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"Nunca estive tão perto da morte." O relato de Adele Raemer, que sobreviveu ao ataque do Hamas num kibbutz

Adele Raemer vive num kibbutz muito perto de Gaza e sobreviveu ao ataque do Hamas à localidade onde vivia. Ao Observador, relata horas de horror e conta história do genro que matou um terrorista.

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Passava pouco das 06h30 da manhã deste sábado quando Adele Raemer ouviu as explosões dos primeiros rockets. Vivendo desde 1975 num kibbutz — uma comunidade judaica de pendor agrícola que alberga centenas de pessoas —, a cerca de dois quilómetros da Faixa de Gaza, a professora de inglês na reforma já estava habituada àqueles sons, deslocando-se para o abrigo de sua casa, que servia igualmente como quarto de hóspedes.

Cerca de 30 minutos depois, Adele Raemer recebeu uma notificação no telemóvel a confirmar algo que não esperava: havia militantes do Hamas inflitrados no kibbutz de Nirim, onde vive. Pouco depois, ouviu tiros e homens a falar árabe desde o exterior. Era a confirmação. Mais tarde, a mulher soube que 50 membros do grupo islâmico aterrorizaram a comunidade: três pessoas acabaram por morrer e dezenas estão ainda desaparecidas. “A nossa comunidade até teve sorte”, chegou a desabafar Adele Raemer, que falou ao Observador desde um hotel em Éilat, para onde foi levada pelo governo israelita.

Desde o genro que matou um membro do Hamas até às horas no centro comunitário do kibbutz, Adele Raemer relatou ao Observador as primeiras horas do ataque surpresa. “Nunca temi tanto pela vida. Nunca estive tão assustada e tão perto da morte como estive no sábado”, lamentou a mulher, que disse que a sua missão passa agora por documentar tudo aquilo que vivenciou nos passados dias.

As primeiras horas do abrigo: “Nós nem podíamos ir à casa de banho”

Como é que foram os primeiros momentos do ataque no sábado e como é que se apercebeu da dimensão do ataque?
Nos primeiros momentos, às 6h30, houve um ataque intenso de rockets, o que é uma coisa que acontece com frequência e sabemos o que fazer. O meu filho estava de visita na minha casa, porque era o aniversário do kibbutz no dia anterior. Ele estava a visitar-me e estava a dormir no abrigo, que também é o quarto onde recebo convidados em tempos normais. Quando ouvi os rockets, saí da cama a correr, saí do meu quarto, corri até ao abrigo onde estava o meu filho e sentámo-nos no chão, porque temos entre zero a dez segundos para nos abrigarmos a partir do momento em que ouvimos o alarme até ouvirmos a explosão.

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Nesses zero a dez segundos, não tive tempo para fechar a janela, que era de ferro e pesada. Então, fomos para o abrigo, fechámos a porta, sentámo-nos no chão, esperámos que os alarmes parassem. Cerca de 20 e 30 minutos, recebemos uma notificação de que havia terroristas que se tinham infiltrado no kibbutz. Não fazíamos ideia de que isso estava a acontecer, nem sequer sabíamos o que se estava a passar nas outras comunidades. Soube apenas o que tinha acontecido naquele kibbutz. Disseram-nos para fechar as portas, para fechar as janelas, para fechar as persianas e trancarmo-nos no abrigo, o que não se pode fazer. Em tempos normais, não nos podemos trancar no abrigo. Esses abrigos são construídos para que nos mantenhamos seguros dos rockets, contudo, a porta pode ser trancada apenas desde o exterior.

É uma porta que serve para que o impacto da explosão não abra a porta, isto se um rocket atingir outro lugar da casa. Então não se consegue trancar o abrigo do interior. Por isso, tivemos de manter a mão na porta do abrigo se nos quiséssemos manter seguros, esta era a única forma. Ao longo das primeiras horas, ficávamos sentados no abrigo, a mantermo-nos quietos. De um momento para o outro, ouvimos tiros no exterior. Ouvimos pessoas a falar árabe. No sistema interno de SMS do kibbutz, vemos mensagens frenéticas de pessoas de todo o kibbtuz a dizer que se ouvia árabe no exterior, que os terroristas estavam a entrar nas casas dos vizinhos e que tentaram partir as portas os abrigos.

