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Davide Amado é líder do PS/Lisboa e presidente da Junta de Freguesia de Alcântara
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Davide Amado é líder do PS/Lisboa e presidente da Junta de Freguesia de Alcântara

Leonardo Negrão

Davide Amado é líder do PS/Lisboa e presidente da Junta de Freguesia de Alcântara

Leonardo Negrão

"Carlos Moedas não pode gerir Lisboa pelo TikTok"

Líder do PS/Lisboa critica Moedas, mas não fala sobre o próximo candidato do partido em Lisboa nas próximas autárquicas, mas assume que Mariana Vieira da Silva e Alexandra Leitão seriam boas opções.

Davide Amado, presidente da Junta de Freguesia de Alcântara e líder do PS/Lisboa, considera que a liderança de Pedro Nuno Santos não está em causa independentemente do resultado dos socialistas nas eleições autárquicas de 2025. Em entrevista ao Observador, no programa Vichyssoise, o socialista aponta duras críticas a Carlos Moedas, nomeadamente ao facto de ainda não ter revelado se é recandidato à maior autarquia do país, e acusa-o de gerir a câmara pelo TikTok: “Intitula-se de fazedor, mas é o inaugurador.”

Quanto ao desafio eleitoral e ao melhor candidato do PS à Câmara Municipal de Lisboa, Davide Amado recusa escolher entre Mariana Vieira da Silva ou Alexandra Leitão e assegura que ainda não há uma decisão tomada. Apesar de não se comprometer com um nome, o líder do PS/Lisboa considera positiva uma possível coligação de esquerda que faça frente a Carlos Moedas, sublinhando que se houver pontos convergentes é importante “contar com todos” e defendendo que “ninguém tem de ir sozinho”.

Davide Amado atribui ainda em cima ao Governo todo o “ónus” da aprovação do Orçamento do Estado e considera que as declarações de Joaquim Miranda Sarmento têm “contornos quase de Nárnia” por “sugerir uma espécie de entendimento entre o Chega e o PS”. Defende que o PS tem sido “sereno, prudente e bastante claro”, mas recusa a tese de taticismo e de receio de ir a votos por parte dos socialistas.

[Ouça aqui a Vichyssoise com Davide Amado]

A pimenta de Costa e Sarmento ao som de ABBA

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“Liderança de Pedro Nuno não está em causa nas autárquicas”

As próximas autárquicas vão ser decisivas para a liderança de Pedro Nuno Santos?
As próximas autárquicas vão ser decisivas para o futuro das autarquias nos vários sítios do país e o PS certamente vai ter bons candidatos, vai apresentar boas propostas e vai ter bons resultados. Não está em causa a liderança de ninguém nas autárquicas.

Não acha que vão existir haver leituras nacionais de um eventual mau resultado do PS?
As autárquicas são eleições muito particulares, onde se elegem os políticos de proximidade que gerem o dia a dia de muitas localidades, de muitos territórios, de muitas freguesias e de muitas câmaras. Obviamente que há sempre as leituras nacionais que se queiram fazer, agora são sempre eleições muito particulares e têm a ver sobretudo com aquilo que é a política local, a política autárquica e sobretudo com as propostas que são apresentadas pelos diversos partidos e os intérpretes que são apresentados para executar essas propostas.

Em Lisboa, parecia mais do que encaminhada a candidatura de Marta Temido, que entretanto foi cabeça de lista do PS às eleições europeias e o processo voltou um bocadinho à estaca zero. Qualquer sucessor não correrá o risco de ser encarado com uma segunda hipótese?
O problema de candidatos em Lisboa prende-se mais com o PSD, porque o atual presidente da câmara ainda nem sequer assumiu que era candidato e, com a atual gestão pouco cuidada do município, onde a cidade está praticamente abandonada, quem tem problemas em escolher o candidato à câmara deverá ser o PSD, porque a continuar com esta gestão provavelmente não vejo um grande resultado para Carlos Moedas no próximo ano. O PS terá sempre bons candidatos. O PS está em processo interno de eleições, que começaram no passado de junho para as suas concelhias, terminará agora no próximo outubro com as federações, com estes distritais do PS.

