“Joe Biden, que muitos dizem ser o nosso pior presidente, adoeceu com um caso do vírus chinês, apesar de estar vacinado. Espero que o Joe ‘Sonecas’ consiga recuperar depressa, tal como eu. Os médicos descreveram a minha luta contra o vírus chinês como hercúlea, e não se referiam ao Hércules “woke” da Disney, mas ao de Kevin Sorbo. E também ao de Lou Ferrigno.

Joe, desejo-te rápidas melhoras, ainda que leves a América no rumo errado. Ninguém quer a Kamala!”

Não é o Discurso de Gettysburg, mas esta mensagem atribuída a Donald Trump é um mimo de síntese, graça e razão. Por momentos, pensei em rever severamente a minha opinião acerca dos limites “comunicacionais” do sr. Trump. Não foi necessário: a mensagem não é do sr. Trump, e sim de algum brincalhão que a enfiou nas “redes sociais”. O brincalhão merecia ser descoberto, revelado e promovido a redactor das intervenções presidenciais. Isto quando, e se, os EUA voltarem a ter um presidente capaz de os ler sem incluir na leitura os avisos do “teleponto” (“Pausa”, “Repetir a frase”, etc.).

Este é o problema, ou um dos inúmeros sintomas do problema. Somados todos os sintomas, o sr. Biden não parece estar em condições para liderar o famoso “mundo livre”, embora esteja nas condições ideais para permitir que o mundo se torne bastante menos livre. Além de não perceber o conceito de “teleponto”, o homem tropeça em cada degrau, estende a mão a criaturas que não existem, transforma frases em murmúrios insondáveis, esquece o nome dos seus interlocutores, perde-se no pequeno jardim da Casa Branca, é ignorado pelos pares em encontros internacionais, etc. De brinde, após quatro doses e umas dezoito máscaras simultâneas, que apenas remove para tossir ou proferir incongruências, o homem anuncia que apanhou Covid exactamente um ano depois de garantir ao povo que a vacina evitava a infecção.

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O homem, em suma, não anda bem – nos sentidos literal e figurado. E se alguns vídeos disponíveis na internet sugerem que ele já não andava bem há 30 ou 40 anos, a verdade é que então o sr. Biden não passava de um simples senador. Hoje, é um presidente simples, na acepção pejorativa do termo. Para cúmulo, é o presidente simples de uma nação complexa, e decisiva para os nossos destinos. Claro que, nos tempos que correm, até há estadistas empenhados em aparecer de cuecas, a chapinhar no mar. Sucede que são personagens de lugares periféricos e condenados à desgraça. A América ainda não é periférica, e convinha ao Ocidente que não se desgraçasse.

O cenário não é animador. Escreveu-se e insinuou-se imenso sobre a possibilidade, aliás falsa, de Ronald Reagan ter terminado o segundo mandato com sinais de Alzheimer. O sr. Biden iniciou o primeiro com sinais sabe-se lá do quê. O que se sabe é que a Covid é o menor dos seus males. E dos nossos. Em Novembro de 2020, multidões eufóricas anunciaram o regresso da “decência” a Washington. A palavra que procuravam é “demência”.

Por acaso, não falo do pobre sr. Biden. O facto é que, com o beneplácito do sr. Biden, ou aproveitando o desnorte do sr. Biden nos labirintos da própria cabeça, a América prosseguiu e acentuou uma espiral de loucura que seria cómica no Luxemburgo ou na Birmânia. Sendo na América, com a capacidade da América em determinar o que ocorre no resto da civilização, a espiral é trágica. Em poucos anos, a sociedade mais próspera dos últimos cem anos viu as alegadas “elites” (?) reduzidas a um caldo medonho de folclore, crendice, fanatismo, segregacionismo, denúncia e prepotência que, fora as fatiotas e os adereços circenses, não envergonharia um zelota do Alabama em 1922.

Da sinistra e ruinosa história da Covid, imitação global dos preceitos do sinistro e ruinoso dr. Fauci, saltou-se num ápice para a radicalização absoluta dos delírios “identitários” e do que calha, que oscilam entre o ridículo e o criminoso. Há ódio às mulheres que são mães. Há mães com receio de que o seu recém-nascido seja um “supremacista branco”. Há brancos que se ajoelham perante negros. Há negros que recusam proximidade com brancos (que fiquem de pé, suponho). Há adultos que escolhem os pronomes pelos quais querem ser designados. Há gente que exige ser considerada gato ou osga. Há matulões que concorrem em desportos femininos. Há obesas mórbidas promovidas enquanto modelos de beleza e saúde. Há anúncios de recrutamento militar exclusivamente destinados a filhas de lésbicas. Há a ideia de que a tropa serve para “desfazer estereótipos” e não artilharia inimiga. Há académicos a servir esta papa aos alunos, a título de “progresso”. E há os “media”, cinema incluído, que vendem a papa a título de desígnio. E há o poder político, que confere à papa legalidade.

Ai de quem não devore a papa, que mistura sentimento com raciocínio e indignação com pertinência. Sob o cínico logro da “diversidade”, o que acontece é afinal uma padronização, a redução superficial dos seres humanos a características que ou são irrelevantes ou são imaginárias. O processo pode ser alimentado por sede de destruição, idiotia ou oportunismo. O desenlace, salvo milagre, não será bonito.

A esperança, a haver alguma, é que a maioria não ceda às ameaças e aos “cancelamentos” e à censura e às listas negras da minoria barulhenta. Acredito que milhões de americanos contemplem com crescente horror semelhante pagode, um pagode indissociável das consequências na economia, na segurança, na educação e nas gerais minudências que, antigamente, as pessoas associavam a uma vida razoável. Não sei se serão os milhões suficientes, ou se serão suficientemente resistentes. E falta demasiado para as eleições.

Entretanto, o “freak show” apura-se. E não conhece obstáculos. O sr. Biden não conta (porque se esqueceria que o “five” precede o “six”). A seguir ao sr. Biden, perfila-se a dona Kamala, que parece sempre dirigir-se a retardados. A seguir à dona Kamala, nem Deus sabe o que para ali vai, incluindo o velhote vestido de senhora que agora é “ministro” da Saúde. Dado o respectivo estado, o sr. Biden é o elefante na sala oval (ou o burro, se atendermos ao partido e não só). Infelizmente, na sala cabem muitos bichos. A América, que é a América, endoideceu a partir de cima. Coitados dos americanos abaixo. E coitados de nós no chão.