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Os livros que vamos querer ler em 2021

Os ensaios de Zadie Smith, o novo de Cynan Jones, os romances já antigos, mas ainda poderosos, de Ogawa e Evaristo, e um clássico de Bohumil Hrabal: estes são alguns dos livros que não vamos perder.

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Livros de ficção

Noite Virtuosa e Fiel e Uma Vida de Aldeia, Louise Glück (Relógio D’Água)

Janeiro

Em outubro de 2020, quando Louise Glück foi laureada com o Prémio Nobel da Literatura, a editora Relógio D’Água anunciou que iria publicar em 2021 toda a obra poética da norte-americana. A publicação acabou por começou antes disso, com o lançamento de duas das suas mais famosas coletâneas poéticas, A Íris Selvagem e Averno, em dezembro, mas será ao longo deste novo ano que a maioria dos livros de Glück chegarão pela primeira vez ao mercado português. Para este mês de janeiro, estão agendados dois lançamentos: Noite Virtuosa e Fiel, o seu último livro de poemas (2014), e Uma Vida de Aldeia, mais antigo (2009). O primeiro aborda temas como o luto e a mortalidade, que têm marcado a produção poética de Glück nos últimos anos. O segundo passa-se numa aldeia na costa mediterrânica nos últimos 50 anos. O tom aparentemente otimista é intercalado por reflexões sobre a finitude da vida.

Estilicídio, Cynan Jones (Elsinore)

Janeiro

O novo romance de Cynan Jones, Estilícido, é a descrição de um mundo distópico onde as alterações climáticas são já um facto consumado, onde a água é cada vez mais escassa e onde o ódio, o conflito, o desespero e a luta pela sobrevivência fazem parte do dia a dia. O livro tem origem em 12 histórias que o escritor galês escreveu a pedido da BBC Radio 4 para serem lidas na rádio. Jones não lançava material novo desde 2016, quando publicou A Cova (Cavalo de Ferro), a história de Daniel, um recém viúvo que tenta superar a morte da mulher cuidado de uma quinta no interior rural do País de Gales.

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A Casa, Emma Becker (Casa das Letras)

Fevereiro

Quando a escritora franco-alemã Emma Becker publicou, em 2019, A Casa, o romance deu que falar. A razão não foi tanto a história em si, mas o processo que Becker seguiu para a contar: durante dois anos, a autora viveu e trabalho numa casa de prostituição na Alemanha. Becker queria escrever sobre ser mulher num estabelecimento como este e achou que não havia forma de o fazer sem ela própria se embrenhar no mundo que queria retratar. “Podemos falar com quantas prostitutas quisermos, mas isso não vai mudar o facto de não sabermos por nós próprias o que o trabalho nos faz enquanto mulheres, aos nossos corpos, às nossas almas. Para escrever um livro honesto sobre o assunto, pareceu-me justo que também tivesse de trabalhar para me tornar numa delas”, explicou, em entrevista à France 24. O resultado foi um muito aclamado romance, sobre a condição da mulher na sociedade contemporânea.

[Entrevista de EmmaBecker à France 24 sobre o processo de escrita de A Casa:]

A Polícia da Memória, Yoko Ogawa (Relógio D’Água)

Fevereiro

A Polícia da Memória, da japonesa Yoko Ogawa, fala sobre uma ilha onde pessoas e coisas desaparecem misteriosamente, levadas pela Polícia da Memória. Publicado nos anos 90 e traduzido pela primeira vez para inglês no ano passado (o que lhe valeu um lugar entre os finalistas do Booker Prize de 2020), trata-se de um romance sobre o poder da memória e o trauma da perda. Ogawa, de 58 anos, é considerada uma das mais importantes autoras japonesas, tendo recebido os mais importantes prémios literários do Japão. A sua extensa bibliografia é composta por mais de 50 obras, como Revenge, Hotel Iris, The Housekeeper and the Professor e a coletânea de novelas The Diving Pool.

Quarentena — uma história de amor, José Gardeazabal (Companhia das Letras)

Fevereiro

Exatamente um ano depois de A Melhor Máquina Viva, publicado em fevereiro do ano passado, o português José Gardeazabal regressa com um novo romance, Quarentena – uma história de amor, uma reflexão sobre o amor e sobre onde começa, acaba e recomeça. A narrativa fala sobre um casal prestes a separar-se, que se vê obrigado a permanecer em quarentena no mesmo apartamento. Presos em casa, os dois são obrigados a conviver com os fantasmas de uma relação acabada e com as notícias de uma pandemia que muda o mundo por dentro e por fora.

