Us avtores1 não segvew as regras da graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein as du antygu. Escreuew covmv qverew & lhes apetece. #EncuantoNusDeixam

Um grande júri2 federal em Nova York reviu e aceitou no passado dia 20 a evidência apresentada por um procurador federal de que o bilionário indiano Gautam Adani, e outros executivos seus colaboradores, terão subornado em mais de 250 milhões de US dólares múltiplos políticos e outros funcionários do governo indiano e que, numa flagrante falta de transparência, não terão divulgado publicamente estes pagamentos, tendo assim deixado no escuro os investidores norte americanos sobre as suas superiores capacidades de gestão3.

Entre 2020 e 2024, Adani & seus cúmplices terão concordado em realizar pagamentos para obter lucrativos contratos de fornecimento de energia solar com o governo indiano, de acordo com a acusação, que foi assim aceite como procedente. “Os réus organizaram um esquema elaborado para subornar funcionários do governo indiano e garantir contratos no valor de bilhões de dólares”, afirmou Breon Peace, procurador dos EUA num dos distritos judiciais de Nova York, em comunicado.

O que é um suborno? É um pagamento discretamente feito por indivíduos e outras entidades privadas a gestores de entidades públicas com o objetivo de incentivar estes a uma ação considerada por aqueles como benéfica. Por exemplo, Adani estava convencido que seria bom que o Estado comprasse energia solar, não a outras, mas à sua empresa. O suborno é, portanto, um subsídio a uma atividade pago por privados a agentes do Estado. É considerado, segundo a moralidade dominante e com base em razões obscuras, algo de mau4.

E o que é um subsídio? É um pagamento feito por entidades públicas a indivíduos ou grupos privados, mas geralmente sem publicitar quer recipientes quer montantes, com o objetivo de incentivar estes a uma ação que é considerada por aqueles como benéfica. Por exemplo, como o nosso guverno está convencido que fazer nada é bom incentiva o não trabalhar com o pagamento do subsídio ao desemprego. Um subsídio é, portanto, um suborno pago pelo Estado a indivíduos e outras entidades privadas para que façam ou não façam algo. Embora seja o Estado quem o decide e quem o paga, são todos aqueles que são taxados que de facto o suportam. Como é decidido pelos agentes do Estado e pago com o dinheiro proveniente do bolso dos outros é, segundo a moralidade atual, algo de bom.

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E como é que subornos & subsídios nos incentivam a algo? Basicamente, de dois modos, um através da oferta e outro através da procura. Podem-nos incentivar, por um lado, a que façamos ou produzamos algo, com um pagamento adicional, aumentando assim o dinheiro que recebemos em troca dessa atividade (ou inatividade). Podem-nos estimular, por outro, a que compremos ou consumamos algo tornando mais barato o custo da sua aquisição através de um pagamento que baixe o seu preço. Assim Adani tentou incentivar o seu Estado a comprar a energia solar produzida pela sua empresa pagando aos seus legítimos representantes um subsídio, e o nosso Estado tenta-nos5 ao ócio6, isto é, a que não trabalhemos, pagando-nos o suborno de desemprego7.

E com que subsídios é que o Estado nos suborna? Com muitos: com subsídios ao aborto, à adoção e ao nascimento (para nos estimular a que tenhamos e não tenhamos filhos), à água (a alguns setores populacionais, para os incentivar a tomar banho), ao desemprego e à educação pública (para nos encorajar a que não trabalhemos), à eletricidade e ao gás (a alguns setores populacionais, para os ajudar a aquecer o seu meio ambiente), à habitação (para alimentar a especulação imobiliária), a mutilações e outros cuidados de saúde em instituições públicas (para que os profissionais de saúde de instituições privadas não tenham tanto trabalho), entre muitos outros.

Embora ainda não haja formalmente subsídios ao assalto, violação sexual e homicídio (excetuando o cometido contra seres humanos intrauterinos), o espetro de subsídios já existentes num estado moderno, avançado & desperto permite aos gestores da coisa pública que incentivem estas atividades mesmo quando alguns resquícios de moralidades ultrapassadas do hétero-patriarcado ainda não permitiram a atualização da legislação que as enquadra. Um exemplo disto é-nos dado pela história de José António Ibarra.

