Nas redes sociais circula uma imagem do líder do PS com uma frase em citação como se tivesse sido proferida por Pedro Nuno Santos. Por baixo, surge mesmo o logótipo do PS e as referências “50 anos” e “um futuro com história”, frase que com que o partido assinalou as comemorações do seu 50º aniversário, em abril de 2023.
“Há uma grande diferença entre nós e a direita: nós temos três bancarrotas”, surge entre aspas por cima da imagem do socialista numa publicação que se está a tornar viral nas redes sociais.
Pedro Nuno Santos nunca disse a frase que lhe está a ser atribuída. O líder do PS tem passado a campanha a estabelecer a diferença entre o PS e a direita, com a dicotomia “nós e eles”, sobretudo em áreas com o investimento no Serviço Nacional de Saúde, na gestão das contas públicas e na distribuição de riqueza, apontando aos cortes nas pensões do tempo da troika e da governação PSD/CDS.
O período da troika é muito usado por Pedro Nuno Santos, sobretudo depois de Pedro Passos Coelho ter surgido ao lado de Luís Montenegro, na campanha eleitoral. Quanto à origem da crise, é coisa que nunca é referida.
O país teve, de facto, três vezes na sua história pedidos de assistência financeira. E nesses três momentos era o PS que estava no Governo. A primeira vez que o país recorreu à ajuda do Fundo Monetário Internacional, em situação de dificuldades financeiras, foi em 1977, quando Ramalho Eanes era Presidente da República e Mário Soares primeiro-ministro do primeiro Governo Constitucional. Na segunda vez, em 1983, novo pedido de ajuda externa, dessa vez com o Governo do Bloco Central, com Mário Soares novamente a primeiro-ministro e em aliança com o PSD de Paulo Mota Pinto. Já em 2011, o Governo de José Sócrates chamou a troika (FMI, BCE e Comissão Europeia).
Conclusão
O PS era o partido que estava à frente dos governos que tiveram de chamar ajuda externa, em 1977, em 1983 (num governo de Bloco Central) e em 2011. No entanto, é falso que Pedro Nuno Santos tenha alguma vez usado esta referência, como consta na publicação. Este é um argumento frequentemente usado pela direita para atacar os socialistas.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.