Ao pretendente ao trono de Portugal, D. Duarte Pio, não choca que o país possa sair do euro. Em entrevista ao Diário de Notícias, diz o chefe da Casa Real Portuguesa: “Há uma mentira, creio que por ignorância, que tem sido repetida por muita gente, que é: se sairmos do euro é uma desgraça”.

D. Duarte sugere a criação de uma segunda moeda para os países europeus em crise, argumentando que “há hipóteses que nunca foram discutidas. Porque é que um grupo de países, continuando na UE, não decide ter uma outra moeda, todos em conjunto? Em vez de cada um voltar – aqueles países em crise – às suas próprias moedas, é ter uma segunda moeda que englobaria Espanha, Portugal, Itália e mais quem se quisesse juntar.”

O duque de Bragança traz a viabilidade de uma “confederação de estados europeus”, onde cada povo teria “um série de liberdades, de direitos e de leis próprias”, como um possível futuro para Europa. O caminho atual é que não parece ser o mais certeiro: “A UE tenta uniformizar tudo de tal maneira que acaba por deixar as pessoas infelizes. Os políticos querem os Estados Unidos da Europa com menos liberdade do que têm os estados norte-americanos”, defende. Apesar disso, D. Duarte não acredita que o país esteja deslocado na UE, mas apenas “na moeda europeia”.

O candidato ao trono português não vota nas eleições porque não quer tomar partido: “Nas eleições parlamentares não voto. Nas presidenciais também não. Mas voto nas eleições municipais porque aí considero que conheço os candidatos, sei quem são.” Nas últimas municipais, para Sintra, é que prescindiu do seu direito de voto “porque era amigo de vários candidatos e por isso acabei por não votar para não ter de escolher entre eles.” D. Duarte Pio acredita na complementaridade da democracia: “Todos os monárquicos do mundo – ocidental, pelo menos – são defensores da democracia.”

Em sua casa, quem trata das finanças é a mulher: “A Isabel é uma ótima administradora e conseguiu rentabilizar estes edifícios aqui no Chiado, que já estão a render alguma coisa. (…) A minha família também tem atividades económicas no Brasil. Mas a minha vida é muito económica. Gasto muito pouco”, diz o duque de Bragança.

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