Há males que vêm por bem e um deles foram as intervenções do comentador Francisco Louçã sobre as grandes fomes na União Soviética. Ele fez-me lembrar, principalmente na segunda intervenção, os dirigentes nazis a recusarem-se a reconhecer ou a justificarem os crimes que cometeram. Com uma diferença, Louçã estava mais à vontade perante os ecrãs televisivos do que os carrascos do III Reich no Tribunal de Nuremberga.
Mas intervenções deste tipo apenas vêm confirmar a tese de que entre o nazismo e o comunismo não há qualquer tipo de diferença, a começar pelo discurso desumano e cínico.
Louçã, na sua segunda intervenção televisiva sobre o Holodomor (Grande Fome) na Ucrânia, tentou redimir-se muito suavemente ao ir além no “desmascaramento” das políticas criminosas de Estaline recordando que a fome abrangeu outras regiões da União Soviética, ou seja, para afastar a ideia de que ele jamais poderia ter rido e gozado com uma das páginas mais negras não só da Ucrânia, mas também da Rússia, Cáucaso, Bielorrússia e do Cazaquistão.
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