Quanto mais promessas fazem os partidos de governo, mais a campanha eleitoral se transforma numa feira onde se compram votos baratos, prometendo milhares de milhões de euros, como sucederia com um aeroporto de Lisboa prometido há décadas, ou com uma nova ligação ferroviária à Europa quando o governo actual já rejeitou a normalização da bitola, para não falar das promessas de diminuição dos impostos e de aumento dos ordenado da «função pública»… É assim desde que há eleições: não admira que grande parte do eleitorado venha a abster-se: em 2015 abstiveram-se ou votaram branco e nulo quase metade dos eleitores e a legitimidade da «geringonça» apoia-se em pouco mais de um quarto dos inscritos!
Entretanto, das duas grandes reformas de que o país carece para a economia crescer e os serviços públicos melhorarem não se fala delas. A primeira, que teria impedido o golpe parlamentar com que o PS conquistou o poder em 2015, é a reforma político-constitucional de um regime cujo sistema partidário fossilizou há 40 anos, o que explica a abstenção maciça da população e a fraca representatividade de quem se gaba de ter a «maioria absoluta». Hoje, porém, não é o momento para falar disso.
O que não se admite, neste período eleitoral, é o silêncio com que o PS, os seus cúmplices e os seus adversários ocultam um facto responsável, por si só, por metade do orçamento de Estado e um quarto do PIB nacional, a saber: a dupla crise demográfica constituída pelo envelhecimento galopante da população e o correlativo agravamento da saúde de pessoas cada vez mais velhas.
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.