Temos um grupo de socorristas no kibbutz, mas não sabíamos quantos terroristas havia. Depois, percebemos que havia cerca de 50 terroristas que andavam em redor do nosso kibuutz. O nosso kibbutz é uma pequena comunidade. Eu ando cerca de dois quilómetros todas as manhãs e isso é o comprimento do kibbutz. Somos cerca de 450 pessoas no kibbutz e os terroristas estavam por todos os lados.

A localização do kibbutz Nirim, a cerca dois quilómetros da Faixa de Gaza (MIGUEL FERASO CABRAL)

Batiam às portas?
Sim, batiam às portas. As Forças de Defesa de Israel disseram-nos que, se alguém batesse à porta, para não respondermos a não ser que os socorristas chamassem o nosso nome, porque sabem quem nós somos. Ficámos lá [no abrigo] a esperar pelo exército e esperámos, esperámos, esperámos. Demorou horas para o exército chegar.

Numa determinada altura, quando eu criança, eu costumava jogar a um jogo que se chamava escondidinhas do nazi. Essa brincadeira vem da Segunda Guerra Mundial… Nunca pensei na minha vida que se voltasse a repetir. Nunca sonhei que me estaria a esconder dos nazis de 2023, o Hamas, esses terroristas.

Fez alguma coisa no abrigo, além de esperar?
Estive sempre sentada com o meu filho no abrigo. Ele esteve sempre perto da porta do abrigo para a poder agarrar. E fui dando entrevistas. Os jornalistas já me estavam a ligar e eu estava a dar entrevistas a sussurrar, ao mesmo tempo que ouvia árabe do exterior. Porém, nós nem podíamos ir à casa de banho. Algumas horas depois, não aguentei. Abri a porta do abrigo.

Mesmo com os membros do Hamas no kibbutz?
Naquele momento, não ouvi nenhum barulho, não ouvi árabe desde o exterior e não ouvi nenhum tiroteio perto. Eu tinha de ir e nada me podia parar. O meu filho urinou para uma garrafa, mas não sou feita dessa forma e estava com dores. Devia ser para aí 10 da manhã e eu estava ali desde as 06h30. Então saí do abrigo, abri a porta de forma muito cuidadosa e vi que o caixilho da minha janela tinha sido partido. Eles tentaram entrar em minha casa. E por algum motivo ou intervenção divina — ou por que o meu marido está a ver-me desde cima, porque sou viúva — eles decidiram não entrar porque, se tivessem, não estaria a falar consigo hoje. Estaria morta ou teria sido raptada.

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Soldado israelita no kibbutz de Nirim

AFP via Getty Images

O genro que “matou um terrorista”: “Ficou cara a cara com um”

Quanto tempo demorou até que saiu do abrigo?
Ainda demorou algumas horas. Estávamos no abrigo durante seis horas por nossa conta. Cada pessoa por si e eu não tinha uma arma. Mas o meu genro…

O que aconteceu com o seu genro?
O meu genro estava em casa com as minhas três netas no abrigo e ouviu terroristas dentro da sua casa. Ele disse às filhas para se esconderem debaixo dos lençóis. Saiu do abrigo, fechou a porta atrás dele e ficou cara a cara com um terrorista. Matou-o. E depois viu outros terroristas a fugirem. Tentou ir atrás deles e apanhá-los, mas apercebeu-se de que havia muitos terroristas armados no exterior da casa e que não seria capaz de dar resposta a todos. Se o matassem, as suas filhas seriam um alvo fácil. Então, voltou para dentro e fechou-se no abrigo.

