O vídeo que anda a ser partilhado na internet mostra a saída do que aparenta ser uma via rápida, em que mais de meia dúzia de reboques transportam tanques de guerra. Na legenda que acompanha este registo, os utilizadores das redes sociais escrevem que uma “divisão de paraquedistas do exército israelita já chegou de Gaza à fronteira” com o Líbano.
Mas não é verdade. O vídeo usado nestas publicações foi gravado no ano passado, e exibido, pela primeira vez, no dia 9 de outubro, no canal de YouTube da Forbes Breaking News — dois dias depois de um grupo armado do Hamas ter entrado pelo sul de Israel e matado mais de 1.200 pessoas, além de ter feito mais de duas centenas de reféns. O ataque, no sábado anterior envolveu, em simultâneo, o lançamento de mísseis para território israelita e uma invasão terrestre.
Dois dias depois, o exército de Israel decide mover tanques de batalha para a cidade de Re’im, na mesma região do sul do país que foi atacada pelo Hamas (um local a centenas de quilómetros da fronteira com o Líbano). É precisamente esse o momento ilustrado pelo vídeo aqui em causa. Como se pode verificar, o registo foi divulgado há 11 meses.
Quase um ano depois, a escalada de tensão no Médio Oriente verifica-se também com outros atores envolvidos de forma mais evidente, como o Irão e o Líbano, com ataques de ambos os lados. Na sequência do alastramento do conflito, surgem também falsas notícias ou divulgação de imagens divulgadas nas redes sociais sem as datas corretas, como é o caso da publicação aqui em análise.
Conclusão
Apesar de o exército israelita ter declarado, no final de setembro, que a invasão terrestre ao Líbano ia começar, o registo divulgado nas redes sociais e que tem como fonte original a Forbes Breaking News, não diz respeito a qualquer movimentação da Defesa de Israel em direção à fronteira libanesa. O vídeo partilhado corresponde à deslocação de tanques militares para o sul de Israel, no dia 9 de outubro de 2023 onde, dois dias antes, o Hamas levou a cabo um ataque sem precedentes que matou mais de 1.200 pessoas.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.