Não consigo compreender como ainda existem pessoas que não veem que o comunismo fez tantos ou mais estragos do que o fascismo na Europa, condenando o último e “esquecendo-se” do primeiro. Numa altura em que as soluções “rápidas” e “milagrosas” voltam a estar na moda, é preciso saber reconhecê-las todas, porque o perigo não vem só do “populismo de direita”, mas também da “esquerda caviar”.
Rui Tavares, historiador e fundador do Livre, escreve, no dia 13 de Agosto, um artigo de opinião no Público com o título “A democracia não se defende sozinha”, onde advoga que “as nossas democracias nasceram contra o fascismo e essa história faz parte da sua razão de ser”. Eu acho que, se olhamos para a História da Europa e do Mundo do século XX, é preciso escrever “contra o fascismo e o comunismo”, pois entre essas ideologias há muito pouca diferença.
Em relação ao comunismo, o autor, no seu texto, parece recear empregar essa palavra e prefere só falar dessa praga do século XX em apenas uma frase: “De 1945 a 1957, mais uma dúzia de anos, e a Europa encontrou-se em escombros e, o que é mais, espartilhada entre duas superpotências, uma das quais dominada pelo totalitarismo estalinista”. Mas, como é sabido, após a morte de Estaline, em 1953, e a queda do comunismo no Leste da Europa, metade do nosso continente era controlado por ditaduras de extrema-esquerda. Além disso, o comunismo soviético começou antes do fascismo e teve tempo de provocar milhões de mortos até à ascensão de Hitler e Mussolini.
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