Um utilizador de Facebook partilhou um vídeo no qual é possível ver vários prédios à noite e, por detrás dos mesmos, mísseis a serem disparados em direção ao céu como se se tratasse de um sistema de defesa contra ataques aéreos. Apesar da guerra que está a decorrer na Ucrânia ser real, o vídeo em questão é falso.
A imagem foi publicada a 25 de fevereiro, cinco dias depois da invasão russa de 2022 à Ucrânia ter começado e quando, em Kiev, capital da Ucrânia, já se ouviam as sirenes anti-aéreas a soar nas ruas, como contaram vários órgãos de comunicação social antes dessa data, caso da Euronews, e vários ataques já tinham sido levados a cabo pela Rússia.
Porém, através do Google Images, uma ferramenta de pesquisa da Google que permite pesquisar imagens em vez palavras, é possível encontrar este vídeo publicado no YouTube, a 15 de dezembro de 2021, e que mostra exatamente aquilo que se vê no filme publicado no Facebook, como também é possível ver abaixo.
Ora, o vídeo em questão é um teaser para novas funcionalidades do videojogo War Thunder, lançado em 2012 pela empresa Gaijin Entertainment. O jogo é gratuito, está disponível para computador e principais consolas de jogo e é um simulador de guerra, com combates aéreos e navais. A funcionalidade em questão chama-se “Iron Dome”, e mostra um mecanismo de defesa anti-aéreo que se poderá utilizar neste videojogo. Ou seja, o vídeo partilhado no Facebook não é real.
Conclusão
O vídeo partilhado no Facebook não mostra uma cidade ucraniana a defender-se de ataques aéreos. Apesar de o país estar a ser invadido e a sofrer inúmeros ataques, trata-se de imagens de funcionalidades que foram anunciadas em 2021 para um videojogo sobre guerra que existe desde 2012.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.