Como Encarregada de Educação o que exijo aos meus educandos é o cumprimentos das regras da escola, os horários, os prazos de entrega de trabalhos e compromissos assumidos com os professores. Quando necessito de saber alguma informação, não faço comentários na frente dos meus educandos, escrevo um email para a Diretora de Turma a pedir informações. Todas as disciplinas são importantes, e contam para a média do Ensino Secundário.  No meu caso procurei colocar o meu filho num Instituto de línguas, e no Ginásio, porque identifiquei que seriam as áreas em que o meu filho necessitava de melhorar para alcançar o patamar do Bom ou Muito Bom, conforme o esforço dele.

Tenho noção de que nem todos têm disponibilidade para investir nestas áreas da educação mas, a vida é feita de prioridades, e marcas de luxo de roupa, calçado, telemóveis e consolas de jogos não são importantes na educação dos meus educandos.

Na sala de aula, todos os alunos são iguais,  e não é da minha conta se os encarregados de educação investem em explicadores de Matemática ou não, mas vou dar algumas informações:

– Z,  não fazes os Exercícios?

– Professora já fiz na explicação – responde o aluno.

.– Então faz outra vez, por favor – responde a professora

– Outra vez? – pergunta o aluno

– Sim, outra vez, porque quando tocas música, deves treinar muitas vezes.

– C, tens de estar atenta, depois não percebes o exercício.

– Professora não se preocupe, tenho explicação – respondeu a C

– Existem alunos que não tem explicação, por isso vais estar atenta como os teus colegas – respondeu a Professora.

Alguns alunos julgam que as explicações particulares servem para trabalhar menos na aula, e os encarregados de educação consideram que ter um explicador é já o passaporte para a excelência. Por vezes, os alunos trazem para a sala de aula as dúvidas de exercícios que os explicadores não conseguiram resolver. Nesses casos, aviso-os que não interfiro no trabalho de outros.

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Para não entrar na privacidade dos meus filhos ou alunos vou contar uma história, a minha, na qualidade de aluna.

No 5º ano, no primeiro período tive duas negativas, uma na disciplina de Educação Visual e uma na disciplina de Educação Física. A minha mãe conversou com a Diretora de Turma mas só me contou mais tarde. Na disciplina  de Educação Visual eu nunca terminava os desenhos. E na disciplina de Educação Física fugia da bola, porque usava óculos e tinha um problema de pele nas mãos.

A minha mãe, professora de Educação Visual, nunca duvidou dos professores. Tratou de me pôr a desenhar em casa, só posso dizer que gastei muitas folhas e que percebi que teria de fazer melhor se não queria estar tardes inteiras a pintar. Nunca mais tive negativa na disciplina de Educação Visual.

Na disciplina de Educação Física, na primeira abordagem foi feito um jogo de futebol na praia, acabou no Hospital.  A minha mãe partiu o dedo do pé. Em vez de dar um pontapé na bola, deu um pontapé em algo. O passo seguinte foi colocarem os filhos todos no desporto.

Se os encarregados de educação querem ou podem promover ações para a melhoria das competências dos seus educandos têm toda a legitimidade para o fazer mas devem monitorizar as mesmas.

Informo já que no meu horário tenho contemplado horas de apoio para todas as turmas, a maioria dos alunos que as frequenta de forma assídua tem progresso e sucesso.

E a Escola tem Desporto Escolar em várias modalidades.

Em conclusão, o passaporte para a excelência requer empenho da família, da escola e do aluno.