Ibarra chegou aos Estados Unidos em Setembro de 2022 mas, ao contrário da maioria dos leitores do Observador em situações semelhantes, não passou por um posto fronteiriço para que lhe carimbassem o passaporte. Era, portanto, um imigrante “ilegal” ou, alternativamente e dependendo das fontes, um “indocumentado” ou “refugiado” 8. No entanto, sendo proveniente da Venezuela, país num avançado nível de progresso para o socialismo9, para onde todas as massas exploradas pelo capitalismo nos Estados Unidos se desejam refugiar, provavelmente o termo mais apropriado será desrefugiado, um estado existencial semelhante à escatologicamente impossível10 fuga de um santo11 do Céu para o Inferno12.

Pouco depois foi detido, no Texas, pelos serviços federais de imigração, mas rapidamente libertado enquanto o seu processo era digerido pelos serviços competentes. Entretanto o governo do sr. governador Abbott tinha instituído um subsídio de transporte a todos os refugiados que se quisessem transferir do Texas para uma das chamadas “cidade refúgio”, onde não só os serviços sociais são mais generosos, mas onde a moralidade é mais avançada e a liberdade de costumes mais ampla. Assim Ibarra foi para Nova York, tudo indica que num autocarro fretado e pago a 100% pelo governo do Texas.

Foi acolhido de braços abertos em NY pelo governo local e por ele hospedado, totalmente a expensas públicas, no Roosevelt Hotel, considerado até há uma geração atrás um luxo, mas recentemente transformado em residência para refugiados. Isto representa, como é óbvio um subsídio à habitação a 100%. Mas não foi só subsidio à habitação que Ibarra recebeu como suborno para viver em NY. Terá também recebido um cash-card pré-pago com um montante ainda não divulgado, mas que provavelmente estaria perto de dez mil dólares. Nos tempos livres que eram, portanto, subsidiados a 100%, dedicava-se a atividades, por alguns denominadas como “criminosas”, que levaram à sua detenção múltiplas vezes, em número ainda não divulgado pelas autoridades, não só na cidade de Nova York mas também em vários outros spots turísticos nas regiões vizinhas, a que se seguia sempre a sua imediata libertação.

Depois de ver tudo o que há para ver em NYC, Ibarra pediu ao governo local uma passagem de avião até à Geórgia, que lhe foi concedida, viajando assim mais uma vez à borla e à conta do contribuinte. Os detalhes de como ganhava então a vida na Geórgia não são claros, mas terá sido detido pelo menos uma vez na posse de produtos levados sem o respetivo pagamento de um supermercado, ao que alguns moralistas chamam “roubo”, mas que não é crime nenhum, apenas, no dialeto local, um mero misdemeanour.

E chegamos assim ao fatídico dia de 22 de Fevereiro de 2024. Na manhã desse dia, uma jovem estudante de enfermagem, Laken Riley, foi fazer jogging no campus da Universidade da Geórgia, quando foi parada, “atacada” na expressão empregue por algumas fontes, pelo nosso Ibarra. É de supor que este mais não pretendesse que estabelecer uma relação consensual, mas como a miúda não lhe deu subsídios e se fez difícil, e até chegou a ligar para o 911 para tentar fazer abortar os seus avanços, Ibarra terá, segundo fontes judiciais, tentado fazer amor com alguma violência. Tudo indica que Riley terá então optado por uma saída à St. Maria Goretti, resistindo até à morte por asfixiação precedida por traumatismo craniano. Como consequência, Ibarra foi preso, tudo indica, pela última vez na sua vida, uma vez que, no mesmo dia em Adani foi formalmente constituído arguido em NYC Ibarra foi condenado a prisão perpetua em Clarke Country, GA. Fica assim a pergunta: será que se Ibarra tivesse que pagar do seu bolso todas as suas viagens, hotéis e todo o consumo turístico que fez desde que entrou nos EUA alguma vez se teria encontrado com Riley?

