1 O país começou a respirar de alívio no dia em que Gouveia e Melo vestiu o camuflado. E não foi por acaso que o vestiu. Gouveia e Melo é um militar no mais profundo sentido do termo. O sentido de dever e de missão estão acima de qualquer interesse pessoal ou vaidade. A honra e a competência são valores sagrados. Ultrapassar com método tarefas difíceis ou quase impossíveis são a razão de ser da sua existência.

Ainda bem que mais uma vez as Forças Armadas estão a salvar-nos do caos em que alguns políticos nos estavam a meter. Numa operação logística gigante, Gouveia e Melo está agora a cumprir o difícil objetivo de vacinar 100 mil pessoas por dia. É difícil? É. Pode-se fazer? Gouveia e Melo está a conseguir. O uso do camuflado indica o nível da missão a que se propôs e, por isso, exige-o a todos os colaboradores dos vários ramos da Forças Armadas que consigo estão a trabalhar.

Agora, que o processo corre sobre rodas e não há incidências de maior, parece fácil. Mas não é. Ainda se lembra de Francisco Ramos, o comissário político que primeiro foi escolhido para a função? Já está esquecido, não é? As más memórias querem esquecer-se depressa.

Desde que o almirante tomou o comando das operações deixámos de ouvir piadas, ameaças, opiniões. Todos os dias vemos o almirante a trabalhar, não há tempo a perder com minudências. A tarefa é urgente. O país precisa de voltar à normalidade o mais rapidamente possível. Finalmente começamos a ver a luz ao fundo do túnel. Graças a Gouveia e Melo e a todos os que trabalham sob a sua coordenação.

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Ficamos assim a saber que usa um camuflado quem pode e não quem quer.

2 Eduardo Cabrita veste gravata e infelizmente temos que o ver e ouvir praticamente todos os dias.

Eduardo Cabrita, como qualquer revolucionário no século XXI, é ridículo, é irresponsável e é incompetente. Será que Cabrita, quando chega a casa, puxa atrás a box e vê as figuras que faz?

Recordo aqui algumas pérolas. “Bem-vindos à luta pelos direitos humanos, eu já cá estava!”, exclamou o Ministro da Administração Interna, um ano depois de um imigrante ter morrido às mãos do SEF no aeroporto de Lisboa sem que as autoridades portuguesas tivessem mostrado uma reação adequada. “Ajudei o Presidente a recandidatar-se”, respondia com ar grave, reclamando para si o mérito de não se ter repetido a tragédia dos fogos de 2017. “O Governo não descobriu Odemira nesta semana. Nesta terra queremos direitos para todos e os empresários são responsáveis por criar condições de trabalho e de habitação”, defendia na semana passada no Parlamento, rejeitando responsabilidades pela situação em que vivem milhares de imigrantes no Alentejo, ao abrigo de uma resolução do Conselho de Ministros aprovada por este Governo.

As suas palavras demonstram que Cabrita desconhece as suas responsabilidades, trata com ligeireza a coisa pública, só está preocupado em fazer ecoar o seu discurso revolucionário decadente.

Quando de manhã aperta o nó da gravata, Eduardo Cabrita está ocupado a decorar uma cartilha que só trouxe tragédias ao mundo. Pior do que a sua inação é a sua patética forma de se defender. Como quem diz: “Olhem para mim que sou exemplar!” Não, não é, senhor ministro. O senhor e a sua gravata são o pior que este país tem para mostrar.

Não foi por acaso que Gouveia e Melo vestiu o camuflado na hora de servir o país. As gravatas não têm provado ser boas conselheiras nestes tempos de emergência nacional.