Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Fim (mas sem a arrumação habitual)

    Acabam de ser encerrados oficialmente os trabalhos do XXI Congresso do PCP. A mesa pede que sejam respeitadas as normas sanitárias na saída e, ao contrário do que é tradição nas reuniões comunistas, desta vez ninguém arruma nada: “Pelas condições concretas de realização deste congresso, os camaradas deverão deixar as bandeiras e as cadeiras no lugar”.

    O habitual é acontecer isto, que o Observador registou em vídeo no Congresso de 2016:

    Desmontar um Congresso em apenas 20 minutos (e aqui mais rápido ainda)

  • "Não nos estamos a preparar para o combate, estamos já a travá-lo"

    A última parte do discurso do secretário-geral comunista foi dedicada às batalhas eleitorais do próximo ano, ficado nas eleições presidenciais: “Não nos estamos a preparar para o combate, estamos já a travá-lo”.

    E a realização do Congresso, superando todas as críticas e vozes contra, foi um sinal para dentro: “o que estamos aqui a fazer e a afirmar é que as gerações de comunistas que nos antecederam têm nesta geração atual a determinação, garantia e afirmação que tudo faremos para continuarmos a ser um partido comunista que honra um partido comunista digno desse nome”.

  • "Não estamos aqui a prazo datado, nem em período experimental"

    Jerónimo de Sousa diz que o Congresso não elegeu os órgãos do partido “nem a prazo, nem em período experimental”. Fala dele mesmo, depois das dúvidas que se levantaram sobre a sua continuidade ou a existência de um secretário-geral adjunto.

    “Não estamos aqui a prazo datado, nem em período experimental, mas sim disponíveis para fazer o que temos de fazer, o que o Congresso decidiu”, afirmou Jerónimo de Sousa.

    Esta frase não constava da versão final do discurso entregue à comunicação social e não deixa de ser um sinal relevante para dentro e para fora do partido.

  • Jerónimo queixa-se das "forças reacionárias" que não queriam o congresso do PCP

    E fala agora do “significado da realização e funcionamento do Congresso”, ou seja, mais uma vez das notícias sobre a manutenção do evento em plena pandemia.

    Assim, queixa-se das “forças reaccionárias, tendo como pano de fundo alguns sectores da comunicação social, os mesmos que não queriam que se celebrasse a Revolução de Abril, o 1º de Maio, a Festa do Avante!, e agora o Congresso, aproveitando a situação epidémica e o receio natural face à evolução da doença, desencadearam mais um episódio do medo, já não só o medo de morrer mas conduzindo a operação para o medo de viver”.

    E retira como “ensinamento a extrair do Congresso” que “não existe nenhuma dificuldade intransponível para garantir a segurança sanitária e o exercício de direitos e liberdades”. Agradece aos “camaradas” que permitiram a realização deste congresso.

  • "A alternativa política não é possível só com o PCP, mas também não será sem o PCP"

    O líder comunista pede agora uma “política alternativa que, na sua concretização, precisa da convergência dos democratas e patriotas, na luta dos trabalhadores e do povo, do reforço do partido”. A alternativa política, diz, “não é possível só com o PCP, mas também não será sem o PCP”.

    Jerónimo de Sousa afirma que “este é um partido necessário e indispensável para construir um futuro de progresso e desenvolvimento”.

  • Justificando viabilização do OE, Jerónimo diz que resposta aos problemas "só é possível com medidas concretas" como o PCP fez

    Uma no cravo, outra na ferradura. Jerónimo de Sousa diz que só é possível “impedir o retrocesso social e melhorar as condições de vida dos trabalhadores e do povo” com “medidas concretas” como o PCP “fez e faz na Assembleia da República”.

    E concretiza justificando uma vez mais a ajuda a viabilizar o Orçamento apresentado pelo Governo: “Como fizemos no quadro da discussão do OE”.

    Mas há críticas ao PS, recorda Jerónimo que “o caminho ficou curto porque o PS não se liberta das suas escolhas e opções”.

    “Enquanto alguns desistiam, se há avanços, todos têm a marca, a contribuição, a proposta do PCP”, diz Jerónimo numa crítica ao Bloco de Esquerda e tentando tirar ganhos da posição pela qual optou neste Orçamento do Estado para 2021.

