Seja no verão ou no inverno, há quem já não acredite que o Qatar seja anfitrião de um Mundial em 2022. E não é uma pessoa qualquer — é Theo Zwanzinger, um germânico que pertence ao Comité Executivo da FIFA. “Pessoalmente, penso que o Campeonato do Mundo não terá lugar no Qatar”, defendeu o ex-presidente da Federação Alemã de Futebol. E qual é o seu argumento? O calor.

O dirigente alemão, em declarações ao Sport Bild, argumentou que “os médicos não vão assumir responsabilidade” num Campeonato do Mundo que “se concretize nestas condições” — num país onde, no verão, as temperaturas podem ultrapassar os 40.º graus celsius. A 8 de setembro reuniu-se pela primeira vez um grupo de trabalho, nomeado pela FIFA, para discutir a possiblidade de o Mundial se concretizar antes no inverno.

Porque no verão, diz Zwanzinger, a FIFA não estará disposta a arriscar. “Virão adeptos de todo o mundo ao Qatar e o primeiro caso em que o calor ameace a vida de alguém vai desencadear uma investigação”, suspeitou. “E isso é algo pelo qual o Comité Executivo da FIFA não quer responder”, sublinhou.

O responsável, que só passou a integrar a direção da FIFA em 2011 –a candidatura do Qatar foi aprovada em dezembro de 2010 — referiu ainda que o sistema de arrefecimento da temperatura ambiente dos estádios (que, diz-se, será incluída nos recintos que acolherão jogos da prova), de nada servirá. “Podem arrefecer os estádios, mas um Mundial não acontece só lá dentro”, resumiu.

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