Casa de Dia, Casa de Noite, de Olga Tocarczuk (Cavalo de Ferro)

Março

A editora Cavalo de Ferro vai dar continuação à publicação das obras da Prémio Nobel da Literatura com Casa de Dia, Casa de Noite. Publicado em polaco em 1998, foi o primeiro romance de Olga Tokarczuk a ser traduzido para inglês, em 2003, marcando o início da carreira internacional da autora. Nas palavras da própria, trata-se de “um romance-constelação”, composto pelo relato das diferentes histórias dos habitantes de uma aldeia da Polónia ocidental, que ocuparam as casas abandonadas pelos alemães no final da Segunda Guerra Mundial.

A Fúria e Outros Contos, Silvina Ocampo (Antígona)

Março

Jorge Luis Borges chamou a Silvina Ocampo, contista, poeta e sua cúmplice intelectual, “um dos maiores poetas da língua espanhola”. Com um estilo que se aproxima do do próprio Borges, com quem foi incessantemente comparada, por causa dos seus elementos fantásticos, as suas obras exploram temas como a metamorfose e a transformação, a questão do duplo e a fragmentação do eu. Admirada por escritores como Alejandra Pizarnik, Roberto Bolaño ou Italo Calvino, foi só nos anos 80 que o seu talento foi reconhecido pela crítica argentina e o seu trabalho recuperado por um grupo de intelectuais ligados à Sur, revista literária fundada na década de 1930 pela sua irmã, Victoria Ocampo. Em Portugal, Ocampo permanece um “tesouro bem guardado”, uma falha que será colmatada este ano com a publicação de A Fúria e Outros Contos, uma coletânea de 34 contos publicada originalmente nos anos 50, em Buenos Aires. A edição portuguesa inclui textos introdutórios de Jorge Luis Borges e um prefácio de Alberto Manguel, escrito de propósito para o volume.

O Avesso da Pele, Jefferson Tenório (Companhia das Letras)

Março

O Avesso da Pele conta a história de Pedro que, após a morte do pai, assassinado durante uma operação policial, sai em busca do passado familiar. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, o terceiro romance do brasileiro Jeferson Tenório revela um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, ao mesmo tempo que aborda as complexas relações entre pais e filhos. O livro foi publicado no Brasil em outubro do ano passado.

Cynan Jones

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ofuscante, Mircea Cartarescu (E-Primatur)

Março/abril

Mircea Cărtărescu é um dos mais conhecidos escritores romenos (as suas obras estão traduzidas em mais de 15 línguas e foi galardoado com vários prémios internacionais, como o Formentor ou o Thomas Mann), mas é pouca a atenção que tem recebido em Portugal. Este ano, será publicado pela primeira vez em português a primeira parte de Ofuscante, conjunto de três romances que funcionam como um todo mas que podem ser lidos de forma independente. Neste livro, publicado em romeno em 1996, Cartarescu partiu de diferentes teorias científicas para explorar temas como a memória e como ela funciona.

Verão, Ali Smith (Elsinore)

Abril

Verão é o volume que encerra a série de Ali Smith dedicada às quatro estações, inaugurado em 2016 com Outono e continuado com Inverno e Primavera. No início da narrativa está Sacha Greenlaw, uma jovem de Brighton cuja peculiar história familiar serve para Smith apresentar subtilmente questões e eventos muito atuais, que servem de pano de fundo à narração principal, como a pandemia do novo coronavírus, os incêndios florestais na Austrália ou os possíveis efeitos do Brexit. Tal como os outros livros da série da escritora escocesa, Verão pode ser lido de forma independente ou como fazendo parte de um conjunto que retrata a sociedade contemporânea, os seus problemas e as suas peculiaridades.