  • Jerónimo diz que problemas do país "não se combatem com estados de emergência excessivos e inconsequentes"

    No discurso de encerramento, Jerónimo de Sousa critica a opção pelo estado de emergência.

    Depois de três dias de intervenções e análise à situação do país, Jerónimo diz que a realidade “não se combate com estados de emergência excessivos e inconsequentes”.

    Para o PCP a resposta está nas “medidas de emergência social”. “É preciso travar a destruição de setores económicos e assegurar o emprego e a vida de muitos milhares de micro e pequenos empresários”, aponta.

  • Jerónimo e Sousa prepara-se agora para falar ao Congresso, no discurso de encerramento.

    Primeira novidade do discurso é que… é curto. Depois das 19 páginas da intervenção escrita de Jerónimo de Sousa na abertura dos trabalhos, são agora apenas três páginas que o secretário-geral reeleito se preparar para ler.

  • Jorge Pires, da comissão política do Comité Central pede "paciência" aos militantes e alerta para perigo da "extrema-direita"

    Jorge Pires, membro da comissão política do Comité Central, faz o discurso mais teórico e político do último dia de congresso. Citando Álvaro Cunhal para dizer que o “sistema de alianças” na classe operária não se baseia em “razões emotivas mas sim em razões políticas”, Jorge Pires pediu “paciência” aos militantes. É devagar que se vai longe. E o adversário agora já não é só a “política de direita dos últimos 44 anos”, mas também o surgimento de “forças anti-democráticas” da “extrema-direita”.

    “A construção de alternativa é um processo complexo e longo, não só necessário como possível, que exige de todos nós intervenção sem pausas, sem impaciência, sem fadiga, que contribua para o esclarecimento dos trabalhadores e do povo”, disse Jorge Pires, sublinhando que nesta caminhada longa não há lugar a “desânimo, a descrença e a falta de esperança”, embora haja “dúvidas legitimas”.

    Ou seja, a luta é longa e demorada, mas adquire ainda “maior relevância se tivermos em conta as alterações na correlação de forças pelo surgimento de forças políticas associadas aos centros mais reaccionários do capital que intervêm para proteger forças anti-democraticas e intensificar a ofensiva contra os trabalhadores”, diria, referindo-se mais tarde ao surgimento e à “promoção” de “forças de extrema-direita”.

    É essa que deve ser a cola para unir todas as forças “que aspiram a uma verdadeira alternativa de esquerda” e que devem “convergir de força corajosa”, com “diálogo sério e real”, para derrotar a “política de direita”. É nessa alternativa de esquerda que o PCP se quer afirmar, quer crescer e quer aumentar a sua base eleitoral com um peso cada vez maior de influência.

    Para isso, é preciso convencer as massas. “São as massas que, em última analise poderão determinar uma deslocação para a esquerda de amplos setores de opinião incluindo na base social e eleitoral de apoio ao PS, criando as condições para a uma alternativa da política de direita e alternância de poder que tem marcado a política nacional nos últimos 44 anos”, disse. Ou seja, é preciso não desistir, dialogar com o PS e continuar a influenciar para a esquerda.

  • Jerónimo, João Oliveira, João Ferreira e Francisco Lopes ovacionados

    Neste momento, os novos membros do Comité Central do partido estão a ser anunciados no ecrã gigante do pavilhão — subiriam ao palco mas as regras sanitárias não o permitem.

    João Oliveira, João Ferreira, Jerónimo e Francisco Lopes foram os mais aplaudidos.

  • Teses aprovadas por unanimidade

    As teses que servem de orientação política do PCP para os próximos quatro anos acabam de ser aprovadas por unanimidade pelo Congresso.

  • Francisco Lopes: "Os candidatos a carrascos da liberdade e da democracia vomitam ódio" contra o PCP

    Francisco Lopes, membro do secretariado do Comité Central do PCP, começa a sua intervenção por denunciar a cada vez maior precariedade dos vínculos laborais e a “praga da desregulação dos horários e da laboração contínua”.