[Já saiu o primeiro episódio de “Um rei na boca do Inferno”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de como os nazis tinham um plano para raptar em Portugal, em julho de 1940, o rei inglês que abdicou do trono por amor.]

Mas consegue reconhecer que estava tudo encaminhado para que fosse Marta Temido, não será Marta Temido e agora quem se seguir será sempre encarado como uma segunda escolha.
Marta Temido seria sempre uma excelente candidata à Câmara Municipal de Lisboa. Neste momento, não é possibilidade ser candidata. Mas o PS não tem como problema possíveis candidatos à câmara. Aliás, qualquer um dos candidatos que são falados na comunicação social seria um bom candidato, portanto o PS está completamente tranquilo, sereno. Obviamente que essa escolha não é uma escolha apenas da estrutura local, será uma escolha partilhada entre as várias estruturas do PS, mas também com a direção nacional.

"A propaganda de Carlos Moedas é diferente da realidade da cidade. Vivemos numa espécie de ilusão que está a ser criada por Carlos Moedas."

“Temos o lixo da cidade num estado como nunca vi”

Há nomes que já começam a ser falados, Mariana Vieira da Silva já mostrou que a corrida autárquica é um caminho a ponderar, é a melhor candidata para defrontar Carlos Moedas?
Mariana Vieira da Silva, Alexandra Leitão, os outros candidatos que são falados são todos bons candidatos. O PS não tem qualquer tipo de problema com os candidatos, o mais importante neste momento é evidenciar o estado em que a cidade está e depois construir um projeto ambicioso para a cidade, que é algo que não temos. Há pouco falava numa cidade abandonada e pouco cuidada, mas se observarmos bem aquilo que é a política da cidade de Lisboa, a única coisa que Carlos Moedas sabe gerir bem é a sua conta de TikTok. E por vezes ainda usa a sua conta de TikTok gerindo a Câmara [através] da sua conta de TikTok, o que é algo muito preocupante. Temos o lixo da cidade e a agenda urbana num estado como nunca vi. Sou presidente de junta desde 2013, sempre houve problemas no recolho de lixo, só que eram pontuais. Aquilo que anteriormente era pontual agora é regular. E segundo o presidente e o vereador há um investimento quer em equipamentos, quer em recursos humanos e o lixo que é produzido na cidade reduziu 5%. Se temos mais meios, se temos mais homens, se temos menos lixo, se o lixo é uma operação logística, algo vai mal no reino da Dinamarca.

Mariana Vieira da Silva, ainda para mais numa altura onde se fala na intenção de poder existir uma frente esquerda para concorrer por Lisboa, é um nome que era interessante para ser aceite nessa frente?
A Mariana Vieira da Silva, a Alexandra Leitão…

Não acha que seja um nome suficientemente bom, acrescente sempre Alexandra Leitão. Prefere Alexandra Leitão?
São todos bons nomes, não tenho qualquer tipo de preferência. Estamos em processo de definição das nossas estruturas internas.

E era importante ter esse nome definido ainda este ano?
É importante começar a preparar uma alternativa que consiga ter um município que cuida da cidade, que tenha projetos para a cidade, que tenha a ambição. Acho que esse projeto tem que ser sempre liderado pelo PS, obviamente, e por todos aqueles que sejam forças progressistas que queiram com o PS construir esse projeto. Quem lidera esse projeto terá que ser alguém do PS e será alguém com capacidade para o liderar.
Mas Carlos Moedas nunca disse que era candidato.

