885kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

José Manuel Fernandes
i

José Manuel Fernandes é eurodeputado do PSD

Marc DOSSMANN

José Manuel Fernandes é eurodeputado do PSD

Marc DOSSMANN

"Liderança de Montenegro não fica em causa se PSD perder as europeias"

Em entrevista, o líder da delegação do PSD no Parlamento Europeu aponta a vitória como único cenário possível nas europeias, recusa qualquer tipo de entendimento com o Chega e critica António Costa.

José Manuel Fernandes, eurodeputado eleito pelo PSD, defende que os sociais-democratas não vão perder eurodeputados para o Chega e não tem dúvidas: o partido liderado por Luís Montenegro vai vencer as próximas eleições europeias, em maio de 2024. E para o líder da delegação do PSD no Parlamento Europeu, o conceito de vitória é claro: maior percentagem de votos e aumento de eurodeputados.

Numa entrevista ao Observador, feita no Parlamento Europeu, a convite da representação portuguesa da Comissão Europeia, José Manuel Fernandes afasta, mesmo assim, a necessidade de Montenegro se demitir caso o resultado nas europeias venha a ser negativo. E ainda que não aponte nomes para a corrida de 2024, também não se põe de fora: “Sem falsas modéstias”, o social-democrata chega mesmo a destacar o currículo que tem na Europa.

Quanto aos fundos europeus, o eurodeputado acompanha a crítica do líder do partido sobre a “campanha com dinheiros públicos” que António Costa está a fazer para granjear simpatia dos portugueses. “Não é normal é andar constantemente a inaugurar placas sem obra física em andamento”, diz.

Ainda no plano nacional, depois de um fim de semana em que André Ventura e demais dirigentes do Chega aproveitaram a Convenção para exigir pastas ministeriais, e numa altura em que a direção social-democrata continua a manter o tabu sobre possíveis alianças, José Manuel Fernandes é taxativo: o PSD não deve fazer “nenhum tipo de acordo” com o Chega.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

[Ouça aqui o Sofá do Parlamento especial a partir do Parlamento Europeu, com o eurodeputado do PSD, José Manuel Fernandes]

José Manuel Fernandes, eurodeputado: “O PSD não deve fazer nenhum acordo com o Chega”

“Derrota nas europeias não significa que Montenegro fique em causa”

No último fim de semana, decorreu a Convenção do Chega. André Ventura prometeu ter o melhor resultado de sempre do partido nas eleições europeias. Isso é um problema para o PSD? 
O PSD vai ganhar as próximas europeias. Tem feito um excelente trabalho no Parlamento Europeu, mas, mais relevante do que isso, é que a situação nacional tem muita influência. A força do PSD nacional, neste momento, permite dizer que estamos em crescendo. As sondagens e a tendência indicam isso. Não coloco o Chega como uma ameaça para o PSD. Elegendo eurodeputados pode ser uma ameaça para todos. Mas o PSD vai ganhar.

E Luís Montenegro está obrigado a ganhar as eleições? Por serem o primeiro grande desafio eleitoral a nível nacional.
Não coloco a responsabilidade do resultado unicamente em cima do líder. Haverá um cabeça de lista, uma lista, todo um partido a mobilizar-se. O líder também vai a votos, mas não é o único. A vitória do PSD vai ser um excelente indicador para as eleições seguintes, que não sei se não poderão ser antecipadas.

Se o PSD não ganhar, Montenegro deve tirar consequências políticas?
O Luís Montenegro retira sempre consequências políticas de resultados eleitorais, mas essa consequência política não significa sequer que a liderança estivesse em causa.

Apontou à vitória do PSD. Mas se perder eurodeputados e ganhar em percentagem de votos, isso será uma vitória?
Não. O PSD não vai perder eurodeputados. Vai ganhar as eleições e aumentar o número de eurodeputados, é disso que estou convencido. Se as eleições fossem hoje, acho que seria esse o resultado. E em 2024 ainda será melhor. A mensagem de Montenegro está a passar e o nosso posicionamento em relação à Europa é claro: o PSD tem sido a solução. No que diz respeito aos fundos, na mais diversa legislação os nossos eurodeputados têm sido uma mais valia.

“É uma mais valia termos Paulo Rangel”

Lidera atualmente a representação do PSD no Parlamento Europeu. Espera ser candidato daqui a um ano?
Nunca faço prognósticos ou preposições pessoais. É muito cedo para estar com uma posição sobre o meu futuro político. Nunca programei a minha vida política.