    “Para os arautos da exploração e da limitação dos direitos isso não é problema”, nota, criticando as limitações impostas ao abrigo do estado de emergência em particular à realização de reuniões de trabalhadores.

    “Se no mesmo fim de semana o partido dos trabalhadores realiza o seu congresso, esses mesmos candidatos a carrascos da liberdade e da democracia vomitam ódio e clamam pela proibição do congresso. A resposta está dada: aqui está demonstrada a importância dos congressos do PCP”, diz Francisco Lopes.

    “Este partido não foge, diz o que é preciso ser dito, faz o que precisa de ser feito. O PCP existe para estar ao serviço dos trabalhadores e do povo.”

    O dirigente comunista termina coma a defesa do papel do partido, “diferente de todos os outros” e “indispensável” para a democracia. Acaba muito aplaudido pelos delegados.

  • Jorge Cordeiro queixa-se de "violenta campanha contra o partido"

    Fala agora Jorge Cordeiro, membro do secretariado e da comissão política do Comité Central, que centra a sua intervenção naquilo que diz ser “uma violenta campanha contra o partido”.

    O homem que integra a restrita cúpula do partido (e que faz parte de todas as delegações negociais do partido, nomeadamente com o Governo) queixa-se de “um ódio fascizante lançado sobre o PCP” e que é orquestrado “pelo poder dominantes e pelo grande capital” que “vêem no PCP no regime democrático obstáculos à concretização dos seus projetos”.

    Exemplos de ações públicas destas frentes da oposição ao PCP para “obstaculizar o partido”? “Os projetos de revisão constitucional há muito perseguidos ou as reformas do sistema político a que se junta agora, a pretexto da epidemia, o questionamento de direitos, liberdades e garantias”. Ainda as notícias sobre a manutenção do congresso e também da Festa do Avante na memória.

    Aliás, o comunista Jorge Cordeiro assume como “novidade” nesta ofensiva “o recorrente silenciamento da atividade do PCP, por difusão de produtos editoriais em campanhas orquestradas para atacar o PCP”. Nunca concretiza mais do que isto, embora se mostre convicto que o objetivo é “animar o distanciamento, desconfianças e dúvidas dos trabalhadores e do povo com o PCP”.

    Aos militantes pede que “prossigam o trabalho de intervenção, sem subestimar os efeitos que a violenta campanha contra o partido possa ter”.

  • Os órgãos mais restritos do Comité Central

    A lista completa dos Organismos Executivos e da Comissão Central de Controlo:

    Secretariado do Comité Central:

    • Alexandre Araújo
    • Francisco Lopes
    • Jerónimo de Sousa
    • Jorge Cordeiro
    • José Capucho
    • Manuela Pinto Ângela
    • Margarida Botelho
    • Paulo Raimundo
    • Pedro Guerreiro
    • Rui Braga

    Comissão Política do Comité Central:

    • Ângelo Alves
    • Armindo Miranda
    • Belmiro Magalhães
    • Carina Castro
    • Fernanda Mateus
    • Francisco Lopes
    • Gonçalo Oliveira
    • Jaime Toga
    • Jerónimo de Sousa
    • João Dias Coelho
    • João Ferreira
    • João Frazão
    • João Oliveira
    • Jorge Cordeiro
    • Jorge Pires
    • José Capucho
    • Manuel Rodrigues
    • Octávio Augusto
    • Patrícia Machado
    • Paulo Raimundo
    • Ricardo Cost
    • Rui Fernandes
    • Vasco Carodoso
    • Vladimiro Vale

    Comissão Central de Controlo:

    • Agostinho Lopes
    • Albano Nunes
    • Armando Morais
    • Carlos Gonçalves
    • Francisco Melo
    • José Augusto Esteves
    • Luís Fernandes
    • Luís Araújo
    • Rosa Rabiais

  • PCP vai "reforçar" luta laboral e cria 100 células do partido nas empresas até março de 2021

    No púlpito falou nos últimos minutos o militante Jaime Toga, da comissão Política do Comité Central, sobre a organização do PCP. E revela o objetivo de reforçar nos próximos meses a presença comunistas no meio laboral, em empresas e setores, “com a criação de 100 novas células de empresa, de local de trabalho e de setor até março de 2021”.