Mas tem dúvidas de que vai ser?
Não sei, ele nunca o disse. Carlos Moedas cuida da cidade muito pouco e a cidade não pode ser gerido pelo TikTok. Por exemplo, fez um vídeo do TikTok do plano de drenagem, que é algo que me incomoda imenso, não o vídeo que até estava particularmente engraçado, mas a forma como se lida com uma situação muito importante para a sociedade. O vídeo do TikTok tem como objetivo a propaganda e a propaganda de Carlos Moedas é diferente da realidade da sociedade. Vivemos uma espécie de ilusão que está a ser criada por Carlos Moedas. Esse TikTok serve para provar que o plano de drenagem está a ser realizado por este executivo. É óbvio para todos que não está a executar. Carlos Moedas está a executar, aliás com atraso, um obra que já estava feita. O plano de drenagem tem dois túneis que estão a ser abertos com uma tuneladora enorme que foi encomendada há anos, foi construída propositadamente para abrir esses túneis. Portanto, isso torna evidente que não foi Carlos Moedas, nem foi este executivo camarário, que teve a iniciativa do plano de drenagem. O plano de drenagem não são só esses dois túneis, existem imensas obras na cidade que estão ligadas a esse plano.

"O PS não tem problema nenhum em ter um entendimento com outras forças políticas. [...] Os partidos, nomeadamente em autarquias, têm de contar com todos. Se houver pontos convergente entre os vários partidos e exista um projeto melhorar para a cidade, ninguém tem de ir sozinho, nem tem a ver com medo."

“Carlos Moedas é o inaugurador, não é o fazedor”

Vai ser preciso uma frente esquerda para o derrotar Carlos Moedas?
Não sei se é preciso uma frente esquerda. O PS não tem problema nenhum em ter um tipo de entendimento com outras forças políticas, aliás, como teve já no passado, quer com partidos políticos quer com movimentos. Para o PS o importante é haver uma alternativa para a cidade que volte a cuidar da e a ter ambição. Carlos Moedas intitula-se o fazedor, mas a única coisa que ele faz é inaugurar a obra que os outros deixaram do passado. Em jeito de brincadeira, costumo dizer que Carlos Moedas é o inaugurador, não é o fazedor. O PS têm que contar com todos. Se houver pontos convergentes dos vários partidos para que exista um projeto melhor para a cidade, ninguém tem que ir sozinho. Não tem a ver com medo ou receio.

E em Lisboa é todos, todos, todos, ou seja, Bloco de Esquerda, Livre e PCP? É uma condição que o PCP também vá? 
O PS tem de liderar qualquer processo de acordo em Lisboa, agora terá de vir quem connosco quiser vir e quiser convergir. Quem com o PS quiser criar um programa e uma estratégia que transforme a cidade e que volte a devolver a cidade aos lisboetas e a cuidar da cidade. Agora, cada um sabe de si, cada um sabe da sua casa, o PCP já veio publicamente dizer que não pretende [fazer parte]. Mas ainda estamos a bastante tempo, não sei se irá alterar ou não a sua posição. É algo que terá que perguntar o PCP.

Há quase 30 anos que a esquerda toda não se entende em Lisboa, a experiência com o Bloco de Esquerda correu mal e mesmo depois da geringonça não foi possível juntarem-se na capital, por que é que agora seria possível e proveitoso?
Neste momento temos um município que usa a propaganda para gerir a cidade. Vou dar um exemplo das habitações: Carlos Moedas diz que entregou 2 mil habitações, isso é uma ilusão porque foram entregues as 2 mil habitações, [mas] mil dessas habitações já estavam lançadas anteriormente pelo PS. Neste momento as habitações que Carlos Moedas pretende lançar são lá para 2030 e temos as outras mil habitações, que são uma ilusão, fazem parte do património do município, cerca de mais de 20 mil habitações, que obviamente vão saindo famílias, vão indo para concurso e vai havendo uma rotação. Portanto, grande parte dessas mil casas, estamos a falar dessa rotação que existe nessas habitações. O que significa que, perante um problema gravíssimo da habitação que existe na cidade, nenhum partido responsável, progressista, pode aceitar que isto seja razoável e pode aceitar este tipo de propaganda

E por isso há urgência em derrotar Carlos Moedas para estancar essa propaganda?
A propaganda tem um resultado: um prejuízo grave para a cidade, para quem cá mora e para quem cá trabalha e isso tem que ser algo que tem que ser estancado e tem que ser travado.

"As declarações do ministro das Finanças, que sugeria uma espécie de entendimento entre o Chega e o PS... estamos a chegar a contornos quase de Nárnia."

