Não há como fugir ao assunto. As eleições nos Estados Unidos da América são incontornáveis. Infelizmente, para mim são também bastante “incomentáveis”, uma vez que, à hora que escrevo, não faço ideia de quem venceu. Nem à hora que escrevo nem, se calhar, nas próximas largas horas em que faço outras coisas bem menos dignas, pois é provável que a contagem dos votos ainda demore. As regras de apuramento de resultados nos Estados Unidos parecem imenso as regras do futebol: às vezes dá mesmo ideia que só não são alteradas para continuar a ser possível toda a espécie de aldrabice.
Mas mesmo noutras latitudes — e, mais ainda, longitudes –, onde é complicado aldrabar durante a contagem de votos, não há qualquer problema, aldraba-se após a contagem de votos. Lembram-se da geringonça? Recordam com muita saudade a geringonça? Então vão lá tomar a mediação, que eu espero…
… Já está? Boa. Dizia eu, se têm saudades da geringonça – ou de caramelos, ou das duas coisas – é só irem a Badajoz desfrutar um pouco da la geringuenza espanhola. Melhor ainda é irem a Valência, de onde o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, foi corrido à pedrada pelos ingratos habitantes locais, só porque, depois das inundações, foram deixados à sua sorte. O que colocou em evidência a inépcia do governo de extrema-esquerda. Ou“colocou em evidência a extrema direita”, nas palavras do governo espanhol. Valência não tem qualquer sorte com um governo que não tem qualquer valência.
A propósito de falta de valências e de alterações climáticas, a criação do novo Conselho para a Acção Climática, prevista na Lei de Bases do Clima, falhou. Sim, sim, eu também estou em pânico. E agora? Quem dá conselhos sobre acções a tomar relativamente a temas sobre o quais as nossas acções não têm qualquer efeito? Quem? Mas quem? Calma, Tiago, toma a medicação…
… Feito. Bom, e a criação do novo Conselho para a Acção Climática falhou porquê? Porque era suposto contar com oito membros de cada sexo, mas só foram indicadas quatro mulheres. Várias questões aqui. Primeira, isto da agenda “trans” ainda está a valer? Em caso afirmativo, e se eu me sentir uma mulher, podem considerar-me para o tacho… para a relevantíssima posição, se faz favor? E, já agora, em quantos sexos íamos? Pelas minhas últimas contagens eram para aí uns 70, ou 80, ou 21.539. É que, assim sendo, não sei se o Estádio da Luz estará disponível para as reuniões do Conselho. Por fim, será que os membros de cada sexo do Conselho começaram a ter sexo ainda antes do Conselho se formar? É que 16 membros? 16? Este Conselho de Acção vai ter mais action heroes que uma sequela d’Os Mercenários.
Sendo que, ao que parece, no caso do desastre de Valência, a única acção que teria sido mesmo necessária para minimizar a catástrofe era não ter tomado a acção de destruir várias barragens na região. Que parece ser o que o governo espanhol tem feito, com afinco, para cumprir os objectivos ambientais da Agenda 2030. Diz que é fundamental deixar os rios correrem livremente. Mesmo que para cima das milhares de pessoas. Ou seja, a questão não é as alterações climáticas, mas o raciocínio nublado pelas ganas totalitárias.
A propósito de ganas totalitárias, irá Kamala Harris ser a próxima presidente dos Estados Unidos? Se for esse o caso, avizinham-se péssimos dias para a liberdade de expressão e para a economia americana. Preocupações que poderão ser bastante minimizadas, no entanto, na eventualidade de se avançar — como parece haver vontade e Dick Cheney — para uma Terceira Guerra Mundial. Felizmente, no meio disto tudo, garantir-se-ia o que realmente importa: evitar que os Estados Unidos tenham um presidente que, às vezes, diz umas coisas um bocado desagradáveis. Mas não seria um mundo agradável.
Siga-me no Facebook (@tiagodoresoproprio) e Instagram (@tiagodoresoproprio)