    O objetivo é “ir mais longe na organização e intervenção junto da classe operária nas empresas e locais de trabalho “, diz o militante que coloca ainda como prioridade permanente do partido a atividade de “recrutamento de novos militantes”, com os organismos a “fazerem permanentemente o levantamento de nomes a abordar”, por exemplo.

  • Um dos membros do Comité Central votou contra escolha de Jerónimo de Sousa

    Um dos membros do Comité Central não concorda com a escolha do secretário-geral. Além de Jerónimo não ter votado nele próprio — que é habitual — houve ainda um voto contra a sua nomeação.

    Desde que foi eleito em 2004 com quatro abstenções é a primeira vez que Jerónimo de Sousa recebe um voto contra a sua nomeação (sendo que Jerónimo nunca votou nele próprio).

    Votações do Comité Central desde 2004

    • Em 2004 (Jerónimo foi eleito pela primeira vez): 4 abstenções e restantes a favor
    • Em 2008 (primeira reeleição): Todos a favor, exceto a abstenção de Jerónimo
    • 2012: Todos a favor, exceto a abstenção de Jerónimo
    • 2016: Todos a favor, exceto a abstenção de Jerónimo
    • 2020: Um voto contra, a abstenção de Jerónimo e os restantes a favor

  • João Ferreira entra para a Comissão Política do Comité Central

    O candidato presidencial do PCP entra para a Comissão Política do Comité Central.

    Este órgão do partido terá nos próximos quatro anos mais três elementos que o anterior. De 21 membros passará aos 24, no entanto, mantém-se o mesmo número de mulheres: três.

  • Jerónimo de Sousa continua como secretário-geral do PCP

    Sem surpresas, o novo Comité Central comunista escolheu Jerónimo de Sousa para continuar enquanto secretário-geral.

    A única surpresa vai mesmo para o voto contra a escolha de Jerónimo de Sousa.

  • A mesa do Congresso agradece agora as mensagens e saudações enviadas de fora a esta reunião magna comunista, nomedamente a do MPLA e dos partidos comunistas de vários países do mundo, incluindo ao Partido do Trabalho da Coreia — a referência ao país, desta vez, ficou de fora das teses comunistas, como adiantou o Observador ontem.

    PCP deixa cair referências à Coreia do Norte

  • Comunicação social "fez campanha reacionária de promoção do medo" e contra o PCP

    É Carina Castro, membro do Comité Central, que fala agora “sobre a ação da comunicação social e a ofensiva contra o PCP”. A militante comunista afirma que desde o último congresso as “redações que já eram curtas ficaram ainda mais à míngua” e que o “com o surto epidémico a vida ficou mais difícil para os jornalistas”.

    Arranca a maior salva de palmas da manhã, até agora, quando fala do “escandaloso despedimento coletivo na Global Media”, empresa que detém o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e a TSF. Também ataca a “RTP e o Governo que tudo fizeram para que o PREVPAP não protegesse os trabalhadores” e na Lusa e “na tentativa de roubo do subsídio de transportes” que diz que “a luta dos trabalhadores travou”.

    “Com relações de trabalho frágeis não se faz jornalismo nem se combate a desinformação”, diz Carina Castro que depois de traçar o seu retrato sobre o meio garante que nos últimos tempos a comunicação social tem “criado o caminho para a manipulação política e ideológica” e de “insídia” contra o PCP, apontando como exemplo as notícias sobre a manutenção da Festa do Avante em setembro e agora do Congresso. Tratou-se, defende, de uma “campanha reacionária, de promoção do medo, da ofensiva sem precedentes” com o objetivo de “restringir liberdades”. E qual a origem de tudo isto? “É o capital [que detém órgãos de comunicação] a fazer contas com o PCP pelo combate à exploração”.

    A comunicação social foi ontem alvo de ataque por parte de João Frazão, a propósito da cobertura que tem feito da pré-campanha do candidato presidencial do partido, João Ferreira. O Observador foi verificar os factos:

    Fact Check. O candidato João Ferreira está a ser “silenciado” pela comunicação social?

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