Portugal na presente década mudou duas vezes. Com a troika e com a Covid-19. Nas duas circunstâncias o país mudou porque o mundo também o fez. Um abalo financeiro e uma pandemia tiveram e têm efeitos transversais nos diferentes prismas da nossa vivência, onde política e economia não são exceção.
Perante estas mudanças há partidos que respondem da mesma forma. Imobilizados perante o mundo que muda, não mudam a suas ideias para o país.
O PCP tem a uma cortina ideológica, que resiste com pés de barro às mudanças do país. As celebrações da CGTP no Dia do Trabalhador foram uma clara evidência de que o PCP e as estruturas que controla ficam mais frágeis a cada demonstração de força.
Precisamente porque fazem força no sentido oposto ao que o país precisa. A demonstração de força é feita por ficar em casa, não por sair para a rua.
O Bloco de Esquerda, na plena incerteza de como Portugal iria lidar com esta pandemia, disparou para dividir o país. Os hospitais privados e as empresas estão entre os principais alvos. Mas como o país estava unido contra a Covid-19, os disparos do BE foram autêntica “pólvora seca”.
O BE tem contornado qualquer referência às Misericórdias. Mesmo quando ajudam a amparar medidas apoiadas pelo BE como alojamento de reclusos libertados no âmbito do combate à Covid-19 O BE não concorda com rede social que amparou o país na troika e que agora enfrenta nos seus lares a batalha contra a pandemia.
O governo paga tarde e paga mal o trabalho realizado pelas misericórdias e IPSS no setor social. Só o PSD levantou este assunto. Não há um partido de esquerda que fale deste problema.
PCP e BE repetem receitas para a saúde, setor social, emprego e empresas, como se a Covid-19 fosse um capitalista a lucrar à conta do país. Estão sem respostas para o combate que enfrentamos.
Entretanto no “mundo real” a nossa economia parece estar ausente de respostas. Ausência por causa das respostas que ainda não chegaram ou que não foram criadas para os trabalhadores e empresas.
O governo falha com os heróis da troika que ergueram a economia do país e estão sem armas perante esta pandemia. A falha com os sócios-gerentes que teve que ser corrigida pelo parlamento é um exemplo entre muitos.
Em 2016 o primeiro-ministro agitava uma “vaca voadora” (um boneco) para anunciar um “simplex”. Era uma prova simbólica de que era possível mudar o “mindset” da administração pública. Hoje, longe destes truques, vemos complexidade e burocracia a criar lentidão nas respostas à economia.
O “mindset” de um governo burocrático é a antítese do que o país precisa.
Não é compatível gerir espectativas com os empresários esperando que uma bazuca orçamental de Bruxelas dispare as soluções que a nossa economia precisa. O país saiu do Estado de Emergência, mas as empresas não. A falta de liquidez vai-lhes deteriorar a capacidade de responderem aos efeitos da Covid-19.
O ministro da Economia recusa apoios a fundo perdido, argumenta que é uma dívida para pagar mais tarde. Ou seja, o Estado não pode gerar dívidas para mais tarde pagar, mas as famílias e empresas podem, com moratórias e empréstimos.
Sem liquidez no presente, sem investimento no futuro, esgota-se a capacidade para a economia crescer, gerar empregos e pagar melhores salários. Ou seja, esgota-se o stock de capital líquido.
O PSD é, até ao momento, a única força política que traça um plano para a retoma do país. Aproveita instrumentos que o país dispõe, adapta-os às circunstâncias para que a celeridade da resposta seja condizente com a emergência das empresas.
O PSD tem tido “golpe de asa”. Não porque o governo reage aceitando propostas, mas porque o PSD reage perante o que o país precisa. Contrasta com quem não tem planos para Portugal e com quem não soube executar os planos a que se propôs.
António Costa disse a 19 de abril de 2020 “quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS”. A frase é originalmente de Mário Soares, um slogan com mais de 40 anos. Entretanto o mundo e país mudaram. Não é o PS que tem que ter força, é o país.
Os portugueses não precisam de um líder que pensa nas sondagens, precisam de um líder que pense no país.