Mulher de Siza Vieira é dirigente de associação de hotelaria. Governo não vê incompatibilidades
Que o Governo não veja incompatibilidades não é de admirar: tornar aceitável o escandaloso e normalizar o reprovável tem sido a táctica de António Costa perante todo e qualquer facto que outrora se chamava crise. No caso concreto do ministro da Economia ser casado com a dirigente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) não sei se haverá incompatibilidade do ministro que, note-se, tem a tutela do turismo. Mas do que tenho a certeza é que seja por via do casamento do ministro ou do divórcio litigioso do Governo com os senhorios, aquilo a que temos assistido é a um favorecimento da hotelaria e a uma histeria fanática contra o Alojamento Local.
O Governo com a prestimosa ajuda do jornalismo activista começou por desencantar todos os dias uma malefício resultante da “proliferação do alojamento local”: num dia é o lixo nas ruas deixado pelos turistas (em Benfica não há um turista e o lixo na rua cresce mais que as árvores!); noutro os residentes que, coitados, só ouvem línguas estrangeiras quando abrem a janela (pelo contrário, garantem os indignados com os turistas, se os passantes forem imigrantes/refugiados os residentes dos bairros tradicionais abrem ainda mais as janelas para melhor escutarem a riqueza cultural inerente às novas sonoridades); e, claro, não podia faltar a “disneyficação” da cidade (é verdade que a versão anterior com prédios vazios e interiores à mostra por causa das derrocadas proporcionava fotografias bem mais ao estilo Dorothea Lange na Grande Depressão)… Em resumo, tudo o que mal acontece é culpa do Alojamento Local.
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