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Na Assembleia Geral das Nações Unidas, atribuindo um carácter universal à guerra na Ucrânia, Volodymyr Zelensky quis chegar a países mais afastados noutras latitudes

Anadolu Agency via Getty Images

Na Assembleia Geral das Nações Unidas, atribuindo um carácter universal à guerra na Ucrânia, Volodymyr Zelensky quis chegar a países mais afastados noutras latitudes

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Do desarmamento nuclear da Rússia ao acordo de cereais: os 5 objetivos de Zelensky no discurso na ONU (e será que vai atingi-los?)

No discurso na ONU, Zelensky quis garantir apoios, ganhar parceiros para fórmula de paz, tentar o desarmamento nuclear da Rússia, voltar ao acordo de cereais e denegrir Putin. Vai alcançar objetivos?

Foi recebido no palanque da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) com um forte aplauso. Esta terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um discurso de 15 minutos perante vários líderes mundiais, deixando várias acusações à Rússia e lembrando que a guerra na Ucrânia não tem um efeito limitado na Europa — afeta todo o mundo. A assistir à intervenção do Chefe de Estado ucraniano esteve Dmitry Polyanskiy, o número dois da diplomacia russa na ONU, que parecia ignorar — concentrado no telemóvel e rindo-se em certas ocasiões — as duras palavras do líder da Ucrânia.

Na Assembleia Geral das Nações Unidas, atribuindo um carácter universal à guerra na Ucrânia, Volodymyr Zelensky quis chegar a países mais afastados noutras latitudes, que não compreendem as implicações do conflito no mundo ou que revelam uma certa simpatia (ou a simples anuência) face à Rússia. Mas este esteve longe de ser o único objetivo do Chefe de Estado ucraniano; durante o discurso, focou a crise alimentar, a garantia de segurança coletiva e até armas nucleares.

O palco oferecido na Assembleia Geral das Nações não será o único para Kiev sublinhar a importância do apoio à diplomacia ucraniana. Esta quarta-feira, Volodymyr Zelensky sentar-se-á no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde está previsto que se sente frente a frente com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov. No dia a seguir, o Chefe de Estado ucraniano discursará no Congresso norte-americano e estará na Casa Branca, com o Presidente norte-americano, Joe Biden.

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Olena Zelenska esteve presente na Assembleia Geral da ONU e ouviu o marido

AFP via Getty Images

Quais serão, então, os cinco objetivos do líder da Ucrânia com os vários pontos enunciados durante o discurso nas Nações Unidas? Será que vai conseguir obter alguma vitória diplomática, ou o encontro com as autoridades norte-americanas, as principais parceiras de Kiev desde o início da invasão, acabará por ser mais importante?

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Continuar a garantir apoio político-militar (principalmente dos Estados Unidos) e rejeitar cedências

Mesmo com uma contraofensiva em curso que pode não ter os efeitos inicialmente desejados, Kiev continua empenhado numa maratona diplomática para angariar apoios que lhe permitam continuar a fazer frente à Rússia. Sem os pacotes militares e de ajuda humanitária enviados principalmente pelos Estados Unidos e pela União Europeia, seria difícil que a Ucrânia conseguisse resistir.

Ainda recentemente, a Dinamarca e os Países Baixos anunciaram que vão doar 61 caças F-16, numa coligação internacional de que Portugal faz parte (apenas treinando pilotos). Nos últimos dias, a Alemanha revelou um novo pacote de ajuda militar no valor de 400 milhões de euros, enquanto Espanha indicou que enviará mais veículos blindados. E os Estados Unidos deverão aprovar um novo pacote de ajuda avaliado em 21 mil milhões de dólares (cerca de 19,6 mil milhões de euros).

epa10840751 A handout picture made available by the presidential press service shows the armed car escorts Ukrainian President Volodymyr Zelensky during his working visit to the Donetsk region, Ukraine, 04 September 2023 amid the Russian invasion. During the visit, President Volodymyr Zelenskyy visited the command posts of the military units defending Ukraine as part of the Donetsk operational and tactical group. Russian troops entered Ukrainian territory in February 2022, starting a conflict that has provoked destruction and a humanitarian crisis.  EPA/PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT  HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

Mesmo com uma contraofensiva em curso que pode não ter os efeitos inicialmente desejados, Kiev continua empenhado numa maratona diplomática

PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT/EPA

Com o inverno pela frente e a aguardada estagnação das linhas avançadas de combate, e ainda que tenha garantido apoios do Ocidente, o Presidente ucraniano teme que se comece a exercer uma pressão internacional para que a Ucrânia se sente à mesa das negociações e seja obrigada a aceitar as condições de Moscovo, mesmo que estas impliquem perda de territórios. Neste sentido, no discurso perante a Assembleia Geral, Volodymyr Zelensky frisou que, “pela primeira vez na história moderna”, a comunidade internacional tem uma oportunidade pars “terminar com a agressão nos termos da nação que foi atacada”.

