Um encontro com a história marcado para maio de 2024. Depois de uma primeira tentativa falhada em 2019, quando o Chega era ainda um embrião do que se viria a tornar, André Ventura terá uma oportunidade única para entrar no Parlamento Europeu: numas eleições de voto tendencialmente mais livre e num contexto que se perspetiva que venha a ser de grande penalização para o PS e de forte contestação social, o Chega pode conseguir eleger dois ou mais eurodeputados. A concretizar-se este cenário, pode estar em causa uma reconfiguração da direita em Portugal e do papel do Chega na Europa.
De resto, o tema das eleições europeias – tal como o da Madeira – foi peça fundamental nas quatro intervenções de André Ventura durante os três dias em que decorreu a 5.ª Convenção do Chega. “Vamos ter o melhor resultado da nossa história”, prometeu várias vezes o líder do partido. Não é, de todo, uma missão impossível. Nas várias conversas que destacados dirigentes do partido foram tendo com o Observador, ninguém se comprometeu com um número mágico, mas a bitola está alta: eleger três eurodeputados, acredita-se no Chega, é perfeitamente possível.
Ao contrário do que acontece em legislativas, os votos nas europeias, tal como nas presidenciais, são contabilizados num único grande círculo nacional – que tende a favorecer os partidos mais pequenos. Sendo o Chega um partido que é tradicionalmente prejudicado porque muitos dos seus votos são contabilizados em distritos onde se elegem dois ou três deputados (que vão caindo para PSD e PS por causa do método de Hondt) as próximas europeias permitirão aferir a sua verdadeira força em todo o território nacional.
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