Depois de António Costa ter dito que “os portugueses têm má memória das maiorias absolutas, quer as do PSD, quer a do PS”, José Sócrates reagiu, em artigo no Expresso, confirmando que quem não se sente, não é filho de boa gente – e não há razão para achar que a gente de Sócrates não é boa, mesmo que não seja rica como na altura ele dizia para enganar os colegas, jornalistas, namoradas e papalvos em geral, que se embasbacavam com o dinheiro que um político esbanjava por Lisboa.
Sócrates entendeu as palavras de Costa como uma crítica pessoal. Mas, convenhamos, aquilo que o PM disse não é bem uma crítica a Sócrates. Criticar José Sócrates por causa da maioria absoluta é como criticar Jack, o Estripador, por ter mau hálito. Não é bem uma crítica, é um mero reparo a juntar ao rol de patifarias. Se Costa quisesse realmente criticar Sócrates, teria dito qualquer coisa como “os portugueses têm má memória do Eng. Sócrates – que, aproveito para referir, não é engenheiro – porque gamou e gamou bem”. Isso, sim, seria uma crítica digna de resposta. Mas, para isso, Costa teria de acrescentar “e eu sei bem do que falo, estava lá e vi”.
Aliás, há aqui um erro de analise política por banda de Costa. A questão não é os portugueses terem má memória da maioria absoluta do PS, a questão é os portugueses terem memória má desse tempo, no sentido de não se lembrarem bem do que aconteceu nesse tempo bizarro. Se se lembrassem, não continuavam a votar alegremente nos mesmos marotos que continuam a governar-nos.
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