O presidente executivo do BCP, Nuno Amado, considerou nesta quarta-feira que a antecipação da entrada em funções da nova comissão executiva do Banco Espírito Santo (BES) é “uma evolução muito positiva” e os primeiros passos para a estabilização do banco.

“Houve este fim-de-semana uma evolução muito positiva com a antecipação da entrada de um novo presidente da comissão executiva e de elementos importantes que o acompanham”, na liderança do BES, disse Nuno Amado à Lusa, à margem da sessão de encerramento das Jornadas Empreendedorismo Agrícola “Cultivar o Futuro”, uma iniciativa conjunta do Millennium BCP, Jornal de Notícias e Diário de Notícias.

O BES comunicou na segunda-feira ao mercado a cooptação de Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato para os cargos de presidente, vice-presidente da comissão executiva e administrador financeiro da instituição, respetivamente.

Nuno Amado frisou que “é uma equipa respeitada, conceituada, profissional e independente de interesses”, considerando que nessa perspetiva “no final do fim-de-semana passado, começou-se a dar os passos claros para a estabilização do banco”, o que “é muito positivo”.

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Questionado pela Lusa sobre a exposição do BCP ao Grupo Espirito Santo, Nuno Amado afirmou que não pode confirmar informação sobre clientes. “Nunca o fizemos e não vamos fazer. A exposição que temos ao Grupo é diversificada, está muito focada nas empresas muito operacionais do grupo e está razoavelmente bem coberta”, disse.

De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na segunda-feira, as nomeações visam substituir “Ricardo Espírito Santo Salgado, José Manuel Pinheiro Espírito Santo e José Maria Espírito Santo Ricciardi, também membros da comissão executiva, que haviam renunciado ao mandato”. O Banco de Portugal (BdP) tinha determinado no domingo a convocação urgente de uma reunião extraordinária do conselho de administração do BES para proceder à cooptação dos novos membros para a comissão executiva. “Esta cooptação será, conforme previsto, objeto de ratificação na assembleia-geral do BES, convocada para dia 31 de julho”, lê-se do documento.

Nas últimas semanas, foram tornados públicos vários problemas no Grupo Espírito Santo (GES), a que se juntam alterações na gestão do BES, com a saída do líder histórico do banco, Ricardo Salgado. Na sexta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que os depositantes do BES têm razões para confiar no banco e afirmou não ter dúvidas quanto à tranquilidade do sistema financeiro português.

Também durante a manhã de sexta-feira, o Banco de Portugal garantiu que o BES detém um montante de capital “suficiente” para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição ao GES, tranquilizando os clientes em relação aos seus depósitos.