“Nunca temi tanto pela vida. Nunca estive tão assustada e tão perto da morte como estive no sábado”

No seu kibbutz, como estavam as coisas depois de sair?
A nossa comunidade até teve sorte. Houve três pessoas assassinadas, duas das quais um pai e uma filha que estavam no abrigo, mas os terroristas conseguiram arrombar a porta para os matar. Outro homem que morreu estava a agarrar a porta do abrigo, mas os terroristas conseguiram disparar através da porta. E mataram-no. Quanto aos desaparecidos, não sabemos, por exemplo, do paradeiro de uma mulher de 75 anos e dos seus dois filhos adultos. Os terroristas, esses animais, levaram o seu telemóvel. Tiraram uma fotografia dela a ser levado pelos terroristas e mandaram-na à filha. A filha tem uma foto dela. A filha soube que a sua mãe e os seus irmãos estavam vivos, mas não sabe onde é que eles estão. Foram raptados. Foi petrificante. Eu vivo neste kibbutz de Nirim desde 1975. Nunca temi tanto pela vida. Nunca estive tão assustada e tão perto da morte como estive no sábado.

E como é que foi o processo de saída? As tropas israelitas chegaram?
Foi muito difícil. Recebemos uma notificação a dizer que as tropas israelitas estavam lá, que andavam no kibbutz e que tinham neutralizado o máximo de terroristas que conseguiram. Morreram nove terroristas e o resto não sabemos. Alguns vieram, saíram, roubaram coisas, saquearam e queimaram casas. Quando o exército chegou, as coisas ficaram sob controlo, começaram a ir casa a casa conversar com os sobreviventes, retirar as pessoas e encaminhá-las para um local central no kibbutz, uma espécie de área comum para que nos conseguíssemos proteger e para que ficássemos todos num local.

Estávamos todos juntos. Havia muitas pessoas. As casas de banho tinham muita gente. Não se podia ter tanta gente naquele sítio, simplesmente não funcionava. Então, umas horas depois, separaram-nos para diferentes estruturas que também eram seguras e resistentes a rockets, que ainda caíam perto do kibbutz, e também era protegidas pelo exército. E disseram-nos que, na manhã seguinte por volta das 9h, voltaríamos as nossas casas para fazer as malas para sairmos do kibbutz.

Adele Raemer na saída do abrigo já com as tropas israelitas

Como foi essa noite?
Não dormimos. Dormi cerca de uma hora. Mas foi menos assustador do que durante a manhã. Senti-me mais segura nesse momento. E estávamos com outras pessoas. Estávamos juntos. Estávamos a ajudar-nos a fazer comida e a ver o que cada um precisava. Havia idosos, doentes, crianças e bebés. Toda a gente estava junta e a ajudar-se.

E o dia seguinte?
À uma da tarde no dia seguinte, disseram-nos que podíamos ir rapidamente para nossas casas fazer a mala e ficar no abrigo até que as forças armadas nos avisassem de que seriam capazes de nos retirar de lá. Disseram-nos que ia haver quatro autocarros em quatro sítios diferentes. Ficámos em casa durante uma hora e, por volta das duas, recebemos a notificação de que poderíamos sair. Entrámos no autocarro, mas era muito difícil que toda a gente entrasse a tempo. E esse momento foi assustador. Estive sentada dentro de um autocarro em Nirim durante 40 minutos. Se tivesse acontecido um ataque com um rocket, não teríamos tido hipótese de sair do autocarro, não íamos ter tempo para sair do autocarro entre zero e dez segundos e encontrarmos um local seguro. Foi novamente assustador e terrível.

A que horas é que o autocarro partiu?
Por volta das 14h40, saímos, mas não fomos pelo caminho normal, porque havia confrontos entre o Hamas e as tropas de Israel. Mesmo assim, o trajeto alternativo parecia um campo de batalha. Havia carros a arder, corpos nas estradas…. Foram imagens horríveis.