Mas pode ter ou não disponibilidade para aceitar o desafio?
Sem falsa modéstia, tenho consciência de que faço um trabalho que é positivo para a União Europeia e para Portugal. Sou coordenador na comissão de orçamento, estive na negociação do quadro financeiro plurianual, tenho estado na negociação de todos os orçamentos, no desenho dos Planos de Recuperação e Resiliência, fui o negociador do Plano Juncker, que foi muito importante. Tenho consciência disso, mas não tenho uma definição de vontade sobre o meu futuro político.

Paulo Rangel deve continuar como cabeça de lista?
Isso deverá perguntar ao Paulo Rangel. É um excelente eurodeputado e é uma mais valia termos o Paulo Rangel connosco. Domina todos os assuntos europeus r tem força dentro do Partido Popular Europeu. Os alemães têm muita força no Parlamento, mas muitos deles estão há mais de 30 anos e é por isso que vão ganhando capacidade de influência. Mas isso dependerá da vontade do Paulo Rangel.

"Não é normal andar constantemente a inaugurar placas sem obra física em andamento. António Costa está a usar o PRR e os fundos europeus para campanha política. Também é a única campanha que pode fazer porque o Orçamento do Estado não existe para o investimento público"

“Demissões no Governo geraram incredulidade na Europa”

António Costa é um dos líderes europeus há mais tempo em exercício. A imagem do primeiro-ministro ficou afetada pelos casos do último ano? Isso sentiu-se em Bruxelas?
Sente-se.

Só dentro do PPE ou entre todos?
Sente-se alguma incredulidade. Na Europa é difícil ter-se governos de maioria absoluta e é impensável que um Governo com maioria absoluta tenha este desgaste. As demissões e a instabilidade era impensáveis. Aqueles que estão em posições de decisão questionam-se como é que é possível um desgaste tão grande com um primeiro-ministro que tem uma forte experiência política e de Governo.

É há muito comentada a alegada vontade de António Costa de abraçar um cargo europeu. Tem notado movimentações nesse sentido?
Há muita especulação. Acho que António Costa tem esse desejo, mas posso estar a ser injusto. Ter chamado para si a pasta dos Assuntos Europeus é um sinal. Não sei se terá condições, mas se tiver vontade, há aí cargos disponíveis. Independentemente de quem ganha procuram-se depois entendimentos políticos para manter os equilíbrios. Tem o Conselho, o Parlamento e ainda o cargo de Alto Representante, que muita gente retira da equação — eu não retiro.

Acredita que António Costa tem condições para isso ou já perdeu a janela de oportunidade?
Considero que não a perdeu. Se quiser Alto Representante da União Europeia não tenho dúvidas de que conseguiria. Mas depende muito dos resultados, da sua vontade e das lideranças e dos governos em funções. É previsível que em Espanha o PP ganhe as eleições e essas eleições nacionais têm impacto.

“PSD não deve fazer nenhum acordo com o Chega”

Elisa Ferreira, comissária europeia, defendeu esta semana que o PRR não deve ser usado para protagonismos pessoais ou políticos. António Costa está a fazer campanha com o dinheiro europeu, como acusou Montenegro ou isso é normal noutros países, por exemplo?
É normal divulgar o PRR. O que não é normal é andar constantemente a inaugurar placas sem obra física em andamento. António Costa está a usar o PRR e os fundos europeus para campanha política. Também é a única campanha que pode fazer porque o Orçamento do Estado não existe para o investimento público. Portugal é o pais europeu que mais depende dos fundos europeus para o investimento público. O PS não consegue gerar riqueza. O PRR vai ser todo ele executado, mas há uma grande diferença entre gastar e gastar bem. O Governo não define objetivos para 2030, não tem uma estratégia, não há um desígnio nacional. A oportunidade está a ser desperdiçada. Está a ficar um tsunami de milhões que também é usado para fins eleitorais. No Portugal 2030, o Governo vai executar perto de zero para concentrar mais dinheiro para perto das eleições legislativas.

O PSD deve clarificar a posição quanto ao Chega, depois de Miguel Pinto Luz não ter fechado a porta na convenção do partido de André Ventura?
Considero que o PSD não deve fazer nenhum acordo com o Chega. É a minha posição.

E no caso da Madeira em que esse sinal pode ser dado, isso pode ter réplica nacional?
O PSD vai ganhar as eleições da Madeira com maioria absoluta. Não tenho a mínima dúvida.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.