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Da Catalunha à Galiza, passando por Lisboa: o verão institucional de Leonor, a princesa das Astúrias

Uma entrega de prémios na Catalunha, uma cerimónia militar na Galiza e a simbólica visita a Lisboa estão na agenda de verão da princesa Leonor, com um atarefado mês de julho até às férias em Maiorca.

Acabado o primeiro ano dos três da sua formação militar, Leonor, a princesa das Astúrias, ainda não está pronta para as suas férias de verão. Depois de no passado mês de outubro ter atingido a maioridade e jurado a Constituição, a herdeira do trono espanhol tem assumido uma agenda própria cada vez mais preenchida e institucional. Este mês de julho reserva-lhe uma série de eventos sendo a visita a Portugal no próximo dia 12 especialmente importante. Marcelo Rebelo de Sousa fez o convite, a casa real aceitou e o Presidente vai receber a futura Rainha de Espanha no Palácio de Belém, naquela que é a primeira viagem oficial da princesa ao estrangeiro. A passagem de algumas horas por Lisboa será curta, mas carregada de simbolismo e acrescenta uma camada à já densa relação entre Portugal e Espanha. As férias só deverão chegar mesmo em agosto, em família e em Maiorca, se se cumprir a tradição.

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Na próxima sexta-feira, 12 de julho, a princesa Leonor será recebida por Marcelo Rebelo de Sousa num dia simbólico para os dois países em que a agenda vai estar focada na “proteção do meio ambiente e na conservação dos oceanos”. A herdeira vai viajar acompanhada pelo ministro dos Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação, José Manuel Albares. Já em Lisboa vai juntar-se à comitiva o homólogo português, Paulo Rangel.

A escolha de Portugal como destino da primeira deslocação oficial ao estrangeiro tem um importante significado, “reflete e fortalece os laços de fraternidade e proximidade que unem os dois países”, como se pode ler no comunicado publicado tanto no site da Presidência da República e no site do equivalente ao ministério dos negócios estrangeiros espanhol.

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A relação entre os dois países vai muito além da vizinhança. Os avós do Rei Felipe VI, D. Juan e dona Maria de las Mercedes, condes de Barcelona, fizeram do Estoril a sua casa durante o exílio a que a ditadura de Franco os obrigou. Foi em Portugal que D. Juan Carlos cresceu e de onde partiu aos 10 anos rumo a Madrid para se tornar um dia o sucessor de Franco. A manutenção de uma boa e forte relação entre Portugal e Espanha também se faz de gestos recheados de simbolismo entre a presidência de um país e a casa real do outro. Já em 2014, os novos reis Felipe e Letizia ascenderam ao trono a 19 de junho e logo cinco dias depois o ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol anunciava uma visita a Portugal a convite de Aníbal Cavaco Silva. Os reis estiveram em Portugal a 7 de julho, foi a primeira paragem de um roteiro pelos países vizinhos, que incluiu também Marrocos e França. Só não foi a primeira visita ao estrangeiro dos novos soberanos, porque antes foram ao Vaticano onde estiveram com o Papa Francisco.

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“Nós, os monárquicos, ficamos muito contentes” com a visita da princesa Leonor, diz ao Observador João Távora, presidente da direção da Real Associação de Lisboa uma estrutura regional da causa real, e acredita haver, sem dúvida, simbolismo no facto de Portugal ser escolhido como o primeiro destino exterior para uma visita oficial da herdeira. “Penso que é um sinal de grande elegância de um país vizinho, com o protagonismo desta instituição que vai perdurar anos e que aprofunda de facto a relação entre os dois povos.” E confessa ter até “uma certa inveja dos nossos vizinhos do lado” por “poderem exibir esta fórmula elegante de chefia de estado e de preparação”.

“Temos pena de não podermos ter a nossa família real a poder ter o seu papel simbólico de corresponder a esta visita”, diz João Távora e, questionado sobre se a família dos duques de Bragança participará em algum momento desta visita, acredita que não. “Se houvesse programa social, o Presidente costuma convidar os duques de Bragança nestas ocasiões com famílias reais. Mas como o programa é todo muito protocolar, tem uma agenda muito fechada, não me parece.”

