A pandemia mudou a vida de todos, mas teve especial impacto em alguns setores, como o do turismo. Agora é momento de olhar para o futuro e pensar em medidas que podem ter um contributo efetivo para ajudar a uma recuperação mais rápida. E, numa altura em que as vacinas assumem uma importância fundamental, a existência de um passaporte de vacinação assume-se, cada vez mais, como uma ideia eficaz para salvar o turismo.

Depois de momentos difíceis nos sistemas de saúde e períodos de confinamento, precisamos de pensar já no que se segue e o que é possível fazer para regressarmos à normalidade, bem como à retoma empresarial. As vacinas têm mostrado que são uma arma eficaz contra o vírus, agora com provas dadas não apenas em ensaios clínicos, mas em contexto de mundo real.

Olhemos, por exemplo, para o caso de Israel. O país lidera na aplicação de vacinas e já tem mais da maioria da população vacinada. Devido à rápida campanha de vacinação, Israel começa agora a desconfinar e lançou, a 21 de fevereiro, um passaporte de vacinação, que dá acesso exclusivo a locais como ginásios, hotéis ou também de âmbito cultural, como cinemas e concertos. A partir do download de uma aplicação, é possível demonstrar que já se foi vacinado ou que se recuperou da doença. Além de encorajar as pessoas a vacinarem-se, o passaporte poderá contribuir para que as pessoas se sintam mais seguras a voltar aos restaurantes, centros comerciais, ginásios, espetáculos, etc.

A Comissão Europeia vai propor a criação de um passaporte digital de vacinação. Seria importante que esta medida fosse também adotada em Portugal. Os setores da restauração e do turismo foram duramente afetados pela pandemia e são, justamente, dois setores com uma elevada atividade e que contribuem, em grande medida, para o PIB nacional. Mais do que falar sobre o tema, é importante agir – e rapidamente, não esperando pelo verão. Caso o passaporte seja aplicado nas próximas semanas, a recuperação será muito mais rápida e efetiva.

Portugal é reconhecido no mundo pela sua gastronomia, a sua diversidade natural e um turismo acolhedor que estava em franco crescimento antes do início da pandemia. E este é um caminho que temos de retomar o quanto antes.

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