Angola está a curar as profundas feridas da sua História recente, mas isso só será possível se se conseguir apurar a verdade. O chamado “golpe de Nito Alves”, que teve lugar a 27 de Maio de 1977, é uma dessas feridas que só poderá ser sarada quando os estudiosos e os angolanos em geral tiverem acesso aos arquivos do MPLA. E esta poderá ser uma grande oportunidade para João Lourenço, Presidente de Angola, dar mais provas da sua nova política de transparência.
Quando escrevi um livro sobre esta tema: “’Golpe Nito Alves’ e outros momentos da história de Angola vistos do Kremlin” compreendi que havia, e continua a haver, muito coisa mal contada ou mesmo por contar sobre esta tragédia. Trata-se de um terreno pantanoso, principalmente quando nos tentam esconder pistas ou conduzir para becos sem saída.
Os vencedores ditaram a sua versão dos factos e, durante muitos anos, foi verdade oficial e única em Angola. Nito Alves e outros revoltosos eram “perigosos esquerdistas” que tentaram, pela via das armas, derrubar o regime de Agostinho Neto, grande líder “centrista”.
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