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Alemanha não passou dos oitavos na última edição do Europeu, passando em segundo num grupo com Portugal e França antes de perder com a Inglaterra
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Alemanha não passou dos oitavos na última edição do Europeu, passando em segundo num grupo com Portugal e França antes de perder com a Inglaterra

Alemanha não passou dos oitavos na última edição do Europeu, passando em segundo num grupo com Portugal e França antes de perder com a Inglaterra

Alemanha (Grupo A). O crónico candidato e a estranha veia autofágica no regresso de uma grande prova ao país

O último Europeu foi mau, o Mundial ainda pior, mas nem por isso a Mannschaft perde condições para lutar pelo título. Tem um problema – ela própria. O maior opositor da Alemanha é a própria Alemanha.

A Mannschaft, um pouco à semelhança daquilo que acontecia com o Bayern num passado recente, era uma seleção com uma matriz tirada a papel químico de perceção que se tem da Alemanha: confiável. Pode gostar-se mais ou menos, pode ser-se mais ou menos apologista, mas é aquilo que mostra. Um “sim” é um “sim”, um “não” é um “não” e nunca um “talvez”, um “deixa ver” ou um “vai na volta”. No entanto, no Bayern como na seleção, há uma espécie de veia autofágica que parece querer imperar num território que era tudo menos propício a isso mesmo e nem mesmo o facto de uma grande prova internacional voltar ao país com um grupo teoricamente “simpático” a comparar com outros acalma as hostes entre a espiral de acontecimentos.

Três exemplos: 1) uma sondagem feita pelo canal ARD que deixou Julian Nagelsmann e Joshua Kimmich em choque por uma pergunta onde se questionava sobre a necessidade de haver mais jogadores brancos a jogar pelo país (“Esta pergunta é uma loucura. Há pessoas na Europa que tiveram de fugir devido à guerra, a fatores económicos, a catástrofes ambientais, pessoas que simplesmente querem ser acolhidas… Temos de perguntar o que estamos a fazer neste momento”, comentou o técnico); 2) os comentários que se seguiram ao anúncio dos convocados sem Hummels, Goretzka, Grabry, Adeyemi ou Brandt; 3) um recente momento de tensão num treino conjunto entre Rüdiger e Füllkrug que por pouco não chegou mesmo a vias de facto.

Julian Nagelsmann, que substituiu Hansi Flick numa fase em que os jogos particulares pareciam fazer mal à seleção e tornaram-se numa espiral de derrotas, é o selecionador mais novo da competição mas é também o que terá um papel mais decisivo como técnico, mentor, conselheiro e agregador de um grupo. Jogando em casa, com um leque de jogadores que mistura experiência e juventude com qualidade e habituada a ganhar, a Alemanha é tendencialmente uma forte candidata à vitória depois das desilusões no último Campeonato da Europa (oitavos) e Mundial (grupos) mas tem uma particularidade: ao contrário de todas as outras equipas, o principal adversário da Alemanha é a própria Alemanha e a capacidade de focar no essencial.

Alemanha aguarda com ansiedade chegada do Europeu ao país, não só pela organização mas também pelo sonho de voltar a ganhar a prova

BI

  • Ranking FIFA atual: 16.º
  • Melhor ranking FIFA: 1.º (dezembro de 1992 a agosto de 1993, dezembro de 1993 a março de 1994, junho de 1994, julho de 2014 a junho de 2015, julho 2017 e setembro de 2017 a junho de 2018)
  • Alcunha: Mannschaft (A Equipa)
  • Presenças em fases finais: 13
  • Última participação. Oitavos no Europeu em vários países, em 2020
  • Melhor resultado. Vencedor do Europeu da Bélgica em 1972, do Europeu de Itália em 1980 e do Europeu de Inglaterra em 1996
  • Qualificação. Apuramento direto como país organizador
  • O que seria um bom resultado? Regressar a uma final do Europeu

Jogos em 2024

  • Jogo particular, 23/3: França (fora), 0-2 (V)
  • Jogo particular, 26/3: Países Baixos (casa), 2-1 (V)
  • Jogo particular, 3/6: Ucrânia (casa), 0-0 (E)
  • Jogo particular, 7/6: Grécia (casa), 2-1 (V)

O onze

  • 4x2x3x1: Manuel Neuer; Kimmich, Rüdiger, Tah, Mittelstädt; Andrich, Kroos; Musiala, Gündogan, Wirtz; Kai Havertz

O treinador

  • Julian Nagelsmann (alemão, 36 anos, desde 2023)
  • Outros clubes/seleções: Hoffenheim, RB Leipzig e Bayern

Julian Nagelsmann substituiu Hansi Flick na Alemanha, também já teve os seus deslizes mas resultados da Mannschaft foram estabilizando nos últimos meses

O craque

  • Toni Kroos (34 anos, médio do Real Madrid)
  • Outros clubes: Bayern, Bayer Leverkusen e Real Madrid

A revelação

  • Florian Wirtz (21 anos, médio ofensivo do Bayer Leverkusen)
  • Outros clubes: Colónia (apenas formação)

O mais internacional e o maior goleador

  • Lottar Matthäus (150 internacionalizações) e Miroslav Klose (71 golos)

Toni Kroos, que se sagrou campeão europeu pelo Real Madrid, vai fazer a última grande competição internacional aos 34 anos

Os 26 convocados

  • Guarda-redes (3): Oliver Baumann (Hoffenheim), Manuel Neuer (Bayern) e Marc-André ter Stegen (Barcelona)
  • Defesas (9): Waldemar Anton (Estugarda), Benjamin Henrichs (RB Leipzig), Kimmich (Bayern), Robin Koch (Eintracht Frankfurt), Maximilian Mittelstädt (Estugarda), David Raum (RB Leipzig), Antonio Rüdiger (Real Madrid), Nico Schlotterbeck (B. Dortmund) e Jonathan Tah (Bayer Leverkusen)
  • Médios (9): Robert Andrich (Bayer Leverkusen), Chris Fuhrich (Estugarda), Pascal Gröss (Brighton), Ilkay Gundogan (Barcelona), Toni Kroos (Real Madrid), Jamal Musiala (Bayern), Aleksandar Pavlovic (Bayern), Leroy Sané (Bayern) e Florian Wirtz (Bayer Leverkusen)
  • Avançados (5): Maximilian Beier (Hoffenheim), Niclas Füllkrug (B. Dortmund), Kai Havertz (Arsenal), Thomas Müller (Bayern) e Denis Undav (Estugarda)

O centro de estágio

  • Adidas Campus, em Herzogenaurach

A ligação a Portugal

Nascido em Gelsenkirchen, Manuel Neuer, há muito o número 1 da Alemanha apesar da “pressão” de ter no banco um senhor chamado Marc-André Ter Stegen e líder da hierarquia de capitães, fez toda a formação no Schalke 04 e sonhou com os grandes palcos europeus quando foi apanha-bolas na final da Champions de 2004 na cidade, quando o FC Porto de José Mourinho conquistou a competição na final frente ao Mónaco. Seria também contra os dragões que o guarda-redes faria a exibição que iria conduzi-lo para o estrelato: em 2007/08, com uma exibição fabulosa entre defesas à andebol, levou a segunda mão dos oitavos da Liga dos Campeões para as grandes penalidades e fez a diferença para a passagem dos mineiros aos quartos. Em 2011 mudou-se para o Bayern e o Campeonato da Europa é o único título que lhe falta ainda conquistar.

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