Há quem diga que os subsídios aliviam a pobreza, e ao aliviar a pobreza, reduzem o crime violento. É uma afirmação baseada numa visão possivelmente poética, certamente ideológica, da pobreza. E desmentida pela evidência empírica disponibilizada por duas ou três gerações a viver sob a tutela do estado social em mais de uma dúzia de países, para já não referir o presente nível de vida dos fortunados presentemente a viver em países socialistas ortodoxos como Cuba, Venezuela e Koreia do Norte, nem de experiência anteriores de milhões de felizardos na Rússia, Roménia e China maoísta durante o séc. 20.

A maioria dos pobres, ao contrário dos nossos ricos, nunca cometeram um crime e regem-se por princípios que não os levam a cometer qualquer violência. O que querem não são subsídios, mas liberdade para trabalhar, empreender & prosperar sem terem que pagar subornos a políticos locais e nacionais, ou a outros funcionários do complexo partidário-estatal, nem impostos confiscatórios a um Estado autodenominado de paternalista (ou social), mas de facto uma enorme & sugadora sanguessuga.

 
  1. Vs avtores identificam-se como pluralidade. Com uma boa cerveja identificam-se até como multitudinários.
  2. Júri: conjunto de cidadãos escolhidos para ajudar o juiz a não deixar que a lei se degenere em justiça.
  3. Gestão: processo de lidar e controlar pessoas e recursos; um dos campos mais férteis da política.
  4. Mau: uma qualidade muito apreciada por todos os warxistas, não só na produção industrial, hospitalar e nos serviços públicos, mas também nas relações humanas; não confundir com Mao, que é algo muito pior que mau, é péssimo.
  5. Tentação: teste ou exame que nos é feito diariamente na escola da vida, do qual os melhores alunos procuram pirar-se sempre que podem.
  6. Ócio: momentos de lúcida produtividade no intervalo de períodos de nublosa & frenética atividade.
  7. Desemprego: oportunidade para trabalhar para os outros fazendo voluntariado.
  8. Refugiado: pessoa que procura proteção de um perigo; figura inicialmente estabelecida por Moisés para permitir que quem cometesse inadvertidamente um homicídio pudesse fugir para uma de seis cidades, nomeadamente Golã, Ramote e Bosor, a nascente do Rio Jordão e Quedes, Siquém e Hebron no lado poente (Números 35, 11-28), fora das quais se o refugiado fosse visto poderia legitmamente ser caçado por qualquer vingador devidamente licenciado.
  9. Socialismo: uma visão do futuro que pertence ao passado; sistema social que elimina a cupidez da posse no campesinato, proletariado e pequena burguesia satisfazendo uma cupidez mais vasta na nomenclatura de acordo com a máxima de Warx “de cada proletário de acordo com as suas capacidades, para cada nomenclado de acordo que as suas necessidades”; organização social que, na doutrina do camarada Xi Jiping, é completamente diferente da “ratoeira do welfarismo que encoraja a preguiça”; sistema religioso niilista motivado pelo instinto para a autodestruição que assenta nas três abolições: da propriedade, família e religião (para detalhes, ver Igor Shafarevich, The Socialist Phenomena); a sua grande vantagem é que acaba sempre por se abolir a si mesmo.
  10. Ao contrário do presidente eleito Trump, que quer construir um muro na fronteira entre o inferno a que vai presidir e paraíso que é a América Latina, Deus Nosso Senhor não construiu nenhum muro entre o Céu e o Inferno, mas antes cavou um abismo “de modo que aqueles que querem ir daqui para aí não o podem fazer, nem nenhum possa passar daí para aqui” (Luc 16, 19-26).
  11. Santo: um pecador que toda a vida chateou os seus irmãos por palavras, atos e omissões.
  12. Inferno: clube elitista que só aceita sócios com base no seu caráter, sem fazer distinções de raça, religião, rendimentos ou sexo.