Quem é Narciso de Téspias? Alguém sabe? Ainda vale a pena referenciá-lo quando temos Pedro Nuno Santos? Pedro Nuno Santos é o maior. E o melhor de sempre. Perguntem-lhe que ele confirmá-lo-á, sempre que necessário, sem qualquer esforço. Afinal, nunca nenhum ministro fez o que ele fez. Não estranhamente, desde que Pedro Nuno Santos saiu do Governo até à sua ida a esta comissão parlamentar, não houve existência, nem nada aconteceu no país.

Começo a ficar preocupado com a sanidade mental de alguns socialistas. Já sei que os socialistas não governam para a realidade, pelo menos para a realidade em que os portugueses vivem, por residirem numa realidade alternativa. O Trump tinha os factos alternativos, os socialistas, especialmente os ministros e ex-ministros da coisa socialista, têm a Socializândia – a realidade utópica – onde são perfeitos, estão sempre certos e outros, i.e., os portugueses, são ingratos e mal-agradecidos.

Infelizmente, o país utópico da Socializândia corresponde a Portugal. Daí que seja muito triste chegar à conclusão de que a coisa socialista se resume a um jogo de soma zero, em que os responsáveis políticos ganham sempre à custa do que perdem os portugueses.

Pedro Nuno Santos fica incomodado com as leituras parciais que os outros fazem das observações do Tribunal de Contas. Curiosamente, é justamente o que ele próprio faz. Só vê o que lhe interessa. Todavia, como Pedro Nuno Santos é o maior (e o melhor) também faz seleção das suas próprias declarações. Lembram-se dos “despedimentos não são inevitáveis”? Lembram-se da devolução do dinheiro da TAP?

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Mas é literalmente verdade que nunca nenhum ministro fez o que Pedro Nuno Santos fez. Nunca nenhum Ministro defendeu a nacionalização da TAP, desperdiçou na mesma 3,2 mil milhões de euros para acabar a advogar a sua privatização. Nunca nenhum ministro viu o anúncio “da maior obra pública em Portugal” – a loucura de desmantelar o aeroporto de Humberto Delgado e juntar Montijo e Alcochete como novo aeroporto de Lisboa – ser desautorizada em menos de 24 horas. E é conveniente relembrar que Pedro Nuno Santos teve de retirar a sua escolha para Chairman da TAP (Miguel Frasquilho), que teve de recuar na sua intenção de sujeitar a votos no Parlamento o plano de reestruturação da TAP, etc. Realmente, Pedro Nuno Santos é o ministro do nunca. É provável que nunca nenhum ministro tenha sido tantas vezes desautorizado. Já o ter-se esquecido que tinha concordado com a indemnização de Alexandra Reis e que não é responsável pelo mal que fez é o habitual dos socialistas.

Pedro Nuno Santos disse que os 55 milhões de euros – [algo equivalente a mais de 100 indemnizações da Alexandra Reis (e que, ao contrário desta, os portuguese não verão um cêntimo devolvido)] – foram entregues a David Neeleman para evitar ir a tribunal sem esclarecer o motivo, a razão ou o suporte documental que faria com que Neeleman recorresse para a via judicial. Curiosamente, também ficámos a saber que não houve fórmula de calculo para estes 55 milhões. Mais exemplos do esplendor da coisa socialista.

O Olimpo está deserto porque os deuses não foram capazes de se actualizar. As divindades socialistas aprenderam a lição e modernizaram-se. José Sócrates era um novo homem, de dimensão mítica. Pedro Nuno Santos é um narciso moderno igualmente mítico. A visão céptica e pessimista sobre as interpretações da realidade e a preferência pela Socializândia permanece intacta. A diferença cinge-se ao nada. Nada do que é dito por estes novos homens é questionável porque os seus valores, apesar de atomizados, são absolutos.

Pedro Nuno Santos aparenta ter dificuldade em compreender a razão de ter tido medíocres acima dele e de ser criticado pelo fez. Sobretudo por não poder ser responsabilizado pelo que outros fizeram, não obstante ter tomado decisões baseadas no que tinha sido feito. Enfim …

Confesso a minha curiosidade sobre a real capacidade de gestão do Pedro Nuno Santos. Gostaria muito de o ver gerir uma empresa privada, que não a da família, obviamente, mesmo sabendo que à partida Pedro Nuno Santos representa uma maior probabilidade de garantia de ajustes directos por parte do Governo.