Johann-Dietrich Woerner aterrou na Agência Espacial Europeia (ESA) como diretor-geral há menos de uma semana, mas os seus planos já chegaram à Lua. Numa entrevista à BBC, afirmou que “devemos olhar para o futuro para além da Estação Espacial Internacional”, propondo “uma aldeia na Lua, localizada no seu lado obscuro”. O plano iria, por um lado, permitir testar na Lua o que se planeia fazer em Marte, e por outro, funcionar como uma “ponte” entre os problemas existentes na Terra, unindo as nações.

“Uma aldeia na Lua não significa apenas algumas casas, uma igreja e uma Câmara Municipal”, explica Woerner, responsável por um orçamento de 4,4 mil milhões de euros – que inclui a exploração espacial, investigação, gestão de satélites e astronautas da Estação Espacial Internacional. “Esta aldeia na Lua iria significar que parceiros de todo o Mundo iriam contribuir para esta comunidade com missões robóticas, astronautas e apoio aos satélites de comunicação”.

O novo diretor-geral da ESA sublinha a importância de regressar à Lua. “O lado obscuro da Lua é muito interessante porque nos iria permitir ter telescópios para observar as profundezas do Universo, produzir ciência lunar, e o aspeto internacional [deste projeto] é muito especial”, continuou. “Os norte-americanos querem ir a Marte muito em breve – e eu não entendo como é que vamos conseguir isso – [já que] antes de ir a Marte temos que testar primeiro na Lua o que podemos fazer em Marte”, explicou à BBC.

Para Woerner, o projeto também poderia fortalecer os laços entre nações, sendo que “deveríamos ter cooperação internacional sem quaisquer limitações, com qualquer país do mundo”. “Já temos suficientes problemas na Terra entre as diferentes nações, sendo que o espaço pode ser uma ponte para esses problemas e a Lua parece ser uma boa proposta”, reitera.

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