Na véspera da visita da princesa Leonor, haverá um jantar de tertúlia no qual o antigo embaixador José de Bouza Serrano será o convidado “para falar dos novos desafios das monarquias europeias” e para “contar as histórias da sua passagem pelos principais países monárquicos, e o conhecimento que travou nas principais casas reais”. Este encontro é um jantar informal que acontece uma vez por mês e no qual há sempre um convidado. As inscrições estão abertas a quem quiser participar, basta uma inscrição na página da organização no Facebook, com um limite de 40 lugares e prioridade para os associados.

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A princesa Leonor durante a cerimónia do de entrega do diploma, no fim da sua formação na academia em Saragoça, em julho de 2024
Europa Press via Getty Images
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A família real na varanda do Palácio Real, a 19 de junho, nas celebrações dos 10 anos de reinado de Felipe e Letizia
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A herdeira a fazer o juramento da Constituição em outubro do ano passado, no dia em que completou 18 anos
POOL/AFP via Getty Images

É preciso recuar a junho de 1983 para encontrar a primeira viagem oficial ao estrangeiro do atual Rei. O então príncipe Felipe, com 15 anos, foi enviado à Colômbia em representação do Rei Juan Carlos para as celebrações dos 450 anos de fundação de Cartagena das Índias, a capital do país. Ao príncipe das Astúrias juntar-se-ia mais tarde o então primeiro-ministro espanhol, Felipe González, que viajou em outro avião. Na agenda estava uma visita à catedral da cidade, uma revista às tropas e um ato solene na Academia de História de Cartagena, no qual também estiveram presentes 16 líderes da América Latina.

À chegada, Felipe foi recebido pelo Presidente colombiano da altura, Belisario Betancur, que em 2014 recordou o momento. “O Rei don Juan Carlos tinha-me ligado em antecipação e disse-me ‘envio-te o rapaz, cuida dele que é apenas um menino’”, disse o ex-Presidente, citado na Hola, a propósito da ascensão ao trono de Felipe VI. “Deveria ter a timidez de um menino própria da sua idade a enfrentar os protocolos oficiais, mas como tinha crescido na realeza, a sua timidez era uma sombra porque movia-se com desenvoltura.” O político acrescentou que o jovem príncipe “não se esquivava a nenhuma conversa e nunca ostentava o seu estatuto”. Betancour contou ainda que dona Sofia também fez a sua própria chamada, mas para a primeira dama colombiana. “É um bebé e não tem idade de merecer”, terá dito a rainha.

Uma passagem pela Catalunha ainda antes da viagem a Portugal

Na próxima terça-feira, 9 de julho, Leonor e Sofia vão à Catalunha a propósito do Prémio Princesa de Girona. As duas irmãs vão ter momentos da agenda sem a presença dos pais, como por exemplo uma visita das duas irmãs ao atelier do artista escultor Jaume Plensa em Barcelona. No dia seguinte, a família real vai participar na cerimónia de entrega dos prémios, que celebra também os 15 anos da fundação “que trabalha para acompanhar os jovens no seu desenvolvimento de competências, o seu impulso profissional e no bem estar emocional”, segundo se pode ler no site da instituição. A celebração de 10 de julho terá lugar no Palácio do Congressos Costa Brava de Lloret de Mar. Leonor, que é princesa das Astúrias e Girona, será, claro, protagonista.

A agenda oficial continua e termina em Maiorca, onde começam depois as férias do verão

A próxima paragem da agenda da princesa Leonor é em Marín, na Galiza. A herdeira vai acompanhar os pais à entrega de diplomas aos alunos da Escola Naval Militar, onde ela própria vai ingressar no final de agosto. Ainda no fim do mês de julho, mais precisamente no dia 26, os reis deverão assistir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos em Paris e, segundo o El País, é possível que a princesa Leonor os acompanhe. Para dois dias à frente no calendário está marcada a inauguração da Copa del Rey Mapfre em Palma de Maiorca, a competição de vela que tradicionalmente conta com a presença da família real. Em agosto a família real goza em Maiorca das suas férias de verão.

