Portugal aparece em ponto grande no mapa da tecnologia. Por isso, não é de estranhar que a segunda edição da competição de robótica RoCKIn seja precisamente em Lisboa, no Pavilhão de Portugal. Foram cerca de 150 participantes de seis países a representar 13 equipas: dez na vertente doméstica (@Home) e três na vertente industrial (@Work) do desafio. A iniciativa é financiada pela União Europeia e decorreu de 21 a 23 de novembro.
“Este tipo de projetos” serve para promover uma “melhor investigação em robótica”, explicou ao Observador Pedro Lima, professor no Instituto Superior Técnico (IST) e coordenador do projeto. Foram escolhidos “dois tipos de desafios” em torno de temas de “grande interesse” para a Comissão Europeia: os “robôs domésticos” e os “robôs industriais modernos”. E há ainda “uma relação com a internet das coisas e as fábricas do futuro”, acrescentou o coordenador.
E como funciona esta competição? Para começar, o local encontra-se dividido. De um lado decorrem as provas de robôs domésticos e, do outro, as de robótica industrial. A diferença está no próprio espaço: o das provas domésticas simula um apartamento (com mobília e divisões) e o das provas industriais simula uma fábrica (com máquinas e sítios onde o robô pode recolher e colocar pequenas peças).
Depois, existem dois tipos de provas: as de funcionalidades e as de tarefas. No primeiro caso, os desafios visam testar a capacidade funcional dos robôs. No segundo, estes terão de desempenhar uma série de tarefas — como identificar alguém que toca à campainha e decidir se deve ou não abrir a porta. Esta segunda-feira decorreram as finais, onde competiram as equipas apuradas:
- @Home:
- BARC, de Birmingham, Reino Unido
- homer, de Koblenz-Landau, Alemanha
- Pumas, da Cidade do México, México
- SocRob, de Lisboa, Portugal
- @Work:
- b-it-bots, de Sankt Augustin, Alemanha
- smARTlab, de Liverpool, Reino Unido
- SPQR, de Roma, Itália
Ao Observador, Rodrigo Ventura, professor no IST e coordenador da única equipa portuguesa em prova — os SocRobs –, mostrou-se “bastante satisfeito” com a prestação da equipa, principalmente pelo facto de esta ser “relativamente recente”.
“Estas competições científicas de robótica têm resultados muito positivos, não só por envolverem estudantes nos problemas da investigação” como por “trazerem desafios” à investigação num ambiente “fora do laboratório”, explicou. “Ao conseguirmos ter aqui um bom resultado estamos a mostrar que estes métodos e estas tecnologias podem, um dia, chegar às casas das pessoas para resolverem problemas reais”, concluiu Rodrigo Ventura.
No final, a equipa alemã homer — vencedora da competição de futebol robótico RoboCup 2015 — ganhou o troféu de melhor equipa do RoCKIn 2015. No campo doméstico, venceram duas equipas: novamente os homer, em conjunto com os portugueses SocRobs (ambas as equipas obtiveram a mesma pontuação). No campo industrial, foi a equipa britânica smARTlab a conseguir a maior quantidade de pontos e, consequentemente, a alcançar o primeiro lugar do pódio. Houve ainda prémios para as melhores equipas em desafios específicos da competição.
Editado por Diogo Queiroz de Andrade.