“O PS nunca pode ter receio de ser penalizado”

Esta semana, António Costa deu uma entrevista onde defendeu que os governos devem durar quatro anos. É importante haver Orçamento?
Quem tem que ter essa maior preocupação é quem está a governar. O PS tem o programa com que se apresentou há quatro meses, ainda bem fresco na memória de todos, tem tido uma postura responsável naquilo que é o papel que os portugueses lhe conferiram na Assembleia da República. Agora, acho que é altura de irmos todos de férias. Li umas declarações do ministro das Finanças que sugeria uma espécie de entendimento entre o Chega e o PS… Acho que isto está a chegar a ter contornos quase de Nárnia.

A questão é se avançar para umas eleições legislativas agora, com autárquicas no calendário, é um risco acrescido. principalmente para um partido que vai ter quase 60 autarcas a saírem obrigatoriamente por limitação de mandatos.
Acho que a tática não pode ter aqui um fator tão preponderante como todos queremos que tenha e como todos queremos fazer crer. Quando falava em Nárnia é porque, de facto, muitas vezes as declarações de quem tem mais responsabilidade em que o Orçamento seja aprovado, que é o Governo, que tem o ónus de encetar essas negociações e de ter esse objetivo, muitas vezes essas declarações parece que vêm de uma espécie de um reino de Nárnia que estão a querer criar. Isso não ajuda muito. Parece-me que é preciso alguma calma, alguma serenidade.

Não considera que o PS pode vir a ser penalizado por ser o fator de instabilidade, caso não venha a aprovar o Orçamento de Estado? Se isso não prejudicaria as ambições do partido, até para as eleições autárquicas. Pedro Nuno Santos não devia ser mais prudente?
O PS tem sido sereno, prudente e bastante claro desde o início desta legislatura. O PS não vai abdicar de ter o seu papel.

Não receia que possa ser penalizado?
O PS nunca pode ter receio, na política não podemos ter receio de ser penalizados, não podemos ter esse taticismo. Temos de governar perante a confiança que os portugueses nos deram. Nas últimas eleições, os portugueses decidiram não dar a confiança ao PS para que fosse o partido a governar. Portanto, aquilo que o PS tem que fazer é o que tem feito até agora: ser prudente, sereno e nunca fechar a porta à negociação, que foi coisa que nunca fez até agora.

E é prudente o PS chumbar o Orçamento do Estado?
O PS tem de ser prudente na sua política, na sua ação, na sua forma de estar.

Não na tática sobre o Orçamento do Estado.
Não pode ser tática, a política não pode ser tática. Estamos a chegar a um ponto em que temos que pensar
mais nas pessoas, mais nas nossas populações e a tática deve ser algo que deve ser secundarizada naquilo que é a ação. O PS tem estado com uma postura correta naquilo que é a sua posição, respeitando quem votou no PS, mas também respeitando e assumindo que não é o PS que tem de ter esse grande ónus dessa negociação do Orçamento do Estado

“Fernando Medina precisa de uma boa conta de Tik Tok”

Temos que avançar para o segundo segmento do nosso programa, o bloco “Carne ou Peixe”. Quem levava a tomar um café numa das suas voltas pela freguesia de Alcântara: Carlos Moedas ou Luís Montenegro?
Carlos Moedas, uma vez que não perco a oportunidade de lhe dizer quais são os problemas que ele ainda não resolveu, portanto era mais uma oportunidade.

Quem queria levar a um ensaio das marchas do próximo ano já como candidata do PS: Alexandra Leitão ou Mariana Vieira da Silva?
Levaria as duas, ainda por cima adoro as marchas e fomos vencedores da marcha do ano passado.

Quem preferia levar como companhia para o seu jogging à beira rio na zona de Belém: António Vitorino ou Carlos César?
António Vitorino.

Quem está a precisar mais de uma boa conta de TikTok: Pedro Nuno Santos ou Fernando Medina?
Fernando Medina. Estou sempre a brincar com as redes sociais do Fernando Medina.

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