O Passageiro, Ulrich Alexander Boschwitz (Cavalo de Ferro)

Abril

Há ainda muito para descobrir sobre a literatura escrita por judeus durante o Holocausto. Prova disso é que, de tempos a tempos, surge um manuscrito que acrescenta mais um ponto a essa história perdida. Suite Française, de Irène Némirovski, Schlump, de Hans Herbert Grimm, e mais recentemente O Passageiro, de Ulrich Alexander Boschwitz, são três dos exemplos de obras que andaram perdidas durante as décadas que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial. No caso do romance de Boschwitz, o segundo e último escrito pelo autor, foram precisos 80 anos para que o manuscrito em alemão fosse encontrado no Arquivo do Exílio da Biblioteca Nacional da Alemanha, graças aos esforços da sobrinha, Reuella Shachaf. Até então, só se conhecia a versão em inglês, publicada pelo próprio Boschwitz pouco antes de morrer, em 1942, a bordo de um navio bombardeado por um submarino nazi. O Passageiro é a história de Otto Silbermann, um respeitado comerciante judeu que se vê obrigado a abandonar a sua família ao tornar-se uma pessoa sob suspeita. Com a sua fortuna dentro de uma mala, viaja de cidade em cidade, em busca de informações, ajuda e de uma saída.

Comboios Rigorosamente Vigiados, Bohumil Hrabal (Antígona)

Abril

Depois de Uma Solidão Demasiado Ruidosa, a história e confissão de Haňta, um homem cujo trabalho é destruir com uma prensa hidráulica, numa cave escura e suja de Praga, os livros mais preciosos, a Antígona vai publicar Comboios Rigorosamente Vigiados, de Bohumil Hrabal, um dos mais importantes escritores checos do século XX. A narrativa, marcada pelo humor negro que é característico de Hrabal, segue a história de Milos Hrma, um jovem aprendiz numa estação ferroviária na Checoslováquia ocupada pelos nazis. Publicado originalmente em 1965, este pequeno romance foi adaptado ao cinema pelo realizador checo Jiří Menzel em 1966 e venceu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano seguinte.

[O trailer de “Comboios Rigorosamente Vigiados”, um filme de Jiří Menzel a partir do romance de Hrabal:]

Blonde Roots, Bernardine Evaristo (Elsinore)

Maio

Publicado pela primeira vez em 2008, Blonde Roots é o quinto romance da inglesa Bernardine Evaristo, que ficou conhecida internacionalmente após partilhar o Booker Prize com Margaret Atwood, em 2019. Trata-se de uma provocadora sátira política e o social, na qual os brancos são escravizados e vendidos pelos seus senhores negros, que serve a Evaristo para levantar questões e evidenciar fraturas ainda presentes na sociedade atual. O romance venceu o Orange Youth Panel Award de 2009 (antiga categoria do atual Women’s Prize).

O Pão Seco, Muhammad Chukri (Antígona)

Maio

O Pão Seco, a novela autobiográfica que consagrou Muhammad Chukri e o tornou persona non grata no mundo árabe, é a história de Muhammad. Orgulhoso e insolente, Muhammad passa as noites nos becos de Tânger, onde descobre a injustiça, a compaixão, o consolo das drogas, do sexo e do álcool. Mais tarde, na prisão, aprende a ler, uma aptidão que mudará para sempre a sua vida. O romance, que marca a estreia do escritor marroquino em Portugal, numa tradução feita a partir do árabe por Hugo Maia (tradutor de Mil e Uma Noites), foi proibido em Marrocos após a sua publicação, em 1973, pelo então ministro do Interior, Driss Basri, seguindo o conselho das autoridades religiosas. Esta proibição vigorou até 2000, quando foi finalmente levantada.

Vista Chinesa, Tatiana Salem Levy (Elsinore)

Maio

Tatiana Salem Levy, autora de Tanto Mar (2013) e Paraíso (2014), regressa ao romance com Vista Chinesa, nome de um famoso miradouro no Rio de Janeiro. A narrativa gira em torno de uma mulher vítima de violação e do doloroso processo de exteriorização e racionalização do ataque que sofreu, anos depois.

The Vanishing Half, Brit Bennett (Alfaguara)

Junho

O segundo livro de Brit Bennett, que ganhou a atenção da crítica norte-americana com o romance de estreia, Mother, é uma saga familiar passada entre as décadas de 1940 e 1990 e centrada nos destinos de duas irmãs gémeas negras, Desiree e Stella Vignes, que cresceram na localidade de Mallard, no estado do Louisiana, onde assistiram ao linchamento do seu pai, em cerca de 1940. O romance, que aborda questões como o racismo e a identidade, vai ser adaptado para o pequeno ecrã pela HBO.

