Em tempo de campanha eleitoral não é de desvalorizar a importância política das revisões que o INE fez ao valor do PIB dos últimos anos. Sem querer, as melhorias na medição estatística da produção, com especial relevo para 2017, deram um contributo para o PS retirar alguns argumentos ao PSD e CDS e até para dar a Bruxelas números mais positivos para o défice público. São vitórias obtidas pelas regras da aritmética: num rácio, quando o denominador sobe – o PIB – o resultado final desce.
E foi assim que desceu a carga fiscal – que afinal agora Centeno já aceita que possa medir a carga de impostos. Assim como o ministro das Finanças já chama agora a atenção para o ranking de Portugal na tabela de crescimento europeu. “Portugal”, diz o comunicado do Ministério das Finanças, “com exceção da Irlanda, foi o país que mais cresceu entre 2016 e 2018 de entre os 15 Estados-Membro da União Europeia pré-alargamento”.
Também é com estes novos números que o Governo pode apresentar em Bruxelas um défice público em percentagem do PIB mais baixo, quer nominal como estrutural, embora na frente da dívida pública os valores sejam menos positivos, aqui também, e em grande parte por razões estatísticas: na nova metodologia é obrigatório contabilizar na dívida os juros capitalizados dos certificados de aforro.
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