A acrescer a esta pressão internacional para continuar a manter e ganhar apoios estão as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024, que poderão representar um volte-face na ajuda norte-americana. Certos setores do Partido Republicano, de que faz parte o principal candidato às primárias — o ex-Presidente Donald Trump —, querem terminar o conflito o mais cedo possível, mesmo que isso leve a perdas de territórios para a Ucrânia.

Assim sendo, com esta viagem aos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky pretende convencer os céticos de que vale a pena continuar a apoiar a Ucrânia. Ainda assim, não será fácil. O presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, que se vai encontrar com o líder ucraniano, já garantiu que não vai prometer mais ajuda militar, fazendo questão de enfatizar que quer entender para onde foram os “fundos” norte-americanos enviados para Kiev ao longo de mais de um ano e meio de conflito. “Qual é o plano para a vitória? Eu penso que são questões que todos querem saber.”

Desfecho: Para já sim, depois logo se vê

Volodymyr Zelensky ainda consegue reunir apoios militares, mas será difícil expandi-los para fora dos atuais parceiros. Se o Partido Republicano vencer em 2024, não é certo que o apoio norte-americano vá continuar. Não obstante, afigura-se como provável que o Presidente ucraniano tenha afastado, pelo menos num futuro próximo, negociações ditadas pela Rússia.

Ganhar apoios para a fórmula de paz e para uma grande cimeira

Ainda que não queira negociações ditadas por outra potência ou pela Rússia, a Ucrânia tem apresentado à comunidade internacional uma fórmula para a paz, sendo organizadas cimeiras propositadamente para debater a proposta que visa terminar com as hostilidades nos territórios ucranianos. “Houve conversas importantes e consultas que tiveram lugar em Hiroshima, em Copenhaga, em Jeddah para implementar a fórmula de paz”, revelou Volodymyr Zelensky.

"Houve conversas importantes e consultas que tiveram lugar em Hiroshima, em Copenhaga, em Jeddah para implementar a fórmula de paz"
Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia

Tendo conseguido contar com a presença de países do Sul Global e com a China nessas reuniões, a diplomacia ucraniana quer prosseguir com estes esforços e envolver ainda mais países. “Mais de 140 Estados e organizações internacionais apoiaram a fórmula de paz ucraniana total ou parcialmente. Está a tornar-se global”, sinalizou o Chefe de Estado ucraniano.

Para isso, a Ucrânia tem preparada uma grande cimeira da paz, com o objetivo de que mais países se juntem à fórmula, colocando totalmente de lado as exigências russas para terminar com o conflito e levando ao limite do possível o isolamento de Moscovo. A Assembleia Geral da ONU foi, por isso, uma excelente plataforma para Volodymyr Zelensky lançar o convite: “Convido-vos a todos — a todos aqueles que não toleram qualquer a agressão — para prepararem connosco a cimeira.”

Desfecho: É provável que isso aconteça

A referência à fórmula de paz poderá ter um efeito positivo na realização da cimeira e ajudar a Ucrânia a ditar os termos para a paz. Afigura-se como provável que Volodymyr Zelensky ganhe ainda mais apoios após o discurso, ainda que se afigure como altamente improvável (não seria arriscado dizer impossível) que potências de maior relevo, como a China, adiram ao bloco pró-Ucrânia no conflito.

Tentar que a Rússia não tenha armas nucleares

No início do discurso, Volodymyr Zelensky recordou um dos motivos para a fundação das Nações Unidas. “Uma Terceira Guerra Mundial era vista como uma guerra nuclear. Um conflito entre Estados que usariam armas nucleares. Outras guerras eram vistas como menos assustadoras comparadas com as ameaças das ‘grandes potências’ que disparavam as suas ogivas nucleares.”

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Zelensky lembrou, durante o discurso, fundação das Nações Unidas

dpa/picture alliance via Getty I

Contudo, segundo o Presidente da Ucrânia, a destruição está a ganhar preponderância, mesmo “sem armas nucleares”. “O agressor espalha a morte e cria ruínas, mas os resultados são semelhantes. Há cidades e aldeias que foram devastadas pela artilharia russa. Há uma guerra de drones”, denunciou.

Pela destruição causada, Volodymyr Zelensky considera que a Rússia “não tem direito” de possuir “armas nucleares”, ao contrário do que a comunidade internacional acreditava nos anos 90 após a queda da União Soviética, numa altura em que, em sentido inverso, a Ucrânia teve de renunciar ao terceiro maior arsenal nuclear. Porém, para o líder ucraniano, “a história mostra que é a Rússia que merecia um desarmamento nuclear. E a Rússia ainda merece — os terroristas não têm o direito de possuir armas nucleares.”