Shuggie Bain, Douglas Stuart (Alfaguara)

Setembro

Romance de estreia do escocês Douglas Stuart, Shuggie Bain, baseia-se na infância e juventude do próprio autor, passada em Glasgow, na década de 1980. Conta a história de um filho homossexual, Shuggie, e da sua mãe alcoólica, Anne. “Cresci em Glasgow nos anos 80 e foram tempos muito duros”, admitiu o autor. “A minha mãe era alcoólica e morreu quando era criança, e durante 30 anos carreguei essa perda, esse amor, esse sofrimento, e quis contar o que foi crescer como gay naquela cidade.” Shuggie Bain venceu o Booker Prize em 2020, uma edição dominada por autores estreantes. Stuart foi o segundo escritor de nacionalidade escocesa a vencer o Booker nos mais de 50 anos do prémio.

Olga Tokarczuk

Olga Tocarczuk

Leonardo Cendamo

Livros de não-ficção

Os Infiltrados, Norman Ohler (Vogais)

Janeiro

No seu mais recente livro, Norman Ohler, autor de Delírio Total, sobre o consumo e uso de drogas na Alemanha nazi, procurou reconstruir as vidas de Harro Schulze-Boysen e Libertas Haas-Heye, dois jovens de famílias alemãs abastadas e favoráveis a Hitler que escolheram lutar contra o regime. Os Infiltrados tem por base diários não publicados, cartas e documentos do arquivo da Gestapo.

Ensaios, George Orwell (Edições 70)

Janeiro

No ano em que se assinalam os 70 anos da morte de George Orwell, várias editoras portuguesas decidiram apostar na publicação do escritor inglês, aproveitando a entrada da sua obra no domínio público. Um dos livros que será lançado este ano é esta coletânea de ensaios, uma faceta menos conhecida do autor de 1984. Com organização, tradução e notas de Jacinta Maria Matos, o volume reúne 20 textos que revelam a versatilidade de Orwell e as suas extraordinárias qualidades de ensaísta.

Joe Biden — Do Homem ao Presidente, Evan Osnos (Actual)

Janeiro

A biografia do Presidente eleito dos Estados Unidos da América escrita por Evan Osnos, conceituado jornalista norte-americano que escreve para a revista The New York, revela os pormenores da longa carreira de Joe Biden no Senado, os oito anos como vice-Presidente de Barack Obama, a sua travessia no deserto político depois de ter sido preterido por Hillary Clinton e finalmente a decisão de se candidatar novamente contra Donald Trump.

Kamala Harris. Uma Vida Americana, Dan Morain (Actual)

Janeiro

Kamala Harris. Uma Vida Americana descreve a carreira da primeira mulher a assumir a vice-Presidência dos Estados Unidos da América desde procuradora até companheira de Joe Biden na corrida à Casa Branca. O autor, Dan Morain, foi jornalista no Los Angeles Times durante quase três décadas e acompanhou de perto o percurso de Harris na Califórnia, estado de que foi procuradora-geral e senadora.

Isso Nunca Irá Resultar: O Nascimento da Netflix e a Força das Ideias, Marc Rondolph (Vogais)

Janeiro

Isso Nunca Irá Resultar é a história improvável do nascimento e expansão da plataforma de streaming Netflix, contada por um dos seus fundadores e primeiro CEO, Marc Rondolph.

Sinta-se Livre, Zadie Smith (Dom Quixote)

Fevereiro

Foi como romancista que Zadie Smith ficou conhecida (o seu romance de estreia, White Teeth, sobre o colonialismo britânico, ganhou inúmeros prémios no ano da sua publicação, em 2000), mas nos últimos a escritora inglesa tem-se dedicado a outros géneros, como o drama, o conto e, sobretudo, o ensaio. A coletânea que sairá em fevereiro pela Dom Quixote, Sinta-se Livre, foi editada em inglês em 2018 e reúne cerca de três dezenas de ensaios distribuídos por cinco secções (“No Mundo”, “Na Audiência”, “Na Galeria de Arte”, “Na Prateleira” e “Sinta-se Livre”), ao longo das quais Smith coloca questões sobre o mundo contemporâneo que todos são capazes de reconhecer, como qual o papel das redes sociais ou porque é que gostamos de bibliotecas. Sinta-se Livre recebeu o National Book Critics Circle Award no ano da sua publicação.

Mundo Subterrâneo, Robert Macfarlane (Elsinore)

Fevereiro

Robert Macfarlane é considerado por alguns o melhor escritor sobre temas de natureza da sua geração. Neste seu último livro, o autor inglês, até agora inédito em Portugal, fala sobre o mundo subterrâneo que existe mesmo por baixo dos nossos pés. Entre o passado e o presente, e procurando vislumbrar o futuro, Macfarlane viaja por alguns dos lugares mais extraordinários e secretos do planeta, como os glaciares da Gronelândia, as câmaras funerárias da Idade do Bronze e pelas cavernas do Ártico, mostrando como o mundo subterrâneo vive e sobrevive no mito, na literatura, na memória e na ciência.