"O trajeto alternativo parecia um campo de batalha. Havia carros a arder, corpos nas estradas.... Foram imagens horríveis"
Adele Raemer

Para onde foi?
Todos os habitantes do kibbutz estão em Éilat [no sul de Israel, perto da fronteira com a Jordânia], num hotel. Não temos ideia quanto tempo é que vamos ficar neste hotel ou se vamos para outro sítio. Não temos ideia se vamos voltar para as nossas casas. Mas agora estamos longe dos combates e estamos seguros. Nem sequer há rockets, deixe-me bater na madeira para que isso não aconteça outra vez. É uma zona muito isolada, a três horas do sítio da guerra. Mas nem toda a gente teve tanta sorte.

“O mundo prometeu que depois do Holocausto nunca mais algo semelhante ia acontecer”

Após os últimos dias, como se sente emocionalmente?
Estou segura. Mas sinto que o mundo tem de entender os bárbaros contra os quais estamos a lutar. Sei que o que está a acontecer em Gaza é assustador e terrível e tenho amigos em Gaza — e até há pessoas com quem mantenho o contacto. Preocupo-me com elas. Mas, por outro lado, Israel tem de fazer isto. E nunca vou pedir desculpa pelo que o meu país e o meu exército estão a fazer. Não é um exército contra o qual estamos a lutar. Estamos a lutar contra terroristas que não seguem as leis.

Adele Rauner num centro comunitário onde ficou após ter saído do abrigo

Os exércitos normais não mutilam pessoas, como eles estão brutalmente a fazer. Uma grande amiga de um kibbutz vizinho estava a caminhar quando os ataques com rockets começaram. Estava a andar com o seu marido em terrenos baldios, fazem sempre uma caminhada de manhã. Ela desapareceu. Está viva? Está morta? Não sabemos. É uma professora de inglês britânica, de 70 anos, que trabalha com crianças que frequentavam no ensino especial. Nós as duas fizemos projetos com pessoas em Gaza, com crianças em Gaza, uma espécie de projeto pela paz. Mas eles [em Gaza] ensinam às crianças o ódio e criam-nas com a ideia de que nós os queremos destruir. Não é verdade.

Esta terça-feira, Joe Biden declarou o apoio e disse que ia “estar ao lado” de Israel. O quão importante são essas mensagens não só dos Estados Unidos, como também do Ocidente, para lutar contra o terrorismo?
É tão importante. No entanto, sinto-me desiludida com o mundo. Mesmo. Sinto-me traída. O mundo prometeu que depois do Holocausto nunca mais algo semelhante ia acontecer. Nunca mais. O mundo prometeu que os judeus nunca mais teriam que submeter-se a outro genocídio. E, durante anos, o mundo não entendeu que nós não somos os vilões. Nós não somos aqueles que estão a matar os palestinianos. Os líderes do Hamas e os líderes da Palestina estão a tentar cometer outro genocídio contra nós, mas o mundo preferia acreditar neles. O mundo tem de entender que o Hamas são os nazis, são o Estado Islâmico. O mundo ficou chocado quando o Estado Islâmico cortou cabeças. Nós temos o Estado Islâmico na nossa casa. Chegaram a matar crianças. Israel nunca faria algo assim. Não somos perfeitos, mas fazemos o melhor que conseguimos. Tentamos preservar a vida dos inocentes. Eles não fazem isso.

"No entanto, sinto-me desiludida com o mundo. Mesmo. Sinto-me traída. O mundo prometeu que depois do Holocausto nunca mais algo semelhante ia acontecer. Nunca mais. O mundo prometeu que os judeus nunca mais teriam que submeter-se a outro genocídio"
Adele Raemer

Considera que o que aconteceu no sábado vai levar a mudança da perceção sobre Israel e o Hamas no mundo?
Eu não sei, porque agora se vê imagens de Gaza e eles estão a mostrar imagens da destruição. Mas eles causaram isso a eles próprios. Todo o sangue inocente palestiniano que é derramado é por culpa do Hamas, não é nossa. O Hamas é aliado do Irão, quer raptar, assassinar, conquistar e colonizar. Eles não têm uma agenda nacional. Se tivessem uma, poderiam ter tido o seu país logo em 1948 [altura da guerra de independência de Israel]. Eles podiam ter tido um país. [Mas] querem ir do rio até ao mar. Isso significa que não há Israel, não há judeus — e é a única coisa que o Hamas quer atingir. E se é isso que querem, vão ter de levar connosco.

