Este fim-de-semana assistimos ao Campeonato da Europa de Atletismo, que teve lugar na cidade de Torun, na Polónia. Esta prova não era para se realizar, face à época pandémica que estamos a viver, em que a aproximação e o contacto entre as pessoas deve ser evitado até ao limite.

Os números do confinamento são, na realidade, a prova de que algo de bom se está a passar na população portuguesa, com a queda significativa dos casos graves. Antes do confinamento, atingimos números diários de mortes acima dos trezentos, mas, desde há uma semana, a mortalidade diminuiu até menos de três dezenas. Outros números importantes para analisar são, indubitavelmente, a franca diminuição de casos internados que passaram de quase mil para menos de trezentos por dia.

O sacrifício dos Portugueses está a valer a pena, mas não devemos cair em euforia excessiva, uma vez que estamos numa fase em que as outras variantes estão a aparecer e as vacinas estão a ser distribuídas pelos fornecedores de um forma lenta e desigual aos vários países.

Não tem sido fácil a adaptação do nosso quotidiano a esta realidade dantesca e sem fim à vista. Foi muito bom, por essa razão, podermos assistir ao campeonato da Europa de Atletismo, onde os Portugueses conseguiram, de forma brilhante, três medalhas de ouro em categorias distintas.

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Venceram a concorrência de uma forma categórica. Mais do que terem conseguido espalhar magia em terra alheia, foi bom vermos os nossos três atletas pegarem na bandeira portuguesa, colocando-a atrás das costas com total orgulho pela façanha conseguida, bem como a emoção de estarem a representar o seu país. O respeito pelo hino nacional, as lágrimas que caíram pelo rosto de Patrícia Mamona são momentos importantes e únicos para os intervenientes e para quem assiste ao vivo.

Os melhores são sempre aqueles que ficam em primeiro. São os seus nomes que perduram na história e na memória de cada um de nós. Naquele momento, quando se ouve A Portuguesa, não existem cidadãos de primeira ou segunda, de cor branca ou negra, letrados ou analfabetos, Portugueses de África, Lisboa, Porto ou  luso-cubanos. Somos todos Portugal!

E é assim que devemos estar, unidos na luta contra os inimigos visíveis ou invisíveis.

Foi bom ver estes três heróis vibrarem com a vitória alcançada e sentirmos aquele momento muito especial que ficará guardado para sempre nos nossos corações. O que importou foi ver o esforço dos atletas, o seu empenho, a sua garra que culminou na vitória final. É assim que nós todos devemos estar na vida e acreditar que tudo é possível!

Este fim-de-semana foi, sem dúvida, um exemplo para todos nós. É preciso ter vontade de trabalhar e empenhar esforços para que o amanhã seja sempre melhor, tanto para nós como para os outros. O exemplo do atletismo deve ser transportado para o esforço que cada português pode ter na luta contra o SARS- CoV-2. Qualquer outra solução, seria condenada ao fracasso.

As vitórias incentivam-nos a continuar porque estamos no caminho certo. As derrotas ensinam-nos a crescer com os erros e a procurar as melhores soluções para não mais repetirmos o peso do fracasso.