Oitenta anos depois do Holocausto, o antissemitismo foi ressuscitado por um progressismo com um ódio cego a Israel e aos Estados Unidos, o que o faz defender o indefensável: os talibãs, os terroristas palestinianos, o Hamas e as sociedades autocráticas islâmicas. A comunicação social, cada vez mais controlada por esta esquerda radical, deixou há muito de noticiar os crimes contra a humanidade contra quem resiste no meio da crueldade e do totalitarismo. Israel, a luz que ainda está acesa no meio da escuridão obscurantista e farol de quem sonha ser livre, passou a ser o inimigo de uma esquerda que não olha a meios para atingir os fins. Basta dizer que, mesmo no nosso Portugal de brandos costumes, há quem vá propagar para os programas de maior audiência que o terrorismo indultado é romântico, que o desvio de barcos e aviões (com inocentes a bordo) foi justificável e que o assalto a bancos foi ato de altruísmo. Quem considerar que estes assassinos nojentos deviam estar a apodrecer numa prisão escura, em vez dos sorrisos sonsos nos holofotes, é porque deve ser fascista – esta palavra tão infame, que insiste em sair da boca de um marxismo poeirento e que ataca os amantes da liberdade daqui até ao Médio Oriente.
No Irão está a acontecer a maior revolução feminista deste século. Já viu ou leu alguma notícia sobre isto nos noticiários, jornais ou redes sociais? Não, claro que não. Vivemos num mundo onde a comunicação social é controlada e os influenciadores digitais são crianças a quem foi feita uma lavagem cerebral progressista e liberal, entre garrafas de vinho de cem euros e o ódio freudiano à sociedade patriarcal. Entre estas estão as feministas conhecidas, elitistas com salários chorudos, a venerar o Che Guevara e a Frida Kahlo enquanto escrevem artigos e teses de doutoramento sobre o empoderamento das mulheres, o direito dos homens que menstruam e o ódio à sociedade patriarcal. Lá longe, mais ainda do que a distância real até ao Irão, a jovem Asra Panali, de 16 anos, foi espancada até à morte na própria escola por se recusar a cantar um hino pró-regime.
Só porque não apareceu nos noticiários das oito ou no programa dos comentadeiros da moda, não quer dizer que não tenha acontecido. E não, não é uma teoria da conspiração. Se procurarem um pouco em sites independentes e agências internacionais sérias, podem ver vídeos impressionantes do que se está a passar no Irão e como raparigas e mulheres estão a desafiar corajosamente um poder que lhes diz como vestir e onde ir e o que fazer e com quem casar e que sonhos não podem ter.
Às autoproclamadas feministas ocidentais não interessa saber se estas mulheres têm um tratamento muito pior do que os seus animais de estimação. Na verdade, o melhor é nem sequer pensarem na jovem de 22 anos, Mahsa Amini, morta na prisão depois de ter sido presa por uso incorreto do véu islâmico. Estas pessoas, nascidas mulheres e que menstruam, são as minhas heroínas que me comovem até às lágrimas. Vivem, lutam e morrem por uma vida melhor, por uma liberdade que sempre demos por garantida e que lhes é vedada por radicais nojentos sem honra. Não lhes interessa o lixo ideológico das feministas portuguesas e ocidentais. Não lhes interessa a política ou o poder. Mas o seu grito de liberdade, embora silencioso na comunicação social, é ouvido por toda a gente que é sensível à justiça e que ama a humanidade.