E como que é vê os esforços da Autoridade Palestiniana no meio disto tudo?
Sou honesta, tenho andado em modo sobrevivência, tenho tentado ajudar a minha família, a minha filha, as minhas netas e tenho dado muitas entrevistas. Estou demasiado ocupada para seguir atentamente as notícias. O que eu vi é que o [Mahmoud] Abbas [líder da Autoridade Palestiniana] apoiava os ataques terroristas. Mas tenho amigos palestinianos que querem ser bons vizinhos e que querem ensinar as suas crianças a paz. É uma batalha difícil. Enquanto não nos virmos livres do Hamas e da Jihad Islâmica, não vamos conseguir fazer nenhum progresso e não estaremos a salvo. Desde o dia em que a nossa comunidade foi fundada, queríamos paz com os nossos vizinhos. É o lema do nosso kibbutz.

As raízes e a missão de Adele Raemer: “Vou contar a toda a gente a nossa história”

Conte-me mais sobre as suas raízes. Como é que acabou a viver no kibbutz de Nirim?
Cresci nos Estados Unidos e estava no movimento juvenil sionista. E, depois do ensino superior, vim para Israel num programa de intercâmbio em 1972. Em agosto de 1973, voltei para os Estados Unidos para começar a universidade. Em outubro, começou a guerra do Yom Kippur e perguntei-me a mim mesma: ‘O que estou a fazer nos Estados Unidos? Israel precisa de mim’.

Então, em dezembro de 1973, fiz a minha aliá [processo de imigração de um judeu para Israel] e vim viver para um kibbutz diferente daquele em que estou a viver no momento. Fui convocada para a tropa e fiz o meu serviço militar no kibbutz em Nirim, onde vivo no momento. Na altura, em 1975, Nirim não era uma zona de guerra. Era uma comunidade pacífica, calma e bonita pela qual me apaixonei. Acabei por ficar por aqui até agora. Na altura, nós costumávamos ir a Gaza e os habitantes de Gaza costumavam trabalhar em Nirim. Tínhamos uma relação normal até que o Hamas chegou ao poder em 2000. A partir daí, as coisas começaram a mudar para pior. Sou velha o suficiente para dizer que vivi tudo isto e sei que isto poderia ter sido diferente. A guerra é uma ação praticada pelo homem, não por Deus. E não há razão para que não possamos viver como bons vizinhos.

Adele Raemer durante o serviço militar (à direita)

Disse que tem feito muitas entrevistas e tem andado ocupada. Mas acha que houve uma falha do exército antes do ataque?
Eles estavam sobrecarregados. Não responderam não porque estavam a beber café e a fumar um cigarro. Os soldados que deviam estar perto do nosso kibbutz foram assassinados e não havia ninguém para nos salvar. Eles estavam tão sobrecarregados que não tinham tropas. Mas vieram logo salvar-nos assim que tiveram oportunidade. Não tenho queixas contra os soldados.

Já referiu que tem pouco tempo, mas como é que tem seguido as notícias sobre o conflito?
Tenho seguido um pouco, mas tenho estado muito ocupada simplesmente a viver. As minhas três netas precisam de muita atenção — viveram uma experiência traumática. Estou a tentar ajudá-las o máximo que consigo, o que também não é muito, porque tenho dado muitas entrevistas. Vou contar a toda a gente a nossa história e vou começar a documentar as histórias das pessoas do meu kibbutz e gravá-las, porque esta é a minha missão agora. Esta é a forma que eu escolho para proteger o meu país. Isto é o que preciso de fazer agora. Por isso, não tenho tempo para ver as notícias, só vi um pouco ontem à noite [terça-feira].

Como [antiga primeira-ministra de Israel] Golda Meir disse, a nossa arma secreta é que não temos mais nenhum local para ir, então temos de garantir a segurança deste. Não temos mais nenhuma escolha.

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