Para trás já está o aniversário de reinado de Felipe VI e o diploma militar

As grandes celebrações deste verão começaram a 19 de junho, quando Felipe VI completou 10 anos de reinado. A agenda de eventos começou pela manhã com a atual família real, composta pelos reis e pelas duas filhas, na varanda do Palácio Real a assistir ao render da guarda real e um verdadeiro desfile militar no pátio do palácio que dá para a Catedral de Almudena, a Praça da Armeria. Depois houve uma cerimónia no interior do palácio na qual o Rei discursou e atribuiu condecorações da Ordem de Mérito Civil a 19 cidadãos de diferentes idades e profissões, um por cada comunidade autónoma mais Ceuta e Melilla. De seguida, um almoço com os homenageados contou com umas palavras das duas filhas dos reis.

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“Mamã, papá, majestades”, começou a princesa Leonor. “Nestes 10 anos aprendemos com os nossos pais o que significa o compromisso que nós os quatro temos com todos os espanhóis”, prosseguiu a infanta Sofia. A herdeira pediu aos presentes um brinde pelos pais e reis que ensinaram a ambas “o valor desta instituição” desde que nasceram. Na segunda parte das celebrações foram Leonor e Sofia as protagonistas numa visita à Galeria das Coleções Reais com um grupo de 40 jovens da sua geração, à noite juntaram-se aos pais para ver um espetáculo de música e de projeções no palácio.

As duas filhas dos reis viajaram para Madrid para participarem nestas celebrações. A princesa Leonor está na fase final da sua formação militar no exército de terra na Academia Militar de Saragoça. No final do verão integrará a Armada em Marín, em Pontevedra. A infanta Sofia, por seu lado, está a estudar no colégio no País de Gales onde também estudou a irmã. Os reis eméritos, Juan Carlos I e Sofia não marcaram presença nos eventos.

O mês de julho começou em modo militar com uma cerimónia que marcou o fim da formação de 10 meses da herdeira e seus colegas na Academia Militar de Saragoça. No dia 3 a princesa Leonor recebeu o diploma e a Gran Cruz do Mérito Militar das mãos do Chefe Supremo das Forças Armadas, o Rei e seu pai. Na cerimónia também estavam dona Letizia que deu um apertado abraço à filha, a infanta Sofia e a ministra da Defesa, Margarita Robles. Leonor integrou a formação em 2023 e fez dois cursos num ano com o juramento de bandeira pelo meio. Vai continuar a sua formação militar durante mais um ano, mas a partir de agosto será na Escuela Naval de Militar de Marín e a bordo do navio-escola Juan Sebastián de Elcano. No ano letivo de 2025/26 a formação será no campo aéreo e a princesa vai integrar a Academia General del Aire de San Javier. Depois, seguem-se os estudos universitários.

Em outubro começou a nova fase da vida da herdeira

Em outubro passado Leonor fez 18 anos e como manda a tradição, a maioridade da herdeira traz consigo o juramento da Constituição no Congresso dos Deputados e assim aconteceu no dia 31. Foi um dia de festa em Espanha e cumpriu-se um dos atos institucionais mais importantes do país. A partir daquele momento, a princesa das Astúrias passou a reunir as condições constitucionais necessárias para aceder ao trono de Espanha, ser Rainha e chefe de Estado.

Além do momento solene que estava marcado para as 11h00 da manhã em Madrid (10h00, em Lisboa), o dia contou ainda com a atribuição da colar de Carlos III, a mais alta distinção de Espanha. As celebrações deste dia desenvolvem-se em três cenários: o Congresso dos deputados, o Palácio Real e o Palácio do Pardo. Os reis eméritos voltaram a ser a ausência mais notada. Contudo sabe-se que o Rei emérito viajou de Abu Dhabi e ambos os antigos soberanos estiveram presentes na festa de aniversário privada de Leonor, no Palácio do Pardo.

“Peço-vos que confiem em mim.” A mensagem da princesa Leonor para os espanhóis no dia do seu juramento da Constituição

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