A Vida e a Lenda do Sultão Saladino, Jonathan Phillips (Desassossego)

Fevereiro

Com base numa pesquisa meticulosa, o historiador Jonathan Phillips, especialista em História das Cruzadas, reconstruiu a vida do Sultão Saladino, oferecendo um olhar renovado sobre as suas vitórias, derrotas e contradições. A Vida e a Lenda do Sultão Saladino explora também o legado do sultão, cujo nome tem sido invocado por diferentes líderes árabes modernos, desde Gamal Abdel Nasser, no Egito, a Osama bin Laden, no Iraque.

Oxford Literary Festival - Day 8

Robert Macfarlane

Getty Images

Domínio: Como o Cristianismo Moldou o Pensamento Ocidental, Tom Holland (Vogais)

Março

Em Domínio: Como o Cristianismo Moldou o Pensamento Ocidental, o historiador inglês Tom Holland traçou a história do cristianismo desde a crucificação de Cristo até aos Beatles para defender a ideia de que, embora julguemos que vivemos num mundo irreligioso, quase todos os aspetos da civilização ocidental foram herdados da religião cristã. O livro foi publicado em novembro de 2019 no Reino Unido.

En avant DADA! — Uma História do Dadaísmo, Richard Huelsenbeck (Antígona)

Março

Richard Huelsenbeck, escritor e psicanalista alemão, foi um dos fundadores do grupo dadaísta, em meados da década de 1910, em Berlim. Criado em reação à Segunda Guerra Mundial, o dadaísmo caracterizava-se por uma rejeição da lógica, da razão e da estética da sociedade capitalista moderna. Não existe ainda hoje consenso quanto à origem do nome, mas uma história antiga diz que terá sido o próprio Huelsenbeck que a terá “escolhido”, depois de ter atirado uma ao calhas faca contra um dicionário de francês. O objeto terá caído em cima da palavra dada, um coloquialismo para cavalo de pau. Defensor acérrimo do movimento até ao final da sua vida, Huelsenbeck, escreveu, em 1920, En avant DADA!, a história do dadaísmo. Esta edição foi traduzida a partir do original alemão, por Isabel Castro Silva.

Joana Vasconcelos ou o Reencantamento da Arte, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy (Edições 70).

Abril-junho

Joana Vasconcelos ou o Reencantamento da Arte olha para a obra da artista plástica portuguesa à luz de uma crítica ao consumismo e à modernidade. Esta é, aliás, uma das áreas de especialidade do filósofo francês Gilles Lipovetsky, autor de vasta obra sobre as transformações da sociedade contemporânea, como A Era do Vazio ou A Felicidade Paradoxal. Ensaio sobre a Sociedade do Hiperconsumo. É colaborador de longa data do também francês Jean Serroy, professor emérito da Universidade de Stendhal e autor de várias obras sobre a literatura do século XVIII e cinema. Entre as obras que assinaram em conjunto conta-se, por exemplo, O Ecrã Global (editado em Portugal também pelas Edições 70).

História dos Povos Árabes, Albert Hourani (BookBuilders)

Junho

Considerada uma das mais importantes obras sobre os povos dito árabes, História dos Povos Árabes, de Albert Hourani, foi publicada em 1991, dois anos antes da morte do historiador inglês, importante especialista no mundo árabe e criador dos primeiros centros de História do Médio Oriente no Reino Unido e Estados Unidos da América. A obra foi revista e atualizada pelo historiador irlandês Malise Ruthven após a morte de Hourani, em 1993. É essa edição que a BookBuilders irá disponibilizar no mercado português.

The Undying, Anne Boyer (Tinta-da-China)

Segundo semestre

Uma semana após o seu 41.º aniversário, a poeta e ensaísta norte-americana Anne Boyer foi diagnosticada com uma forma muito agressiva de cancro da mama. A dor e vulnerabilidade que sentiu, juntamente com a descoberta de uma noção de mortalidade, enchem as páginas de The Undying, vencedor do Pulitzer de não-ficção em 2020.

Nota: as datas de lançamento são apenas indicativas, podendo vir a sofrer alterações

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