Lembrando o que aconteceu com a ocupação russa da central nuclear de Zaporíjia, o Presidente da Ucrânia notou que a “arquitetura de segurança global” não oferece “qualquer resposta ou proteção” contra uma “ameaça nuclear”, daí ser importante retirar do arsenal de Moscovo ogivas nucleares.

Desfecho: Praticamente impossível

É quase impossível que a Ucrânia consiga liderar uma iniciativa para retirar as armas nucleares da Rússia. Ainda que Vladimir Putin tenha feito ameaças nucleares após o início da invasão, isso não será razão suficiente para um desarmamento nuclear da Rússia.

Pressionar a Rússia a aceitar o acordo de cereais (e tentar alertar a comunidade internacional para os impactos)

Em meados de julho de 2022, a comunidade internacional saudava o acordo de cereais assinado entre a ONU, a Turquia, a Rússia e a Ucrânia. Apesar de várias queixas dos dirigentes russos, a iniciativa ainda durou um ano, até que, há dois meses, Moscovo decidiu revogá-la unilateralmente, justificando que as outras partes não estariam a cumprir o que ficara acordado.

epa10708397 Ukrainian farmers harvest grain in the Odesa region, south Ukraine, 23 June 2023 amid the Russian invasion. Kyiv and Moscow on 22 July 2022 signed a deal to resume Ukrainian grain exports from Black Sea ports which would ease an international food crisis. The deal was brokered by the UN and Turkey. On 17 May 2023, the deal that allows Ukraine to export grain across the Black Sea has been extended for two months. Russia had been threatening to pull out of the deal, saying Western sanctions were hampering its own agricultural exports. Russian troops on 24 February entered Ukrainian territory, starting a conflict that has provoked destruction and a humanitarian crisis.  EPA/IGOR TKACHENKO

Moscovo decidiu revogar acordo de cereais unilateralmente, justificando que as outras partes não estariam a cumprir o que ficara acordado

IGOR TKACHENKO/EPA

Desde aí, Ancara e as Nações Unidas têm-se esforçado em renovar o acordo, mas a Rússia mantém-se inflexível. Terá havido inclusivamente uma carta enviada pelo secretário-geral da ONU em que prometia a Moscovo que algumas sanções aplicadas pelo Ocidente seriam levantadas se voltasse à iniciativa. Na sua intervenção desta terça-feira na Assembleia Geral, António Guterres frisou que não iria desistir de alcançar aquele objetivo, porque o mundo precisava “desesperadamente de fertilizantes russos e ucranianos”.

Por sua vez, Volodymyr Zelensky aproveitou o discurso para apontar baterias à Rússia — e culpabilizá-la. “Desde o início da invasão, os portos ucranianos no Mar de Azov e no Mar Negro foram bloqueados pela Rússia. Até agora, os portos no rio Danúbio continuam a ser um alvo de mísseis e drones. É clara a tentativa russa de transformar a comida numa arma em troca do reconhecimento de alguns, se não todos, os territórios ocupados.”

Tocando num ponto particularmente sensível para os países em desenvolvimento (muitos dos quais não condenam a Rússia pela invasão de larga escala da Ucrânia, em fevereiro do ano passado), Volodymyr Zelensky sublinhou que a Rússia está “aumentar os preços da comida” a nível global. “Este impacto vai desde a costa do Atlântico a África ao Sudeste Asiático. É uma ameaça”, classificou.

"Desde o início da invasão, os portos ucranianos no Mar de Azov e no Mar Negro foram bloqueados pela Rússia. Até agora, os portos no rio Danúbio continuam a ser um alvo de mísseis e drones. É clara a tentativa russa de tornar a comida como uma arma em troca do reconhecimento de alguns, se não todos, territórios ocupados"
Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia

Agradecendo aos líderes que apoiaram o acordo de cereais e lamentando novamente que a Rússia tenha “minado” a iniciativa, o Chefe de Estado ucraniano garantiu que Kiev continua à procura de maneiras de “garantir a segurança alimentar”. Como tal, exemplificou, Kiev criou “um corredor de exportação” de cereais que vai desde o rio Danúbio até à Croácia, sendo que Volodymyr Zelensky piscou igualmente o olho a possíveis parceiros: “Espero que muitos se juntem a nós nestes esforços.”

