que estes tenham feito qualquer intervenção.

O presidente da comissão parlamentar de orçamento e administração pública, Eduardo Cabrita, contestou esta interpretação, sublinhando que as pessoas em causa não estavam a perturbar a audição. Aliás, para o deputado socialista, foi a intervenção de Duarte Pacheco que perturbou a audição de Carlos Tavares. Cabrita ameaçou colocar a votação a realização de uma audição à porta fechada, o que implicava a saída de jornalistas.

Os cinco clientes de papel comercial do GES acabaram por abandonar a sala por sua iniciativa, para não perturbar os trabalhos. Nos corredores, Nuno Lopes Pereira, da Associação de Lesados do Papel Comercial, contou que tinham decidido abandonar a audição “para não pôr em causa a presença de jornalistas, optámos por abandonar a sala”, contou acrescentando que se tratou de um “fait-divers”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR