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Police officers hold a banner with the words "Dignity, Justice, Equality" protest during a demonstration by the platform of PSP (Public Security Police) unions and GNR (National Republican Guard) associations for the restructuring of pay supplements and for the enhancement and dignification of professionals, Porto, Portugal, 31 January 2024.  ESTELA SILVA/LUSA
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ESTELA SILVA/LUSA

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Suplementos PSP e GNR. Sindicatos e ministério sem acordo à vista. Plataforma pondera regresso aos protestos que paralisaram polícias

Governo deu prazo aos sindicatos para apresentar contraproposta, mas plataforma que representa PSP e GNR não enviou qualquer documento até esta sexta-feira e prepara-se para voltar aos protestos.

Os elementos das forças de segurança preparam-se para voltar aos protestos. Depois de nos primeiros meses do ano se ter registado um aumento da contestação, as negociações entre sindicatos e Ministério da Administração Interna, com vista a um aumento do valor pago pelo suplemento de missão, permitiram uma tranquilidade momentânea. Mas, esta sexta-feira, o ministério de Margarida Blasco deixou claro que não vai rever em alta a última proposta colocada em cima da mesa — e a resposta pode passar por novas paralisações na PSP e GNR.

A Plataforma dos Sindicatos da PSP e Associações da GNR esteve reunida esta sexta-feira para decidir o futuro das negociações para o aumento do suplemento de risco. Precisamente quando decorria o encontro entre vários representantes sindicais — e no qual já não estiveram presentes duas das estruturas que abandonaram as negociações no início da semana — terá tido lugar uma conversa informal com o Ministério da Administração Interna, apurou o Observador, tendo a tutela sublinhado que mantinha a proposta apresentada esta terça-feira.

Ao Observador, o Ministério da Administração Interna refere que Margarida Blasco “disponibilizou-se para, até ao final do dia de hoje, sexta-feira, 7 de junho, receber quaisquer contrapropostas das associações socioprofissionais e sindicatos das forças de segurança”. No entanto, acrescentou a tutela, “formalmente, as referidas associações socioprofissionais e sindicatos não remeteram, até ao momento, qualquer proposta”.

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E a plataforma mantém a sua posição: não será apresentada nenhuma contraproposta. “Só estaremos disponíveis para nova reunião se estiverem disponíveis para aumentar” o valor pago pelo suplemento de missão, refere ao Observador o representante da plataforma que reúne sindicatos da PSP e da GNR, e também presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, Bruno Pereira.

Em comunicado emitido ao final desta sexta-feira, os polícias acusaram o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de “estar a faltar ao compromisso que assumiu” com a plataforma a 1 de fevereiro deste ano, “data na qual afirmou que iria ‘reparar’ a injustiça face aos colegas da Polícia Judiciária”. Para os elementos da GNR e da PSP, Montenegro “não deu ainda qualquer passo para o concretizar, estando apenas a introduzir uma atenuação ligeira face à enorme desigualdade que foi concretizada”. Desta forma, apelam que, “tendo em vista uma convergência que amplamente se almeja, e que sobretudo traga paz e dignidade a estes milhares de profissionais, se faça um último esforço no sentido de atingir, mais do que um valor de aumento histórico, um valor que seja historicamente digno”.

A porta fica aberta para que o Governo apresente uma nova proposta. Na última reunião, o ministério de Margarida Blasco admitiu a possibilidade de o suplemento de risco sofrer um aumento de 300 euros (200 já em julho deste ano, e mais 50 euros no início de 2025 e, novamente, no início de 2026). A este valor acrescia a vertente fixa do suplemento, determinado em função do ordenado base de cada militar da GNR e elemento da PSP.

Esse cenário não agradou à plataforma negocial, que exigia um aumento de 400 euros na componente fixa deste suplemento, 100 euros acima da proposta do ministério. Esta sexta-feira, e sem possibilidades de acordo no horizonte, os sindicatos discutiram as novas formas de retomar os protestos, ainda que não tenha ficado definido um plano de ação. Na próxima semana, a plataforma vai reunir novamente, num encontro que não tem ainda data marcada. Dessa reunião deverão sair decisões sobre novos protestos.

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Rutura entre sindicatos. Sinapol não vai continuar negociações

Na reunião desta sexta-feira, apenas um sindicato não esteve presente sem avisar: o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol). Ao Observador, Armando Ferreira, presidente deste sindicato, confirmou que, depois de ter abandonado a reunião das negociações de terça-feira, não voltará ao Ministério da Administração Interna, mesmo que a plataforma que reúne os mais de 10 sindicatos da PSP e da GNR volte a reunir-se com Margarida Blasco.

“Como base naquilo que aconteceu, não há qualquer hipótese”, refere Armando Pereira, acrescentando que “o Sinapol já não está nas negociações”. Aliás, este sindicato só volta a reunir-se com Margarida Blasco “se o Governo disser que vai dar um suplemento igual ao da PJ a todos”.

"Como base naquilo que aconteceu, não há qualquer hipótese", referiu Armando Pereira, acrescentando que "o Sinapol já não está nas negociações". Aliás, este sindicato só volta a reunir com Margarida Blasco, "se o Governo disser que vai dar o mesmo suplente igual ao da PJ igual para todos".

Neste momento, abandonadas as negociações, o Sinapol está a tentar encontrar uma solução através dos grupos parlamentares. Também ao Observador, Armando Ferreira avançou que já foram realizadas reuniões com a Iniciativa Liberal, PCP, PSD e CDS. Apesar da reivindicação da maioria dos sindicatos se fixar no aumento de 400 euros, este sindicato quer que o aumento chegue perto dos 600 euros, tal como aconteceu com a Polícia Judiciária no final do ano passado.

As últimas propostas

As propostas da tutela foram evoluindo a cada nova reunião com a plataforma negocial. As primeiras duas propostas começaram por dividir os suplementos em três categorias, deixando de lado o sistema de suplemento bipartido. No primeiro documento apresentado, estabelecia-se um aumento de 7% para guardas e agentes, de 9% para sargentos e chefes e de 10% para oficiais.

Estes valores seriam sempre calculados tendo como referência o ordenado do comandante-geral da GNR e do diretor nacional da PSP, que é fixado pela tabela remuneratória única e pela posição 86 — que corresponde a 5.216,22€ brutos mensais. Assim, o aumento seria de 365 euros para guardas e agentes, 469 euros para sargentos e chefes e 625 euros para oficiais.

Modelo de valor fixo e componente variável ia ao encontro das pretensões dos sindicatos. Mas posições estão divididas entre os sindicatos que faziam parte da plataforma que iniciou as negociações: há sindicatos que admitem aumento de 400 euros na parte fixa, outros exigem equiparação total à PJ.

Recusada esta proposta, a ministra Margarida Blasco voltou com a mesma fórmula, mas com mais dinheiro. A segunda proposta estabelecia um aumento de 10% para guardas e agentes (521 euros), de 12% para sargentos e chefes (625 euros) e de 14% para oficiais (730 euros) — um aumento de 156 euros face à proposta anterior.

Já na última reunião, que decorreu esta terça-feira, Margarida Blasco apresentou duas propostas. A primeira foi de imediato recusada pelos sindicatos e passava por aumentar já este ano a componente fixa do suplemento em 190 euros e aumentar 40 euros no próximo ano. No fundo, a tutela aceitou um aumento faseado, mas apresentou apenas mais 50 euros do que na última reunião.

Só a segunda proposta, que estabelecia um aumento de 300 euros, não foi de imediato recusada pelos sindicatos, apesar de a reunião ter acabado da mesma forma que as anteriores: sem acordo.

O movimento Inop

No início do ano, em menos de 48 horas, um grupo conseguiu reunir quase 16 mil membros numa rede social e dar início a uma série de protestos a nível nacional, que passava por declarar os carros da PSP e da GNR como inoperacionais — daí nasceu o nome movimento Inop.

Assim, todos os carros que apresentavam algum tipo de problema e que, até esta altura, circulavam normalmente, passaram a ficar estacionados à porta das esquadras e a ser declarados “inoperacionais”. As avarias reportadas eram várias: mudanças, problemas no motor, pneus carecas, vidros partidos, luzes avariadas. Depois disto e, uma vez que os agentes não são obrigados a utilizar meios que não assegurem a devida segurança, começou a ser dada ordem para que os agentes fossem a pé até aos locais onde estavam a ser reportados incidentes.

Manual para sabotar carros, críticas internas e a desinformação do ministro. Por dentro do movimento de “revolta” na PSP

Na base dos protestos estava a aprovação do suplemento de missão para a Polícia Judiciária, cujo diploma foi promulgado por Marcelo Rebelo de Sousa no final do ano passado. Este suplemento de missão veio substituir o suplemento de risco e está reservado aos inspetores da carreira de investigação criminal, da carreira de especialista de polícia científica e da carreira especial de segurança da PJ.

No caso dos inspetores da carreira de investigação criminal — que corresponde ao valor mais elevado de suplemento –, estes elementos recebem 996 euros de suplemento de missão, o que representa um aumento de 518 euros em relação ao valor anterior. Já para os especialistas de polícia científica, o valor deste suplemento pode variar entre os 797,55 e os 864,02 euros e, por último, para a carreira especial de segurança da PJ, o valor do suplemento fixa-se no 664,63 euros.

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