Ainda neste tópico, Volodymyr Zelensky quis deixar uma palavra a três países europeus: Hungria, Eslováquia e Polónia. Os dirigentes daqueles Estados-membros da União Europeia proibiram a importação de grãos ucranianos, o que revoltou Kiev. “É alarmante ver como alguns dos nossos amigos na Europa parecem ser solidários na cena internacional. Dizem que estão a desempenhar o seu papel [e a defender os seus interesses], mas na verdade estão a ajudar Moscovo.”

Desfecho: Não será fácil

Voltar a convencer a Rússia a juntar-se ao acordo de cereais revela-se difícil, já que a moeda de troca de Moscovo passa pelo levantamento de sanções, algo a Ucrânia se opoõe abertamente. No entanto, a questão da iniciativa do Mar Negro pode ser importante para que Kiev cative alguns aliados, ganhando credibilidade e demonstrando igualmente a inflexibilidade russa face a apelos da ONU e da Turquia.

Descredibilizar a Rússia e torná-la (ainda mais) uma pária

Transversal a todo o discurso, foram várias as tentativas do Presidente ucraniano de descredibilizar e denegrir a imagem da Rússia na cena internacional, lembrando o acordo de cereais, as ameaças nucleares e até a morte do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin. Tudo isto prova que o Presidente russo, Vladimir Putin, não é uma pessoa confiável — e que merece ser punido. “Não há como confiar no mal. Perguntem ao Prigozhin se alguém pode confiar nas promessas de Putin” ficará como uma das frases marcantes do discurso de Zelensky em Nova Iorque.

epa10770061 Russia’s Deputy Ambassador to the United Nations Dmitry Polyanskiy (C) speaks during a United Nations Security Council meeting at United Nations headquarters in New York, New York, USA, 26 July 2023. Both Russia and Ukraine have called for Security Council meetings on 26 July, Russia in response to the alleged persecution of the Ukrainian Orthodox Church by the Ukrainian government, Ukraine in response to Russian attacks on port cities hindering the export of agricultural supplies following the recent collapse of the Black Sea grain deal.  EPA/JUSTIN LANE

Número dois da diplomacia russa na ONU, Dmitry Polyanskiy, esteve presente no discurso de Zelensky

JUSTIN LANE/EPA

Outra das acusações dirigidas por Volodymyr Zelensky contra Moscovo consistiu no “rapto em massa e deportação” de crianças ucranianas por parte de “grupos terroristas” russos. “Sabemos os nomes de dezenas de milhares de crianças e temos provas de que centenas de milhares foram raptadas pela Rússia nos territórios ocupados da Ucrânia e depois foram deportadas”, assegurou o Chefe de Estado ucraniano, que depois jogou uma importante cartada: “O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura em nome de Putin por este crime.”

Elevando o tom das acusações, Volodymyr Zelensky disse que aquelas crianças deportadas serão ensinadas a “odiar a Ucrânia” e a “cortar todos os laços com as famílias”: “É um claro genocídio.”

Volodymyr Zelensky não se ficou pelo presente, recordando, no seu discurso perante a comunidade internacional, que a Rússia começa uma guerra “em todas as décadas”. “Há partes da Moldávia e da Geórgia que permanecem ocupadas. A Rússia transformou a Síria em ruínas. A Rússia praticamente engoliu a Bielorrússia. Está obviamente a ameaçar o Cazaquistão e os Estados Bálticos”, enumerou o Presidente ucraniano, numa tentativa de expor o carácter imperialista do regime russo.

"Há partes da Moldávia e da Geórgia que permanecem ocupadas. A Rússia transformou a Síria em ruínas. A Rússia praticamente engoliu a Bielorrússia. Está obviamente a ameaçar o Cazaquistão e os Estados Bálticos"
Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia

“O objetivo desta guerra contra a Ucrânia é transformar a nossa terra, as nossas pessoas, as nossas vidas, os nossos recursos numa arma contra vocês — contra a ordem internacional baseadas em regras”, clarificou Volodymyr Zelensky, que ainda foi mais longe: se o imperialismo russo não for travado, muitos dos lugares na Assembleia Geral podem “ficar vazios”.

Desfecho: Poderá ter sucesso

Desde o início da invasão que a diplomacia ucraniana se tem esforçado por apontar o dedo às políticas expansionistas do regime russo, alertando várias vezes que outros países — como a Moldávia ou a Geórgia — podem sofrer um ataque se a Ucrânia for derrotada. E, durante este discurso, Volodymyr Zelensky tentou demonstrar que a Rússia não cumpre várias das disposições do direito internacional — desde a deportação de crianças (que valeu um mandado de captura em nome de Vladimir Putin) à ocupação de ilegal de países vizinhos.

Tudo isto pode fazer com que vários Estados-membros, incluindo alguns do Sul Global, se lembrem do passado da Rússia — e passem a encarar Moscovo como sendo um parceiro pouco confiável.

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